quarta-feira, 31 de agosto de 2016

AGENDA DOS PRÍNCIPES


O Príncipe Dom Luiz Philippe de Orleans e Bragança assistiu às sessões finais do julgamento de impeachment da Presidente da República, Dilma Rousseff, que resultou na cassação de seu mandato pelo Senado Federal, por 61 votos a 20, na tarde de hoje.

Filho do Príncipe Dom Eudes de Orleans e Bragança, o Príncipe Dom Luiz Philippe é, portanto, sobrinho de S.A.I.R. o Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil. Uma vez que seu pai renunciou aos seus direitos dinásticos e sucessórios, em seu nome e no de toda a sua descendência, antes de contrair matrimônio, Sua Alteza não possui direitos ao Trono Brasileiro.

O Príncipe Dom Luiz Philippe, que é cientista político, foi um dos convidados da acusação da agora ex-Presidente, tendo se destacado no cenário político nacional por ser líder do Movimento Liberal Acorda Brasil, entidade que luta contra a corrupção. Sua Alteza também é idealizador, junto aos seus primos, o Príncipe Dom Rafael do Brasil e os Príncipes Dom Gabriel e Dom Pedro Alberto de Orleans e Bragança, do projeto Geração Monarquia, portal oficial da geração mais jovem da Família Imperial Brasileira.

Infelizmente, essa não foi a primeira, nem será a última crise da República no Brasil. Já são incontáveis as provas de que esse regime não serve aos interesses da Pátria, tampouco se adéqua à boa índole dos brasileiros. Apenas a restauração da Monarquia poderá devolver o Brasil ao rumo certo, contribuindo para sanar o problema da corrupção endêmica em nossas instituições e tantos outros problemas nacionais, permitindo que nosso País concretize o destino que nos foi traçado pela Providência.

Cabe, por fim, a observação de uma ironia histórica: vinte e oito anos após o PT e o PCdoB, durante a última Assembléia Nacional Constituinte, terem sido os dois únicos partidos a votarem pela manutenção da Cláusula Pétrea, infame dispositivo constitucional que punha os monarquistas fora da lei, um Orleans e Bragança assistiu, da galeria do Senado, a Presidente petista ter seu mandato cassado pelo Congresso Nacional.

Agradecemos ao Príncipe Dom Luiz Philippe pelo envio da imagem.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

O impeachment não é a morte da democracia. Mas deveria marcar o fim do presidencialismo



POR Alexandre Versignassi ATUALIZADO EM 29/08/2016

Primeiramente, fora Collor. E fora FHC. Fora Dilma, também. E fora Temer. Pois é. Quando o Brasil não está derrubando um presidente, está pedindo a destituição de outro. No que faz muito bem: é parte da democracia requisitar a cabeça de um governante antes que ele termine o mandato contratado. Quando a referida cabeça é cortada, porém, o que entra em jogo é a própria democracia.
E isso é um problema maior que qualquer processo de impeachment isolado. É uma falha do nosso sistema de governo. Um cientista político de Yale, Juan Linz, definiu isso bem. Ele diz que tanto o Congresso como o presidente podem argumentar que falam pelo povo, já que ambos foram eleitos pelo voto direto. E que, quando esses dois poderes discordam frontalmente – como no caso de um pedido de impeachment – temos um problema. “Não há princípio democrático para resolver esse tipo de disputa”, Linz afirma.

Mas opa. Espera um pouco. Temos uma Constituição. Se o presidente fere uma lei constitucional (como a da responsabilidade fiscal) deve perder o mandato e pronto, certo? Mais ou menos : “Os mecanismos legais que a Constituição dá para um impeachment podem se provar áridos aos olhos do eleitorado”, ele diz.

Linz escreveu isso em 1990, como uma crítica ao regime presidencialista americano. Mas sua análise parece feita sob medida para o caso que estamos vivendo agora: a maioria absoluta de quem é a favor da queda de Dilma não entende o que foram as pedaladas fiscais. O mesmo vale para a facção “Fora Temer”. A aridez legalista de um processo de impeachment é tamanha que até fatos que deveriam soar banais começam a parecer esdrúxulos. Por exemplo: se Dilma ficar, Temer não sai. Segue como seu vice – uma peça de decoração que a chefe de estado certamente não gostará de ter perfilada ao seu lado em eventos oficiais.

É aí que mora a essência do problema pelo qual estamos passando hoje. A presidente e seu vice têm visões praticamente opostas sobre como tocar o governo. E por mais que um lado desse fla-flu argumente que Temer foi, sim, eleito, não é a visão de mundo do vice que venceu nas urnas – Dilma mesma bateu nessa tecla várias vezes hoje de manhã, no Senado.

Mais do que desnudar um sintoma da esquizofrenia da chapa Dilma-Temer, isso deixa às claras um problema do próprio regime presidencialista: a impossibilidade de “demitir” um chefe de estado* por incompetência. Fosse num regime parlamentarista, a impopular e politicamente desastrada Dilma seria trocada não pelo presidente do PMDB, mas por algum correligionário com os mesmos princípios** – não importa se esses princípios estejam certos ou errados, mas seria alguém que, em tese, representa as mesmas diretrizes que saíram vitoriosas da eleição.

Por essas, quase todos os países desenvolvidos são parlamentaristas. David Cameron, no Reino Unido, cedeu sua cadeira à correligionária Theresa May logo que os britânicos votaram pela saída da União Europeia, numa clara mostra de insatisfação com o próprio Cameron, defensor da permanência na UE. E não houve trauma – muito pelo contrário: Theresa é considerada a pessoa certa para tocar o barco do Brexit. O mesmo vale para casos opostos, o de quando o melhor para o país é a permanência do mesmo governante. É o caso da Alemanha. Angela Merkel veste como ninguém o manto de chefe de estado*. Como o sistema permite, ela segue no poder desde 2005. E, no que depender da vontade dos alemães e do resto do mundo, continuará como líder do quarto maior país do mundo por um bom tempo.

No Brasil, o parlamentarismo nunca passou por plebiscito nenhum por um motivo ignóbil: a ideia de que “a população não elegeria o chefe de estado*”. Elegeria, sim. No parlamentarismo você vota no partido, mas já sabe quem será apontado como Primeiro Ministro, ou Primeira Ministra. Você vota numa pessoa. A diferença é que, se essa pessoa se mostrar incapaz de governar, será substituída por outra, do mesmo partido**, encarregada de fazer com que o programa de governo eleito siga sendo implementado. Sem ameaça à democracia. Sem legalismos áridos. Sem trauma.

LINK ORIGINAL: SUPER INTERESSANTE - http://goo.gl/ZtIY9M

OBS DA PÁGINA:
* O texto tratou de Chefe da Governo, mas falou Chefe de Estado;
** Não há garantias que será do mesmo partido.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

La discreta influencia política del Rey

El Rey con la presidenta del Congreso, Ana Pastor, el 20 de julio

FERNANDO J. PÉREZ

Madrid 23 JUL 2016 - 15:08 BRT

Los expertos destacan la necesidad de reserva para que el Monarca ejerza eficazmente
la competencia de árbitro y moderador que le otorga la Constitución

La intención declarada por Albert Rivera de pedirle al Rey que convenza a Pedro Sánchez de que el PSOE se abstenga para permitir que Mariano Rajoy sea investido presidente del Gobierno y evitar así unas terceras elecciones generales ha levantado una ola de críticas hacia el líder de Ciudadanos. Desde diversos frentes políticos y académicos se le acusa de ignorar cuáles son las funciones y los límites de la autoridad del Monarca en la Constitución.

La catedrática de Derecho Constitucional de la Universidad de Málaga Maria Luisa Balaguer considera que la idea lanzada por Rivera "es una barbaridad muy grande", que "compromete a una institución que debe ser garante de la imparcialidad". Balaguer afirma que el Rey "no puede entrar en el campo político" y que la mera sugerencia al líder de un partido sobre cuál debe ser el sentido de su voto "podría suponer cargarse la Corona en cinco minutos".

La próxima semana, el Rey iniciará la ronda con los partidos para proponer un candidato a presidente. Distintos expertos constitucionalistas han enmarcado en el pasado las entrevistas del Monarca con los líderes políticos —tanto para la investidura como para otros asuntos— como parte de la función de "árbitro y moderador" de las instituciones que la Constitución otorga al Jefe del Estado. En estos encuentros —y en otras manifestaciones, como los discursos reales o los viajes de Estado— el Rey ejerce sus capacidades de influencia política, no por la vía de la imposición, sino del consejo y la persuasión, señalan. Para que esta autoridad moral sea eficaz los expertos recomiendan, sin embargo, que se ejerza de forma discreta.

El catedrático de Constitucional de la UNED Antonio Torres del Moral considera que las palabras de Rivera son una "indiscreción" propia de estos tiempos en los que "todo se radia al instante". "Al Rey no se le puede marcar una conducta pública, es hacerle tomar partido, lo que en absoluto le corresponde", afirma. El Monarca, afirma, puede hacer comentarios, sugerencias y advertencias a los líderes políticos, pero "sin pasar de la discreción de una conversación privada".

Torres del Moral, uno de los mayores expertos españoles en la monarquía constitucional, opina que la decisión de Rivera de decir públicamente que piensa pedirle al Rey que apoye la abstención del PSOE es una "barbaridad contraproducente" que lastra o limita el papel moderador de Felipe VI. "Todo depende de la discreción, en la conversación inteligente de dos personas que saben que lo que se diga no va a ser público cabe esa libertad del Rey de decir, sugerir u opinar lo que crea más conveniente. Si eso no se asume de manera garante, la consulta a los líderes políticos queda en una mera toma de contacto", afirma.

En 2001, el Congreso de los Diputados dedicó sus Jornadas de Derecho Parlamentario a la institución de la monarquía parlamentaria. José María Gil-Robles, expresidente del Parlamento Europeo y letrado de las Cortes, se encargó de analizar el alcance de la expresión "arbitra y modera el funcionamiento regular de las instituciones" que la Constitución reserva al Rey en el artículo 56.1. Gil-Robles señaló que la función de arbitrar "se produce siempre que el Rey ejercita las potestades típicas de un monarca parlamentario", que el politólogo y economista liberal inglés del siglo XIX Walter Bagehot sintetizó en "ser consultado [informado por el Gobierno], aconsejar y estimular". El Monarca, sostenía, tiene el "deber" de "discurrir y disponer" —en el marco de sus facultades— lo necesario para que funcionen bien las instituciones.

Moderar, en el contexto constitucional, según Gil-Robles, no supone decidir en los conflictos entre las instituciones, algo que reside en los jueces, sino el de evitarlos y prevenirlos "mediante sus advertencias, consejos y sugerencias". El jurista afirmaba que corresponde al Rey "velar por que los engranajes constitucionales no chirríen, aceitándolos o lubricándolos por vía de persuasión, que no de imposición".

"El ejercicio de esos poderes no requiere refrendo, ni siquiera es siempre público —aunque lo sea en determinados mensajes o discursos—, pero conlleva una eficacia directamente proporcional a la autoridad del titular de la Corona y, generalmente, tanto más grande cuanto más discreto sea ese ejercicio", señalaba Gil-Robles. "La práctica evidencia que el Monarca ha hecho amplio uso de esos medios", añadía.

En el mismo foro del Congreso, el entonces catedrático de Derecho Constitucional de la Universidad Autónoma de Madrid Manuel Aragón sostenía que la merma del poder del Rey en la actual Carta Magna respecto a la monarquía española tradicional "se complementa con sus capacidades de influencia política, con sus funciones clásicas de animar, advertir y ser consultado". Según él, de la auctoritas del Rey se desprende una "importantísima función política".

Miguel Herrero de Miñón, letrado mayor del Consejo de Estado, señalaba en 1997 que la función moderadora del Rey "supone ejercer una influencia, una auctoritas, y no un poder de decisión". "El Rey aconseja, no ordena, pero su posición da al consejo un peso muy superior al que tendría cualquier otra persona", escribió en una monografía sobre el artículo 56 de la Constitución. Esta labor de moderación se realiza tanto entre las instituciones como en los "conflictos interpartidos". El Rey puede, afirmaba, "utilizar su prestigio para disminuir la virulencia de las tensiones y los conflictos" entre las formaciones políticas.

En el caso de la investidura de un presidente del Gobierno en ausencia de mayorías absolutas, el arbitraje y la mediación del Rey "es clave en las relaciones entre los grupos que expresa o tácitamente permiten la gobernabilidad del Estado", sostenía Herrero de Miñón, que también incidía en la necesidad de discreción. "La índole misma de la función moderadora en una monarquía parlamentaria hace que deba pasar inadvertida desde el exterior. Las relaciones entre el Rey y el Gobierno han de ser confidenciales", señalaba.

Frente a los autores que consideran que la función de árbitro y moderador es una competencia efectiva del Rey, aunque de un alcance no precisado, el catedrático de la Universidad de Sevilla Javier Pérez Royo consideraba en las jornadas del Congreso de 2001 que el artículo 56.1 de la Constitución es "simbólico, literario y no normativo". "La Corona no es que no intervenga como lo hizo la monarquía tradicional en el pasado, sino que no debe poder intervenir en el proceso político por imperativo constitucional", afirmaba.

LINK ORIGINAL: EL PAÍS - http://goo.gl/74UuKF

¿Son más democráticas las monarquías?

Emilio Lamo de Espinosa y Benigno Pendás, en la Universidad Menéndez Pelayo de Santander

GERMÁN R. PÁEZ
Santander 25 JUL 2016 - 20:02

Un curso en la Universidad de Santander intenta desmontar el mito de que la Corona es cara

¿Son los Estados monárquicos más prósperos y democráticos? Esto es lo que un grupo de sociólogos y politólogos han intentado demostrar este lunes, un día antes de que el Rey Felipe VI comience la ronda de consultas para la formar Gobierno. “Algunos de los países más avanzados desde el punto de vista social en Europa son monarquías, algo bueno tienen que tener”, ha comentado Benigno Pendás, el director del Centro de Estudios Políticos y Constitucionales (CEPC), al inicio de su ponencia en la Universidad Menéndez Pelayo de Santander. Un discurso que ha querido trufar de datos el presidente del Real Instituto Elcano, Emilio Lamo de Espinosa, que ha intentado desmontar la “creencia” de que la monarquía “no es democrática, es ineficiente y es cara” –un 21,7% de los encuestados otorgó un 0 a la institución en el CIS de mayo de 2015-.

“La monarquía española es de las más baratas del mundo”, ha afirmado Lamo de Espinosa, que ha proporcionado un dato: la Corona costaba 0,23 dólares (0,21 euros) per cápita en 2012, “el doble que la presidencia de la república alemana —0,46 dólares (0,42 euros)—”. El sociólogo ha recalcado las diferencias entre los presupuestos del sistema monárquico español y de la república presidencialista francesa: 7,9 millones de euros en 2013 frente a los 106 millones destinados el mismo año al presupuesto del Elíseo, según el estudio ¿Cuánto cuesta un jefe de Estado europeo? (Universidad Libre de Bruselas, 2013), citado por Lamo de Espinosa. La cantidad recogida en el artículo es, sin embargo, solo una parte del presupuesto que se asigna a la Corona, la destinada a “el sostenimiento de su familia y Casa”, pero no contabiliza las partidas que figuran en los presupuestos de varios ministerios.

“Los que piensan que las monarquías son una antigualla deberían hacérselo ver”, ha continuado el presidente del Insituto Elcano, para quien esta forma de gobierno está “a la vanguardia” de la democracia. “Es más probable tener una democracia bajo una monarquía que bajo una república”, ha asegurado Lamo de Espinosa, que ha remitido al banco de datos de la Universidad de Gotemburgo, que clasifica a 175 países por su forma de gobierno. “De 40 monarquías más de la mitad son democracias, mientras que solo lo son 53 de 135 repúblicas”.

El sociólogo ha defendido que las Coronas traen prosperidad y que parte de la sociedad española tiene una “ideología tremendamente distorsionadora” sobre este sistema de gobierno. “Hay nueve monarquías en los 20 primeros países con más calidad democrática”, ha dicho Lamo de Espinosa, que se ha referido al índice de democracia de The Economist, en cuyos primeros puestos se encuentran monarquías parlamentarias como Noruega, Suecia, Dinamarca o Países Bajos. La prosperidad y la transparencia son otros de los valores asociados a esta forma de gobierno por el catedrático, que ha recordado que estos países también aparecen en las primeras posiciones del índice de desarrollo humano de la ONU y del índice de percepción de la corrupción elaborado por Transparencia Internacional. “Por desgracia en esto último no estamos entre los primeros”, ha dicho sobre España, que ocupa el puesto 36 de 167 países.

El sociólogo ha querido convencer a la audiencia con un breve repaso histórico de que “el tiempo de Juan Carlos ha sido el mejor de la Historia de España”. “La primera republica fracasó estrepitosamente tras durar un año. Tuvo cuatro presidentes y uno que acabó diciendo: '¡Estoy hasta los cojones de todos nosotros!”, se ha referido Lamo de Espinosa al dirigente catalán Estanislao Figueras, que fue el primer presidente de la primera República. “La segunda tampoco salió bien, seguida por una guerra y una dictadura de 40 años después”, ha proseguido el catedrático, que ha defendido los “dos periodos de monarquía largos” como los mejores de la historia de España.

La reforma del artículo 99

El director del Centro de Estudios Políticos y Constitucionales, Benigno Pendás, ha manifestado la necesidad de revisar el artículo 99 de la Constitución, que establece el procedimiento de consultas con el Rey para el nombramiento del presidente del Gobierno. “Cuando se remansen las aguas y todo vuelva a su cauce, los expertos tendremos que repensarlo, porque es verdad que las normas jurídicas no lo pueden prever todo”, ha dicho en referencia al vacío legal que provocó la renuncia de Rajoy a presentarse a la investidura el pasado enero. El artículo no contempla la posibilidad de que un candidato propuesto por el Rey renuncie a ello.

LINK ORIGINAL: EL PAÍS - http://goo.gl/3Gu9OM

Príncipe da Dinamarca: ‘Vou ao mercado, faço minha própria barba’

Para o príncipe Joachim da Dinamarca, sua vida de aristocrata não tem nada de 
extraordinária e está muito distante da ideia hollywoodiana da realeza

Por Daniela Pessoa
Atualizado em 19 ago 2016, 12h35

Filho mais novo da rainha Margrethe II, o príncipe Joachim da Dinamarca, conde de Monpezat, é o sexto na linha de sucessão do trono, depois de seu irmão Frederik e seus quatro sobrinhos. Nessa condição, não é de impressionar que ele tenha se dedicado a estudar agronomia em paralelo à carreira militar no Exército Real, e até trabalhado na multinacional Maersk, com sede em seu país e uma das maiores companhias de navegação do mundo. É apaixonado pelas corridas de carro e já disputou provas na categoria GT em que dirigia uma BMW devidamente envenenada. Joachim, de 47 anos, é casado desde 2008 com a francesa Marie Cavallier, com quem tem dois filhos (tem outros dois, de uma união anterior, com a britânica Alexandra Manley). Em sua quarta visita ao Brasil, o príncipe dinamarquês aproveitou para curtir o Rio em meio à Olimpíada. Hospedado em um hotel quatro estrelas em Copacabana, ele falou a VEJA sobre suas impressões dos jogos, do Rio e do Brasil. Membros do protocolo real, entretanto, recomendaram à reportagem que se abstivesse de fazer perguntas de cunho político e sobre a intimidade da família real (como, por exemplo, a sua relação sabidamente tensa com o irmão mais velho). Ainda assim, o príncipe que, dias antes, havia andado de bicicleta na ciclovia de Ipanema, mostrou-se de uma simplicidade surpreendente. Depois de uma conversa em que fez questão de ser chamado de “você”, saiu para fumar do lado de fora do hotel, em pé na calçada, onde foi abordado por uma vendedora de panos de prato. Confira abaixo a entrevista.

-Sua primeira visita ao país foi há 25 anos. Quais foram suas impressões naquela época e agora?

-Assim como todo mundo, ou a maioria das pessoas, eu achava que o Brasil era o país do samba e da floresta tropical. Depois, percebi que era um centro de negócios na América do Sul e uma nação altamente sofisticada, high tech. Não se constrói uma empresa como a Embraer sem dominar tecnologia. Um teleférico tão complexo quanto o do Pão de Açúcar, no Rio, exclusivamente para fins turísticos, também é algo surpreendente.

-Curioso você dizer isso, porque nós, brasileiros, costumamos criticar a falta de investimento em ciência e tecnologia.

-Vocês podem criticar, praguejar, fazer o que quiserem, mas o Brasil começou tarde a sua Revolução Industrial e logo se transformou em uma potência no campo aeronáutico, por exemplo. Um país não faz isso porque quer, mas porque pode. Fico muito feliz em declarar, ainda, que vocês estão na frente de muitos países europeus no quesito sustentabilidade e gestão de resíduos. Mas é claro que ainda há um longo caminho a percorrer, porque as cidades brasileiras são muito grandes.

-A Dinamarca tem interesses comerciais no Brasil?

-O Brasil sempre foi a principal economia da América do Sul e da América Latina, então, sempre que eu venho para cá, procuro estreitar nossos laços comerciais. Para um país relativamente pequeno como a Dinamarca, com cinco milhões de habitantes, o Brasil é um lugar de muitas oportunidades. Só São Paulo tem 40 milhões de moradores – é um estado-nação, se você me permite dizer. Nós não encontramos um número desses na Europa.

- Mas e a crise brasileira, não prejudica esses interesses?

-Vocês estão passando por um momento difícil, político e econômico. Mas o Brasil tem 200 milhões de habitantes, o que significa que sempre será um mercado potencial para nós. Por que não aproveitar então a Olimpíada para atrair negócios e procurar cooperação? Acreditamos no país. A atitude e o espírito dos empresários brasileiros frente ao atual cenário também é muito interessante. Eles sabem que é hora de se reerguer, de dar a volta por cima e começar de novo. Deixemos os problemas políticos com os políticos e vamos esperar a democracia decidir quem e o que culpar. Enquanto isso, os negócios não podem parar. Não sou Nostradamus, mas digo uma coisa: quem investir no Brasil em 2016 vai se dar bem pelos próximos 50 anos.

- Que negócio você abriria por aqui se pudesse?

- A Câmara de Comércio da Dinamarca no Brasil tem 70 anos e mais de 100 empresas associadas, que vão de grandes conglomerados a operações simples. Sei que há uma disparidade muito grande entre ricos e pobres no país, mas existe uma classe média que tem o poder de compra. Por isso, me atrevo a dizer que qualquer coisa é possível no país, do luxo ao bem de consumo médio.

- A Lego é talvez a empresa dinamarquesa mais pop no Brasil. Qual é a sua relação com as pecinhas coloridas de encaixar?

- Lego é um brinquedo muito especial, porque é duradouro e criativo, diferente de uma Barbie, por exemplo. Sei que a empresa tem um programa educativo nas escolas brasileiras para estimular a imaginação e a concentração, me orgulho muito disso. Eu mesmo brinquei bastante com Lego e meus filhos também brincam – às vezes com peças que foram minhas. Quando viajamos, não pode faltar um kit de bloquinhos na bagagem, para garantir a distração durante os voos mais longos.

- Já esteve numa favela?

- Não, mas a minha esposa já fez trabalhos comunitários no Pavão-Pavãozinho, em Copacabana. Ela disse que ficou entristecida ao ver o tamanho da pobreza, mas positivamente surpresa e encorajada ao notar a quantidade de programas sociais transformadores que existem nas comunidades. A prospecção de novos negócios é muito importante inclusive para o desenvolvimento desses espaços urbanos, é o que garante a paz e a estabilidade. Afinal, ninguém quer uma guerra atrapalhando as transações comerciais.

- Qual é o seu esporte preferido?

- Não diria que sou muito esportivo, mas adoro automobilismo, e às vezes até pratico. Sou muito fã do automobilista brasileiro Lucas de Grassi, já dirigi com ele. É um cara muito legal.

- Então provavelmente você gosta mais de Ayrton Senna e De Grassi do que de Pelé e Neymar…

- Eu também amo futebol, tanto assistir quanto jogar, apesar de ser pena de pau. Estou animado com esta Olimpíada, porque trouxemos o maior contingente de atletas dinamarqueses da história. É por isso que estou hospedado no mesmo hotel onde o nosso comitê olímpico está. Quero estar perto para dar força. Temos alta expectativa de medalhas.

- É mesmo? Não é meio ameaçador ter o filho da rainha entre os dirigentes esportivos, para o caso de as coisas não saírem como se espera?

- Não. Nesse caso, só acho que vamos ter de treinar mais.

- O que anda bebendo e comendo por aqui?

- Tomei muitas caipirinhas, claro, e comi uma carne deliciosa num restaurante em São Paulo, pela qual valeria a pena matar ou morrer. Os vegetais brasileiros também são de muita qualidade – voltamos àquela história da tecnologia, mas dessa vez no segmento alimentar. Também experimentei açaí pela primeira vez e adorei, assim como os meus filhos. Foi um grande sucesso na família.

- Está levando algum souvenir na bagagem?

- Com todo o respeito ao Corcovado, não comprei nenhuma réplica do Cristo nem nada parecido, porque é muito cafona. Prefiro arte, como um artesanato tipicamente brasileiro feito à mão. Mas o mais importante é levar memórias e boas fotografias.

- Por falar em lembranças, que experiências marcantes você já viveu no Brasil?

- Quando estive no Pantanal, há alguns anos, nadei tentando manter distância das piranhas e lacei jacarés para me divertir. Dessa vez, joguei vôlei de praia pela primeira vez na vida, em Copacabana, com a minha família.

- E como é o cotidiano da realeza na Dinamarca?

- Vou ao supermercado, ando de bicicleta, faço a minha própria barba. É uma vida distante das excentricidades hollywoodianas que as pessoas imaginam.

LINK ORIGINAL: VEJA - http://goo.gl/QzAzD8

Hora de restaurar a monarquia


Já tivemos todas as formas de governo. Começamos como colonia, nos tornamos reino, veio o golpe da república e nos tornamos republicanos. Vieram ditaduras – se bem que disfarçadas – e agora vivemos a tal democracia. Que custa muito caro. Que está libertina e propícia a todo tipo de roubalheira.

A Inglaterra convive há séculos com a monarquia. A rainha é respeitada (quase reverenciada) e os ingleses não se incomodam de ser chamados de súditos. A rainha desfilou em carro aberto há algumas semanas, quando completou 90 anos. Foi aplaudida por milhares de ingleses. Outros milhares pagaram para participar de um regabofe em áreas públicas para comemorar o aniversário de dona Elizabeth II.

A monarquia inglesa, com todo seu luxo, pompa e circunstância, custa menos que nossos deputados e senadores. Custa menos que nossa presidência. Deputados ingleses não têm a mesma mordomia dos tupiniquins – pagam despesas do próprio bolso, dirigem seus carros, quando não, andam de metrô e ônibus.

Os nossos devem ser melhores. Ganham os tubos, têm carro, motorista, batalhão de assessores, passagens aéreas e direito de usar a gráfica oficial para alardear seus feitos. Alardear pra que? Trabalhar é apenas sua obrigação, seu dever. Foram eleitos para isso.

Deputados ingleses andam sozinhos. Os nossos são rodeados por seguranças. Isso para ficar na Inglaterra. Em alguns países europeus, deputados moram em alojamentos coletivos (os nossos em apartamentos), usam um refeitório comum (há uma cozinheira para isso) e lavam suas roupas numa lavanderia coletiva. Cada um tem única secretária. Nada mais.

Por que chegamos a esse ponto? Durante anos a fio foi negada a instrução aos mais pobres, que formam a maioria, que não abriram o olho para o acúmulo de privilégios dessa turma saída de classes mais abastadas. Melhorou um pouco. Houve mais instrução, mais escolas. O mundo se abriu. Mas estamos regredindo.

Basta ver o nível de ensino – há raríssimas exceções. Ensina-se pouco, o suficiente para alguém aprender ler e escrever. Não se ensina pensar. Os meios de comunicação, que poderiam ajudar esclarecer muita coisa, se limitam ao circo, ao fútil, ao inútil – é só analisar a programação das tevês para saber a quantidade de novelas, horários esportivos e pregações religiosas.

Talvez estejamos mesmo precisando de um monarca – rei ou imperador, tanto faz. Não precisamos de tantos deputados e senadores. Não precisamos de batalhão de assessores e seguranças. Não precisamos de tantos carros oficiais com motorista. Até por uma questão de estética – que se compare a realeza européia, pinçando-se rainhas e princesas, com a qualidade do que temos por aqui. Em todos os sentidos.

O problema é que por aqui muita gente pensa que é rei. Rei e absolutista, diga-se de passagem. Bem diferente de nosso último imperador, Pedro II, um poço de conhecimento, cultura e sabedoria. É esse tipo de rei que precisamos, para abrir a cabeça dessa plebe fútil, ignorante e improdutiva. Que venha a monarquia.

LINK ORIGINAL: JUNDIAI NOTICIAS - http://goo.gl/l03zgw

Custo com partidos chega a R$ 9,4 bilhões em 10 anos


01/08/2016 - 07h30

Entre repasses do Fundo Partidário e renúncias fiscais para bancar a propaganda no rádio e na TV, os mais de 30 partidos políticos brasileiros custaram aos cofres públicos cerca de R$ 9,4 bilhões nos últimos dez anos. Esse valor equivale ao da obra mais cara da Olimpíada do Rio: a construção da linha de metrô entre Ipanema, na zona sul, e a Barra da Tijuca, na zona oeste, com 16 quilômetros de extensão.

Além da propaganda eleitoral e partidária na TV, esses recursos custearam aluguéis de sedes, viagens de dirigentes, compra de equipamentos e pagamento de pessoal de todas as legendas - desde as mais influentes nos rumos do País, como PT, PMDB e PSDB, até os vários "nanicos" que atuam como coadjuvantes no Congresso Nacional e nas Assembleias Legislativas.

Até recentemente, os cofres públicos pareciam ser uma fonte inesgotável de verbas - mas o quadro mudou com a crise econômica. Além disso, a disputa por esses recursos se acirrou após a proibição do financiamento de campanhas por empresas. É nesse contexto que volta a prosperar no Congresso e no governo a ideia de reservar o acesso aos subsídios públicos apenas às legendas com maior representatividade política, com a adoção da chamada cláusula de barreira.

Segundo cálculos do Estadão Dados, de cada R$ 5 do financiamento público das atividades políticas na última década, R$ 1 foi direcionado a partidos com baixa representatividade, que obtiveram menos de 2% dos votos na última eleição para a Câmara dos Deputados em termos nacionais ou na maioria dos Estados. Enquadram-se nessa categoria 19 legendas, que custaram R$ 1,7 bilhão em subsídios desde 2007.

Esses 19 partidos, que elegeram apenas 13% dos deputados federais em 2014, perderiam acesso ao Fundo Partidário e à propaganda gratuita na TV se já estivesse em vigor a cláusula de barreira que PSDB e PMDB pretendem aprovar, por meio de uma proposta de Emenda à Constituição. Já as 13 legendas detentoras das demais 87% das vagas da Câmara sairiam ganhando, ao reduzir o número de concorrentes com quem teriam de disputar o dinheiro do Fundo Partidário e a atenção dos espectadores do horário eleitoral.

Rateio

Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que o Fundo Partidário distribuiu R$ 4,4 bilhões em recursos públicos nos últimos dez anos. Os repasses anteriores a 2016 foram corrigidos pela inflação para representar seu valor presente. O dinheiro sai do Orçamento da União, ou seja, dos impostos pagos pelos contribuintes.

Já o custo da propaganda eleitoral e partidária não se refere a uma despesa direta do governo, mas ao que ele deixa de arrecadar. Gratuito para as legendas, o tempo de exibição é pago na forma de isenção de impostos para as emissoras de rádio e televisão. Segundo cálculos da Receita Federal, essa renúncia fiscal chega a quase R$ 5 bilhões na soma de 2007 a 2016.

Apenas neste ano, de acordo com estimativa da Receita, cerca de R$ 562 milhões deixarão de ser pagos em impostos como compensação pela cessão de tempo de rádio e televisão. As campanhas dos candidatos a prefeito terão dois blocos diários de dez minutos no horário eleitoral fixo, de segunda-feira a sábado. Além disso, serão exibidos 70 minutos diários de inserções de até 30 segundos, distribuídas ao longo da programação das emissoras, até mesmo aos domingos.

A conta de 2016 que será paga pelos contribuintes também abrange as propagandas feitas pelos partidos no primeiro semestre - nesse caso, ao menos em tese, o foco não eram as eleições, mas a difusão dos programas das legendas. Para isso, os telespectadores foram bombardeados com 275 minutos de programas no horário nobre das emissoras, além de 429 minutos de inserções distribuídas ao longo dos dias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

LINK ORIGINAL: OPOVO - http://goo.gl/mB9Vlg

Impeachment de Dilma prova a falência do presidencialismo?

Dilma recebe ajuda da filha Paula Rousseff após colocar a faixa presidencial

São Paulo – Como exigência para aderir à base aliada de Michel Temer (PMDB) após o afastamento de Dilma Rousseff (PT), em maio, o PSDB enviou carta pública ao interino pedindo que considerasse a implementação do parlamentarismo no Brasil.

O parlamentarismo é um modelo em que o Congresso é o responsável pelas decisões políticas do país, em vez do presidente, que se torna apenas chefe de Estado (com controle das Forças Armadas e diplomacia, por exemplo), cabendo ao primeiro-ministro a chefia de governo.

Está previsto, portanto, a deposição mais ágil do primeiro-ministro que não atenda aos ensejos do Legislativo e até a dissolução de todo o Congresso e novas eleições em casos mais graves.

Para defensores da proposta, a instituição dessa mudança é uma solução razoável e rápida para crises institucionais e desgastes semelhantes ao processo de impeachment que está prestes a terminar, depois de quase 9 meses. O assunto voltou à pauta por representar uma redução dos poderes do Executivo e que, teoricamente, dá reação mais rápida à opinião pública.

Escolhido novo líder do governo no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) já colocou em tramitação a Proposta de Emenda à Constituição 9/2016, que estabelece o sistema parlamentar no país. Para ser aprovado e dar fim ao período de presidencialismo, seria necessário maioria de 3/5 de ambas as casas do Congresso e um plebiscito para legitimação.

Seria essa, no entanto, a resposta para a melhoria na forma de governar o Brasil? EXAME.com consultou especialistas para dar o panorama geral das vantagens e desvantagens de tal troca.

Presidencialismo em xeque

Entre os grandes nomes da academia que defendem a mudança está o jurista Ives Gandra Martins. Como membro do conselho de reformas políticas da OAB de São Paulo e da Fecomércio, o professor emérito da Universidade Presbiteriana Mackenzie é o organizador de um livro com 24 autores que examinam as vantagens da instauração do parlamentarismo, a ser lançado em 19 de setembro.

Para Gandra Martins, do ponto de vista do retrato histórico, o presidencialismo é um fracasso em toda a América Latina. “Torna-se um governo de um homem só, em que o presidente é o dono do poder. O partido não existe. Temos legendas, com pessoas se unindo e mudando de partido de acordo com interesses”, diz o jurista.

No parlamentarismo, segundo ele, políticos só têm vida “dentro do partido”. Gandra Martins cita as políticas econômicas tomadas pela presidente Dilma Rousseff em relação à Petrobras e setor energético como “impossíveis” em tal regime, já que seu partido não teria o poder de barganha das coalizões feitas para aprová-las no Congresso.

“As práticas são efetivamente decididas de acordo com o interesse nacional”, diz. “A Margaret Thatcher [primeira-ministra do Reino Unido de 1979 a 1990, famosa por reformas liberais] era obrigada a dar explicações quase diariamente ao Congresso”. O modelo de referência britânico é defendido pelo jurista e proposto pelo senador Aloysio Nunes em sua PEC — excetuando-se apenas o título monárquico ao chefe de Estado.

Para Gandra Martins, o parlamentarismo evita também as uniões questionáveis de coligações de partidos e políticos sem qualquer intimidade. O esquema de alianças, comuns no sistema atual, são motivação para votações guiadas no Legislativo pelo interesse em cargos no alto escalão do poder.

Em busca de tempo de TV durante a campanha, por exemplo, o jurista cita a curiosa aliança de Marta Suplicy (PMDB-SP) e Andrea Matarazzo (PSD-SP) em chapa única para a Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2016. Quando prefeita da cidade, a antiga petista Marta enfrentou ampla oposição do então tucano Matarazzo. “Hoje, ninguém se compromete com partidos”, diz Gandra Martins.

Assim como as decisões políticas são mais dependentes de aprovação de toda a base de governo, os erros também ganham linhas mais coletivas. O parlamentarismo aproveita os sistemas de destituição mais simplificados para tirar do poder o político que não esteja atendendo aos interesses da maioria.

Para defensores do sistema parlamentarista, essa é uma forma mais eficaz de botar o país no rumo desejado sem o desgaste de um processo de impeachment.

“Nas investigações da Operação Lava Jato, em que todo o governo foi contaminado, haveria base para levar ao parlamento o pedido de escolha de um novo governante e até uma dissolução do Congresso e novas eleições”, diz Gandra Martins.

Na mesma Lava Jato, porém, a recorrente troca de governantes pode gerar sensação de instabilidade política. É o que acontece na Espanha, em que, mesmo com dissolução do Legislativo e eleições, ainda há dificuldade de formar maioria no parlamento e tomar as decisões que tirem o país da crise.

Gandra Martins concorda que a instabilidade é possível no Brasil, mas “em menor grau que no presidencialismo” e “não é o que vem acontecendo no mundo em geral”. Em virtude de novas denúncias de corrupção aparecendo o tempo todo nos últimos dois anos, esse é o ponto mais sensível que carece de estudo para aplicação.

Por outro lado...

O Brasil viveu dois momentos de parlamentarismo na história, ambos em momentos de democracia frágil.

O primeiro, ainda no período de Império, ficou conhecido como “parlamentarismo às avessas”, já que ministros eram nomeados por D. Pedro II e, então, aprovados pela Câmara — o modelo tradicional prega o contrário. Quando insatisfeito pela decisão do Legislativo, o imperador tinha o poder de dissolver a Casa, fazendo com que ganhassem apenas os políticos simpáticos à monarquia.*

O segundo, em 1961, foi alternativa à renúncia de Jânio Quadros. O então vice-presidente João Goulart só foi efetivado na presidência ao abrir mão de poderes no Executivo, com previsão de plebiscito para decidir a manutenção do sistema em 1965.

No período, não houve estabilidade e primeiros-ministros foram trocados. Jango conseguiu articular uma antecipação e o presidencialismo retornou em 1963. Suas propostas para a crise econômica da época geraram articulações para o golpe militar de 1964, que o tirou do poder.

Sem grande sucesso com experiências passadas, o parlamentarismo não teve força para ser implantado mesmo depois da redemocratização. Tanto que, em 1993, o brasileiro decidiu em novo plebiscito pela República presidencialista, vigente desde então.

Considerando esses fatores e somado ao fato de que uma mudança brusca de sistema é mais custosa em termos de aprovação, há quem defenda reformas graduais do presidencialismo.

Sérgio Abranches, cientista político e autor de famoso artigo sobre o tema que trouxe à tona o termo “presidencialismo de coalizão”, diz que, quando feitos devidos ajustes ao sistema vigente, é possível reverter as crises políticas e de governabilidade.

Para o especialista, a principal chaga do sistema é a flexibilização da legislação para criação de partidos políticos. O atual ambiente tem, de acordo com ele, uma quantidade de interesses a serem atendidos pelo presidente que ultrapassa o administrável, fazendo com que concessões cada vez maiores sejam feitas para manter unida a base.

“Soma-se a isso a conivência com a corrupção e se cria um ambiente de clientelismo que gera desesperança na política e afasta o surgimento de novas lideranças”, diz Abranches. “É uma situação de barganha constante, sem que os interesses da sociedade sejam atendidos”.

Segundo o cientista político, o primeiro passo para melhoria está dado conforme se forma consenso com relação a proibição das coligações para eleições proporcionais. Essas coligações somadas ao coeficiente eleitoral gera muita sobra para eleição de deputados e vereadores com pouquíssimos votos.

“Pode juntar com a cláusula de barreira [norma que impede ou restringe o funcionamento do partido que não alcançar mínimo percentual de votos] com raiz na Constituição, mas só essa proibição já diminui a quantidade de partidos com representação no Legislativo”, afirma. “Essas mudanças poderiam derrubar de 28 para cerca de 8 partidos na Câmara, por exemplo”.

Para Abranches, o problema a ser resolvido a seguir seria a formação de um sistema federativo entre os estados brasileiros. Hoje, a formação sociocultural de cada um torna-se impasse nas negociações, pois cada região do país tem carências muito particulares e cada deputado ou senador precisa puxar para si a destinação das maiores verbas.

“Tem que ser uma mistura entre Estados Unidos e União Europeia, em que há capacidade de atuação da União na redução de desequilíbrios entre os estados”, diz Abranches. “Deve ter a autonomia estadual que os EUA têm, com restrição de uso de recursos para financiar o básico dos estados e municípios. O dinheiro federal seria para projetos específicos e dentro de um projeto de equalização social dos estados”.

Segundo o especialista, itens como saúde, educação e segurança devem ser responsabilidade do estado, não da União. Hoje, é o governo federal que repassa verba recebida por impostos para os estados. No novo modelo, o dinheiro iria direto para a administração estadual e cada uma priorizaria suas necessidades mais urgentes, evitando mais permutas políticas.

“Sem considerar esses fatores, em um sistema parlamentarista, podemos ter trocas de governo o tempo todo, já que as baixas econômicas tendem a ser mais frequentes por causa da instabilidade global”, diz.


O cientista político lembra que o processo de impeachment de Dilma está sendo traumático porque ainda tem ampla resistência de setores políticos. “No caso Collor, foi rápido e indolor”.

LINK ORIGINAL: ISTOÉ - http://goo.gl/XlJVp4

(OBS DA PÁG)
*Dom Pedro II NUNCA nomeou algum ministro simplesmente por ser à favor da monarquia, mas sim garantia a a mudança de governos em uma época que não tínhamos "povo político". Isso evitou ditaduras e golpes, coisas comuns nas repúblicas vizinhas.

E S.M. escolhia um nome de uma lista tríplice que o parlamento escolhia.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

SÁBADO IMPERIAL DE CURITIBA 2016

S.A.I. o Príncipe Dom Luiz (esq), Chefe da Casa Imperial
e seu irmão, o S.A. Príncipe Imperial Dom Bertrand

Prezados monarquistas,

É com grande satisfação que a Pró Monarquia – Casa Imperial do Brasil anuncia a realização do Sábado Imperial 2016, promovido em Curitiba (PR), no próximo dia 3 de setembro, pela Frente D. Pedro II, em parceria com o tradicional Clube Curitibano, com a presença de S.A.I.R. o Príncipe Imperial do Brasil, Dom Bertrand de Orleans e Bragança.

PROGRAMAÇÃO:

Sábado Imperial 2016
Frente D. Pedro II
Curitiba, 3 de setembro de 2016
Clube Curitibano – Av. Getúlio Vargas, 2857
Espaço Carolla

• 09h30 – Recepção aos participantes;

• 09h45 – Abertura;

• 10h00 – “Barão de Serro Azul, um homem à frente de seu tempo”, pelo Desembargador Noeval de Quadros;

• 11h00 – “Princesa D. Isabel, a Redentora, da abolição à beatificação”, pela jornalista Zélia Sell;

• 12h00 – Intervalo para o almoço, com a presença de S.A.I.R. o Príncipe Imperial do Brasil, Dom Bertrand de Orleans e Bragança;

• 14h00 – “D. Pedro II, o Imperador cidadão”, pelo historiado e escritor Prof. Renato Mocellin;

• 15h00 – “Ruptura do destino democrático, Monarquia x República”, pelo advogado e médico Dr. Laércio Lopes de Araújo;

• 16h00 – Intervalo;

• 17h00 – “Sócrates: Voltai a fazer o que fazíeis quando éreis felizes”, por S.A.I.R. o Príncipe Imperial do Brasil, Dom Bertrand de Orleans e Bragança.

INFORMAÇÕES:

• NÃO será cobrada taxa de inscrição aos participantes. É, entretanto, indispensável a inscrição prévia, para possibilitar acesso às dependências do Clube Curitibano;

• O almoço – OPCIONAL – será servido no Restaurante Duetto, no próprio Clube Curitibano, ao preço de R$ 55,00 (cinquenta e cinco reais) por pessoa, bebidas à parte;

• O Bourbon Convention Hotel oferece tarifas de hospedagem diferenciadas para os participantes do evento, devendo ser mencionada na reserva a condição de participante do Sábado Imperial 2016. Reservas e pagamentos devem ser feitos diretamente ao Hotel. Para mais informações, pedimos que entrem em contato com a Frente D. Pedro II.

INSCRIÇÕES:

Pedimos que interessados em participar do Sábado Imperial 2016 entrem em contato com a Frente D. Pedro II.

FRENTE D. PEDRO II
Rua Lourenço Pinto, 196, cj. 901
80010-160 – Curitiba (PR)
(41) 3224-2995
Frented.pedrosegundo@hotmail.com

LINK ORIGINAL: Pró Monarquia - https://goo.gl/DWUjJh

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Elogio a Monarquia: o capítulo do livro "Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil" - IV


A acusação
O Brasil foi o penúltimo país da américa a abolir a escravidão

A defesa
Até mesmo o povo brasileiro custou a apoiar a abolição

Uma acusação frequente que se faz à monarquia é ter demorado tanto para dar um fim à escravidão. O fato não é mesmo motivo de orgulho: o Brasil, pouco depois de Cuba,foi o último país da América a libertar os escravos. É injusto,no entanto, responsabilizar somente os líderes do país por essa lentidão. Para aprovar leis, eles precisavam do apoio dos deputados e senadores, que refletiam, pelo menos em parte,a opinião pública. E não só os proprietários rurais, mas o povo em geral e até mesmo a maior parte dos escravos demoraram a aderir com entusiasmo à luta abolicionista.Nos livros didáticos de história do Brasil, as revoltas do Período Regencial (os nove anos em que o país esperou a maioridade de Dom Pedro II) aparecem sempre como expressão da vontade popular a ser “sufocada” e “abafada” pelas forças imperiais. Pois nenhuma das grandes revoltas regenciais propunha o fim total da escravidão. A maioria delas deu mostras de que, se fossem vitoriosas,seguiriam o caminho dos governos de caudilhos latino-americanos. Eram indiferentes com relação à abolição até mesmo os movimentos que contavam com milhares de negros e escravos entre seus aliados, como a Cabanagem, do Pará, conhecida pela participação do povo nos protestos.

Os rebeldes “cabanos” tinham como objetivo principal a independência do estado: não havia consenso sobre o fim da escravidão. Eduardo Angelim, um dos líderes da Cabanagem, chegou a sufocar revoltas de escravos e executar os próprios aliados que pregavam a abolição. O gaúcho Bento Gonçalves, o grande líder da Revolução Farroupilha, morreu em 1847 deixando no seu testamento 53 escravos para seus filhos e netos.

Costume aceito por milênios de tradição, a escravidão foi uma atividade que as pessoas só lentamente começaram a encarar como injusta. Em junho de 1850, navios ingleses passaram a invadir portos do Paraná ao Rio de Janeiro para apreender, afundar ou queimar navios negreiros. Os ataques provocaram exaltados protestos populares no Rio de Janeiro – não para defender os abolicionistas ingleses,e sim para reclamar da intromissão inglesa na soberania nacional e defender os traficantes de escravos que tinham seus navios destruídos.
Sob a pressão inglesa, quem era contra a abolição passou a usar o patriotismo e a soberania como argumento, como fez o escritor José de Alencar. “O movimento popular só adquiriu força na década de 1880, tão enraizado estava o escravismo em nossa sociedade”, afirma o historiador José Murilo de Carvalho. Mesmo as revoltas escravas não largavam o sistema escravista. É o caso da Revolta dos Malês, organizada por negros muçulmanos na Bahia, em 1835. Os escravos queriam conquistar a liberdade – e escravizar os brancos e os negros que não fossem muçulmanos.Em se tratando de liberdade dos escravos, alguns líderes do Império foram mais revolucionários que os revoltosos do século 19. José Bonifácio, cujas cartas Dom Pedro leu momentos antes de dar o grito no Ipiranga, defendia a emancipação dos negros antes mesmo da Independência,mas ninguém lhe dava ouvidos.

Em 1819, para mostrar a seus vizinhos que a escravidão não era um mal necessário,Bonifácio montou um sítio em Santos onde trabalhavam apenas homens livres. Os vizinhos não seguiram o seu modelo.Décadas depois, foi a vez de Dom Pedro II polemizar ao insistir na liberdade gradual dos escravos. Para aprovar as leis que progessivamente extinguiram a escravidão, o imperador teve que se bater com os políticos conservadores e liberais que formavam sua grande base de apoio. Deputados e jornalistas o acusaram até de impor o fim dos cativeiros de forma autoritária, pois Dom Pedro II usava o poder do trono para mudar ministros e favorecer aqueles que topassem apresentar leis abolicionistas à Câmara dos Deputados.Integrantes do Partido Liberal e do Partido Conservador acusavam de “suicídio político” os colegas que apoiavamos projetos de emancipação. A abolição, como se sabe, foi um dos fatores a provocar o fim da Monarquia no Brasil. O descontentamento com Dom Pedro II ficou evidente ao deputado Leão Veloso ao analisar a situação política da Bahia: “Aqui não havia republicanos, e agora não somente os há,como não há liberal que não se mostre disposto a sê-lo: na grande propriedade então parece firrmado o divórcio com a Monarquia”, escreveu ele.
Em 16 de novembro de 1889, horas depois de ser destituído do trono pelos republicanos,Dom Pedro II foi embora do Brasil levando consigo um travesseiro cheio de terra brasileira. A liberdade política que o Império possibilitou foi embora com ele. Em 23 de dezembro, pouco mais de um mês depois do início do novo regime, o marechal Deodoro da Fonseca instituiu a censura prévia. Uma junta de militares passou a avaliar os jornalistas que ameaçavam o novo regime. Os presos políticos e exilados, figuras que não existiam no Segundo Reinado, de repente se multiplicaram. Boa parte dos políticos, editores de jornais e cidadãos comunslogo tiveram saudade dos tempos reais. O jornalista João do Rio, ao descrever o Rio de Janeiro de 1908 no livro “A Alma Encantadora das Ruas”, se mostrou surpreso com a quantidade de trabalhadores, negros e brancos, que levavam nas costas tatuagens de símbolos imperiais. Afirmou ele: “Pelo número de coroas da monarquia que eu vi, quase todo esse pessoal é monarquista”.

Elogio a Monarquia: o capítulo do livro "Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil" - III


Diferente de outros reinos, o brasileiro não tinha uma corte movimentada, repleta de nobres se distraindo em jardins e solenidades. As cerimônias e os bailes eram raros e simplórios, como notou, escandalizada, a educadora alemã Ina von Binzer. “Você não faz ideia do que eu sentia! Era tudo horrivelmente simples!”, escreveu ela sobre a corte brasileira.Se Dom Pedro II tolerava opiniões divergentes e ligava pouco para o poder, não se pode falar o mesmo de seu pai. As grosserias e intempestividades de Dom Pedro I são famosas – o homem foi o líder mais tosco da história do Brasil. Fanfarrão, temperamental, mal-educado, devasso, corrupto, todos esses adjetivos cabem sem exageros ao jovem imperador. Quando se sentia ofendido por algum jornal,Dom Pedro I publicava panfletos anônimos cheios de xingamentos. Isso quando não partia direto para a violência. Em 1823, mandou um bando invadir a casa de Luís AugustoMay, autor de um panfleto de oposição, o Malagueta, e dar uma surra no homem.

Os ministros de Dom Pedro I também precisavam ter paciência com o chefe. Ele costumava demiti-los por qualquer motivo, geralmente quando se irritava com eles. O gabinete ministerial mudou dez vezes em seus nove anos de governo. “Tinha o hábito de intrometer-se em tudo, de distribuir os menores cargos, de dispor dos dinheiros do tesouro, degradando com isso as funções de ministro e humilhando os que as exerciam”, conta a historiadora Isabel Lustosa.Dom Pedro tomava ainda decisões arbitrárias e irresponsáveis. Em 1823, seis meses depois de convocar uma Assembleia Constituinte, se irritou com os deputados,fechou a câmara e mandou todos para casa. Os desmandos de Dom Pedro I, a suspeita de que ele provocou a morte da Imperatriz Leopoldina e sua vontade de virar rei de Portugal levaram o povo e os políticos imperiais a se revoltarem contra ele, que acabou dando o fora do Brasil em abril de 1831.Aquele herói, definitivamente, não tinha nenhum caráter. No entanto, está ficando claro aos historiadores que tantas canalhices e traquinagens ofuscaram um lado menos perverso de Dom Pedro I. Ao fechar a Assembleia Constituinte, ele prometeu uma constituição “duas vezes mais liberal” que a planejada pelos deputados. Cumpriu a promessa no ano seguinte, apresentando uma das cartas mais modernas da época. A Constituição de 1824, apesar de centralizar poder demais nos braços do rei, permitia o voto até mesmo de analfabetos.

Havia uma exigência de renda mínima para poder votar, mas o valor era baixo – 100 mil-réis, menos que o salário de um contínuo. A carta era ainda mais liberal na religião. Por todo o século 19 haveria gente defendendo o ultramontanismo, corrente que pregava a superioridade da Igreja ao Estado – os chefes de governo dos reinos católicos deveriam ser indicados pelo Vaticano.

Em 1824, Dom Pedro I não só deixou claro que quem mandava era o Estado como oficializou a tolerância religiosa. A constituição previa que os bispos seriam nomeados pelo próprio imperador e que judeus e outros grupos não cristãos (como a Maçonaria, com a qual o imperador simpatizava) poderiam abrir templos no Brasil. Como resume o historiador Neill Macaulay: Dom Pedro, de fato, deu ao Brasil uma carta que assegurou por 65 anos os direitos básicos dos cidadãos – não perfeitamente, mas melhor que qualquer outra nação do Hemisfério Ocidental naquela época, com a possível exceção dos Estados Unidos – enquanto os vizinhos da América Latina, sob inúmeras constituições que diferiam só em detalhes daquela desenhada na Assembleia, caíram vítimas de longos períodos de ditaduras e regras arbitrárias.


A acusação:
A independência foi um jogo de cartas marcadas

A defesa:
Ninguém queria se separar de Portugal


A Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822,lembra geralmente um jogo de cartas marcadas. Como aconteceu sem a participação do povo ou de um herói libertador,ficou a impressão de que o Brasil manteve laços da dominação colonial mesmo depois de se separar. Como escreveu o historiador Evaldo Cabral de Mello: “O brasileiro nunca se sentiu à vontade com a maneira pela qual se emancipou, intuindo que a Independência fora pouco mais excitante que a tramitação de um processo burocrático”. Na verdade, até meados de 1822, meses antes de Dom Pedro tornar o país independente, ninguém ligava para a separação do Brasil do reino português. Ela não passava pela cabeça dos políticos, juízes, jornalistas, funcionários públicos, nem dos cidadãos comuns. Nos panfletos e jornais, não há defesas à cisão do reino português.

O principal jornalista da época, Hipólito da Costa, criador do Correio Braziliense,desprezava a independência até meados de 1822. A historiadora Lúcia Bastos Pereira das Neves analisou mais de 300 folhetos políticos e jornais publicados nos três anos anteriores à Independência, além de cartas, documentos oficiais e mais de 30 jornais da época. Descobriu que a ideia do Brasil livre de Portugal virou um plano de verdade só em abril,cinco meses antes dos cupinzeiros das margens do Ipiranga entrarem para a história. “Em fins de 1821 e princípios de 1822, ao contrário do que poderia sugerir uma interpretação tradicional da Independência, as ideias favoráveis à emancipação do Brasil encontravam-se completamente ausentes do debate político”, concluiu a historiadora no livro “Corcundas e Constitucionais”, publicado em 2003.

As polêmicas da época eram outras. A principal delas tratava da forma de governo que o grande reino português deveria adotar. No começo do século 19, as monarquias detodo o mundo estavam divididas. A lembrança da Revolução Francesa atrapalhava o sono dos nobres – Luis XVI e Maria Antonieta haviam sido guilhotinados no meio demultidão em festa; anos depois Napoleão varreu quase todos os tronos ainda em pé na Europa continental. Neste novo cenário, os nobres se dividiam em absolutistas e constitucionais. Os primeiros, apelidados de corcundas, defendiam a volta aos tempos antigos, quando o rei tinha poder total sobre o governo do país, a criação de leis e o sistema judiciário. Já os constitucionais achavam necessário se adaptar ao espírito do século e aceitar um poder limitado,em que o monarca tinha que baixar a cabeça à Constituição.O segundo grupo ganhou o páreo, a custo de muita luta política e pressão popular. Dos panfletos e jornais que circulavam no Brasil, quase todos defendiam a Constituição – alguns deixavam isso claro já no título: Diário Constitucional, Revérbero Constitucional,Compilador Constitucional, Hinos Constitucionais e até mesmo O Alfaiate Constitucional.Outro motivo de discussão era o lugar em que o reino português deveria instalar sua sede. Isso porque a ideia mais corrente da época era criar o Império Luso-Brasileiro,um reino unido em que Brasil e Portugal teriam governos independentes e o mesmo poder político. Era o que planejava José Bonifácio de Andrada e Silva, o “patriarca da Independência”.

No livro “Lembranças e Apontamentos do Governo Provisório da Província de S. Paulo para os seus Deputados”, publicado em junho de 1821 para orientar os deputados que representariam o Brasil em Lisboa, ele firma a posição na ideia do governo brasileiro autônomo. E considera essencial “determinar onde deve ser a sede da Monarquia; se no Reino do Brasil, ou alternativamente pelas séries dos Reinados em Portugal e no Brasil; finalmente no mesmo Reinado por certo tempo, para que assim possa o Rei mais depressa satisfazer reciprocamente as saudades deseus povos”. Essa posição se manteve até o ano seguinte.A cisão do reino só aconteceu por causa da insistência dos parlamentares portugueses em manter o Brasil num nível político mais baixo. Em 9 de dezembro de 1821, emissários chegaram de Portugal com ordens duras impostas pelo governo português. Os decretos insistiamna volta de Dom Pedro à Corte e determinavam o fechamento de tribunais e departamentos administrativos, o que resultaria na demissão de 2 mil pessoas que viviam da administração do Reino no Brasil.

Jornais logo se pronunciaram; cartas e abaixo-assinados chegavam de São Paulo e Minas Gerais. Em 9 de janeiro de 1822, depois de receber um manifesto com 8 mil assinaturas para que desobedecesse as ordens de Portugal e permanecesse no Brasil, Dom Pedro comunicou a todos a célebre frase: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto! Digam ao povo que fico”. O Dia do Fico é considerado o instante inicial da rachadura que resultaria na independência; no entanto, mesmo depois desse episódio,os brasileiros ainda tinham esperança em continuar como parte do reino e manter uma ligação com a Europa. Comomostra um panfleeto dirigido aos portugueses e publicado depois do 9 de janeiro: Atrevidos, o Brasil não é escravo; o Brasil quer, e há de querer sempre ser unido a Portugal; mas ele não sofrerá insultos de seu irmão, sendo que mais velho seja, nem teme fantasmas.

Com o passar das semanas, porém, ideia de manter aunião com Portugal foi subindo no telhado. As cortes portuguesas teimavam em reduzir o Brasil a colônia. No dia 28 de agosto, chegaram de Lisboa mais ordens a Dom Pedro I.Desta vez, pediam que ele anulasse medidas tomadas por José Bonifácio, demitisse todos os ministros e colocasse no lugar homens escolhidos pelos portugueses. O príncip enão teve alternativa senão fazer o que não queria: anunciar a Independência do Brasil. A partida que ele jogou não foi a de cartas marcadas – e sim um blefe que assustou até súditos brasileiros.

Elogio a Monarquia: o capítulo do livro "Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil" - II


No Segundo Reinado, ex-alunos de Coimbra se tornaram os cabeças do Partido Conservador, o principal partido do Império. Os políticos do grupo saquarema se inspiravam nos grandes teóricos do conservadorismo para fundamentar a missão de evitar revoluções e o caos no Brasil. O Visconde de Uruguai, que foi deputado, senador, ministro e conselheiro de dom Pedro II, acreditava que era preciso “empregar todos os meios para salvar o país do espírito revolucionário, porque este produz a anarquia, e a anarquia destrói, mata a liberdade, a qual somente pode prosperar com a ordem”. Bernardo Pereira de Vasconcelos, o mais sarcástico e influente orador do Parlamento brasileiro e autor do Código Criminal de 1830, não tinha vergonha de dizer que vinha da classe dos “capitalistas, dos negociantes, dos homens industriosos, dos que se dão com afinco às artes e ciências: daqueles que nas mudanças repentinas têm tudo a perder, nada a ganhar”.

Criou-se assim um ambiente em que era deselegante e infantil pregar revoluções e reformas radicais. Havia um consenso, mesmo entre os políticos brasileiros de grupos inimigos, que mudanças, se necessárias, deveriam passar por um processo lento e gradual, sem sobressaltos e traumas,garantindo liberdades individuais. A maioria dos políticos tanto era contra o Antigo Regime (em que o rei tinha poder absoluto nas decisões), mas ninguém defendia revoluções que cortassem a cabeça dos padres e dos reis e resultassem em caos da economia e terror entre os cidadãos, como aconteceu na França a partir de 1789. “Buscavam mudanças inovadoras, mas ao mesmo tempo queriam conservar o espírito das antigas estruturas econômico-sociais”, explica a historiadora Lúcia Bastos Pereira das Neves no livro “Corcundas e Constitucionais”, outro clássico sobre a mentalidade política daquela época.

No meio do caminho entre as reformas e a necessidade de manter a tradição, esses políticos são chamados hoje de liberais-conservadores.
Aqueles homens participaram de uma escolha consciente, um projeto bem pensado e posto em prática para manter a unidade do Brasil e modernizá-lo sem correr o risco de entregá-lo a aventureiros a cavalo. Não que tenham solucionado os problemas do país ou ficado livres de picaretagens e privilégios, como a nomeação de amigos e parentes a deliciosos cargos públicos. Mas o Império teve virtudes que são frequentemente esquecidas, ao mesmo tempo em que é alvo de acusações injustas e da visão simplista de que teria atendido somente a “interesses da elite”. Por mais fora de moda que isso pareça, é preciso defender a política da época. A seguir, três defesas a ataques comuns que se fazemà monarquia no Brasil.


A acusação:
O Brasil foi um dos últimos países da américa a virar república

A defesa:
A Monarquia brasileira era mais republicana que as repúblicas vizinhas

No fim de 1889, quando um grupo de militares liderado pelo marechal Deodoro da Fonseca proclamou a República e mandou a família real embora do Brasil, os observadores mais atentos dos países vizinhos entenderam muito bem o que a mudança significava. Rojas Paúl,presidente da Venezuela, resumiu a queda da Monarquia brasileira em uma única frase: “Foi-se a única república da América”.A famosa liberdade política do Império atingiu oponto alto durante o reinado de D.Pedo II. Dava o que falar não só entre as repúblicas vizinhas como entre os países europeus, criadores da noção de direitos individuais e de liberdade de imprensa. Nos jornais, até mesmo injúrias e difamações podiam ser publicadas sem resultarem processo para seus autores. “Diplomatas europeus e outros observadores estranhavam a liberdade dos jornais brasileiros”, conta o historiador José Murilo de Carvalho.“Schreiner, ministro da Áustria, afirmou que o imperador era atacado pessoalmente na imprensa de modo que ‘causaria ao autor de tais artigos, em toda a Europa, até mesmo na Inglaterra, onde se tolera uma dose bastante forte de liberdade, um processo de alta traição’.”

Os jornais publicavam dia a dia ilustrações satíricas – como a de Dom Pedro II, sonolento, sendo atirado para fora do trono. Mesmo diante desses ataques o imperador se colocava contra a censura. “Imprensa se combate com imprensa”, dizia.Nos 120 anos da República brasileira, são frequentes os presidentes que trataram os cidadãos, pressionaram a imprensa e gastaram o dinheiro público como se fossem reis absolutistas. Mesmo aqueles que tiveram contribuições relevantes ao país caíram no costume de agir como se estivessem acima da lei. Pode-se dizer o contrário de Dom Pedro II. Nosso último monarca, chefe do Poder Executivo e do Poder Moderador, descendente dos Bragança e dos Habsburgo, duas das mais tradicionais famílias reais europeias, atuou quase sempre com a humildade que os presidentes deveriam ter. Como imperador, ocupava,além da cadeira de chefe do Poder Executivo, a de chefe do Poder Moderador, criado para ser um árbitro em situações de impasse, crise e intenso conflito político.Essa força dava a ele permissão para dissolver a Câmara dos Deputados e convocar novas eleições.

Acumulando os dois poderes, Dom Pedro II era quase um rei absoluto, mas raramente tomava decisões autoritárias. Trocava ministros com cautela e procurava acatar a decisão dos deputados. Achava desconfortável a posição de monarca – diversas vezes disse que preferia ser um presidente eleito ou simplesmente um professor. “Difícil é a posiçãode um monarca nesta época de transição”, escreveu para a sua amante, a condessa de Barral. “Eu decerto poderia ser melhor e mais feliz presidente da República do que imperador constitucional.”A humildade de Dom Pedro II se revelava também no cuidado que ele tinha com os gastos pessoais – outra atitude tão comum entre nossos presidentes quanto passar as férias em Osasco. Não que o imperador custasse pouco ao Brasil – a família real ganhava uma mesada anual de 800 contos de réis, uma pequena fortuna.

Em todo o seu reinado, porém, Dom Pedro II nunca permitiu que a dotação fosse reajustada, mesmo diante da insistência de ministros e parlamentares. A quantia nem sempre era suficiente, pois financiava bolsas de estudos de jovens brasileiros no exterior, colégios, instituições de caridade e custos extraordinários do país – em 1867, o imperador doou um quarto da dotação ao caixa da Guerra do Paraguai. Para viajar pelo Brasil e pelo mundo (Dom Pedro II fez três longas viagens à Europa e ao Egito e Jerusalém e outra aos Estados Unidos), emprestava dinheiro de casas de negócio brasileiras e fechava a mão nos gastos. Os estrangeiros que visitaram os palácios reais se espantavam com a “simplicidade e franqueza quase republicanas”, como descreveu a americana Elizabeth Agassiz em 1865. O Palácio deS ão Cristóvão, residência da família imperial, era mal iluminado, sujo e tinha móveis velhos – isso quando tinha: na sala em que os ministros esperavam para se reunir com o imperador mal havia cadeiras. O palácio no centro Rio de Janeiro também assustava. “Comentava-se que o Paço da Cidade se transformara, com o tempo e a falta de uso, em um velho palácio decadente e abandonado, com seus móveis velhos e sem valor”, conta a antropóloga Lilia Moritz Schwarcz.

Elogio a Monarquia: o capítulo do livro "Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil" - I


O jornalista Leandro Narloch levantou estudos recentes sobre a História do Brasil para reavaliar conceitos arraigados - o ideal do bom selvagem e o massacre da Guerra do Paraguai, por exemplo - e desconstruir mitos - alguns dos autores mais incensados da Língua Portuguesa, como Machado de Assis. O resultado de pesquisas de historiadores que não se renderam à educação tradicional à qual todos somos passados a ferro na escola surge no livro “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil” num texto bem humorado e fluido que nos leva a refletir sobre os papéis de mocinho e bandido. Baseado em farta bibliografia, Narloch revê o Brasil e traz a luz histórias que poderiam ficar restritas às estantes especializadas das livrarias. O livro está dividido em nove capítulos: Índios, Negros, Escritores, Samba, Guerra do Paraguai, Aleijadinho, Acre, Santos Dumont e Comunistas. Sem negar as qualidades ou os erros que a História do país e alguns brasileiros acumularam ao longo de cinco séculos, Narloch propõe um olhar mais curioso e menos acomodado. A nova edição do Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil está maior e ainda mais polêmica! Narloch decidiu explorar temas espinhosos, como as vantagens de uma Monarquia tão duradoura, e mostrar que as acusações que os Bandeirantes sofreram foram exageradas. Desde seu lançamento, há um ano e meio, foram vendidos mais de 120 mil exemplares. Leia abaixo o capítulo “Elogio a Monarquia”, que consta da nova edição da obra.

Se você teve um professor ranzinza nas aulas de história da escola, deve ter aprendido a se envergonhar do Brasil do século 19. Enquanto revolucionários e libertadores de boa parte do mundo travavam batalhas heroicas e conseguiam se livrar das garras das elites e dos países colonialistas, por aqui não aconteceu nada, nada: ficamos sempre no quase. As revoltas populares quase deram certo, mas foram sufocadas; os heróis quase venceram, mas foram perseguidos e mortos. As mudanças que aconteceram foram todas de cima para baixo, com pouca participação do povo. Fomos o último país a abo-lir a escravidão, o último a proclamar a República. Até a Independência decepciona, já que foi proclamada pelo próprio príncipe do reino português no Brasil.

Quando o professor revelava esse passado monótono, baixávamos a cabeça desanimados com a história nacional. Mal imaginávamos que aquele aparente fracasso era motivo, se não de orgulho, pelo menos de alívio.Basta ver o século 19 pelo lado dos nossos vizinhos.As revoluções populares da América espanhola foram vitoriosas – e deram, quase todas, em tragédia. Guerras civis, ditaduras e assassinatos em massa brotaram do México à Argentina, com o Chile como única exceção. A região se despedaçou, dando origem a diversas e pequenas repúblicas inimigas entre si. A Venezuela, depois de se ver livre da Espanha e se separar do vice-reinado da Grande Colômbia, caiu em guerras civis e raciais com resultados genocidas. A estimativa de mortos nos conflitos venezuelanos varia muito, mas é sempre assustadora: vai de 3%a 30% da população.

Na Argentina, as decisões ficaram nas mãos de caudilhos, líderes militarizados cheios de virilidade, bravura e proezas equestres, como Juan Manuel de Rosas e Facundo Quiroga. Quando esses homens chegavam ao poder, fechavam jornais, interrompiam eleições e praticavam atrocidades contra os inimigos e o povo em geral.

A autonomia teve contornos bizarros no Paraguai. O primeiro presidente, José Gaspar Rodríguez de Franci a,expulsou todos os empresários e comerciantes do país e decidiu se meter até mesmo na vida sexual dos cidadãos.Só casamentos inter-raciais eram permitidos para os descendentes de europeus: os homens eram obrigados a casar com as índias. Em toda a América Espanhola, a economia foi à ruína, e demorou décadas para voltar aos níveis anteriores às revoluções.O Brasil tomou um rumo diferente não só por ignorara voz do povo, por “pressão dos grandes proprietários de terras”, como geralmente se diz, ou por uma suposta mania do brasileiro de deixar as coisas como estão. Os mais influentes deputados, senadores, ministros e conselheiros do Estado eram tão idealistas quanto os libertadores da América, mas de uma ideologia que desprezava revoluções, mudanças bruscas e atos heroicos contrários à realidade.

Num livro já clássico, A “Construção da Ordem”, o historiador José Murilo de Carvalho revelou o perfil comum dos políticos e magistrados daquela época. A maioria deles tinha uma formação profissional e ideológica muito parecida: eram bacharéis formados na Universidade de Coimbra, um dos polos do pensamento conservador da Europa.No fim do século 18 e começo do século 19, quem quisesse ser político, advogado, juiz ou funcionário público de um bom escalão tinha que estudar fora do Brasil. Como ainda não havia faculdades de Direito por aqui(as primeiras, de São Paulo e Olinda, são de 1828), quase todos os jovens mais ricos se mudavam para Portugal.Entre 1822 e 1831, todos os ministros brasileiros que tinham educação superior haviam estudado em Portugal – 72% deles em Coimbra. Enquanto as teorias flamejantes que motivaram a Revolução Francesa tomavam o mundo,a Universidade de Coimbra tentava manter seus alunos à distância das ideias libertárias da moda. “Coimbra foi particularmente eficaz em evitar contato mais intenso de seus alunos com o Iluminismo francês, politicamente perigoso”, afirma José Murilo de Carvalho em “A Construção da Ordem”

Era preciso contrabandear livros de Voltaire e Rousseau, pois a universidade os proibia. O iluminismo propagado em Coimbra era mais comedido e cauteloso. Os estudantes liam Adam Smith, o pai do liberalismo econômico, e Edmund Burke, o pai do conservadorismo britânico – dois autores que foram traduzidos para o português por José da Silva Lisboa, o Visconde Cairú.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

UM DEBATE OPORTUNO: MONARQUIA X REPÚBLICA


Durante as últimas manifestações de domingo, membros da Pró Monarquia - Casa Imperial do Brasil, e muitos outros monarquistas que acompanhavam S.A.I.R. o Príncipe Imperial do Brasil, Dom Bertrand de Orleans e Bragança, e seu sobrinho, o Príncipe Dom Rafael do Brasil, quarto na linha de sucessão ao Trono Brasileiro, apresentaram e distribuíram o novo panfleto para disseminação da causa monárquica.

Com o texto “Um debate oportuno: Monarquia X República” o panfleto da Pró Monarquia – Casa Imperial do Brasil coloca em questão a atual forma e sistema de governo, assim como demonstra a crescente onda monárquica que tem ganhado cada vez mais adeptos, especialmente entre a juventude, do mesmo modo que convida os não-monarquistas para uma reflexão sobre como seria benéfica a restauração monárquica no Brasil: “Já parou para pensar nisso?”
Segue o texto que acompanha o panfleto:

“A nossa bandeira é verde e amarela, jamais será vermelha”! “Eu quero meu País de volta!”

Estes dois brados resumem o sentimento de milhões de brasileiros que saem às ruas, em manifestações firmes, totalmente ordeiras e pacíficas!

Essas multidões, vestindo o verde e amarelo de nossa bandeira e entoando animadamente as estrofes do Hino Nacional, proclamam que desejam um Brasil fiel a si mesmo, a suas raízes cristãs, a suas tradições familiares, a seus valores de concórdia e de paz social.

O mundo oficial (políticos, meios de comunicação, artistas, etc.) até agora procura as raízes profundas dessa insatisfação que tomou ruas e praças de todo o Brasil, sem nunca sair da cordialidade.

Muitos não querem ver de frente a realidade e tentam, mais uma vez, as manobras de bastidores que perpetuem ou poupem um esquema de poder corrupto e ideológico.

O Brasil autêntico, o Brasil profundo disse não a um projeto de poder de índole estatal e socialista, comandado pelo PT com a cumplicidade de muitos setores do mundo político, com a benevolência de certo jornalismo e com o apoio de alguma intelectualidade... sem esquecer amplos setores do clero progressista.

Agora muitos proclamam a falência do sistema político, procurando artimanhas para uma solução improvisada e precipitada. Fala-se, de repente, em parlamentarismo como a solução mágica para a falência do regime republicano presidencialista.

Mas... mas... muitos jovens nas ruas, nos locais mais diversos, em grandes e pequenas cidades passaram a portar a bandeira do Império como símbolo da esperança para o futuro. Eles crêem que não é mais um arranjo nem mais uma solução improvisada dentro do sistema republicano que irá solucionar a grave crise moral e política que arrastou o País a um tal desastre e vendaval de corrupção.

Meios de comunicação de nosso País e do exterior se interessaram por esse fenômeno e a Monarquia aparece como uma eventualidade séria a ser considerada, proclamada nas ruas por jovens.

Já parou para pensar nisso? Já pensou em debater essa questão? Vamos conversar, vamos debater sem preconceitos uma solução que já foi nossa! O Brasil foi grande e estável no tempo do Império.

Hoje em dia diversos Países do mundo civilizado têm a forma de governo monárquica. Já viu em algum deles uma crise política das dimensões da nossa? A substituição de um governo imoral e corrupto custar tanto ao País como está custando este interminável processo de Impeachment?

Já pensou que um Príncipe não é candidato a nada?
Que ele sobe ao Trono sem depender de ninguém, está fora e acima dos partidos políticos?
Que o monarca é o fator de estabilidade nas crises políticas?

A Inglaterra acaba de passar por um forte abalo político com a decisão do Brexit, ou seja a escolha por parte da população que para preservar a sua identidade e suas tradições, decidiu sair da União Europeia. A decisão trouxe comoção dentro e fora do País; o Primeiro-Ministro conservador se demitiu com seu governo, o líder da oposição trabalhista renunciou à liderança. Mas a paz social não foi abalada, o sistema político continua estável e sereno como sempre, sob a égide da Monarquia.

O Brasil precisa de um debate sério não só a nível político, mas nos meios universitários, nas classes dirigentes, no empresariado, nas associações de classe, etc.

Vamos promover esse arejado debate e não nos deixemos pautar por uma agenda precipitada de um mundo político em falência.”

Distribuído e desenvolvido para as manifestações de Agosto de 2016, a Pró Monarquia – Casa Imperial do Brasil disponibiliza sua leitura e download a todos através do link http://tinyurl.com/panfletomonarquia2016

OBS: Para fazer o download do panfleto é necessário ter conta no "Issuu". Clique em "share" e na opção "download".

LINK ORIGINAL: PRÓ MONARQUIA - https://goo.gl/XbyNlK

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

5 factos sobre o imperador do Japão que talvez desconheça

Imperador Akihito quer renunciar ao trono, mas a lei não o deixa. 
Outras cinco curiosidades sobre a casa imperial japonesa, a dinastia mais antiga do mundo

Passados 200 anos da última renúncia de um imperador ao trono japonês, a hipótese volta a estar em cima da mesa com Akihito, atual soberano da monarquia japonesa, que vai para o 28.º à frente do Império do Sol Nascente.

O imperador japonês emite comunicados à população de uma forma muito esporádica e foi com surpresa que os japoneses o viram falar à nação, na manhã desta segunda-feira, sem ser no âmbito de uma ocasião simbólica. Sem quer nada o fizesse prever, Akihito, de 82 anos, apareceu em público para sustentar o seu desejo de renunciar ao trono, com base na idade e na sua saúde, que se encontra em declínio. Apesar de o ter feito num discurso vago em palavras, foi percetível para a população japonesa aquilo que o monarca estava a pedir: uma discussão no parlamento para que a lei do trono seja alterada e ele possa renunciar.

Desde o século XIX, altura em que foi atribuído um estatuto de entidade divina ao imperador, que lhe foi retirado o direito de abdicar do trono, estando por isso obrigado manter-se no poder até ao dia da sua morte. O reinado de um imperador no Japão também define calendários. Cada reinado é referente a uma era no calendário japonês, sendo que, quando o imperador morre, volta-se ao Ano Um de uma nova era. A era de Akihito é conhecida pela era Heisei, que significa "paz em todo o lado".

Em reação às palavras do imperador, Shinzo Abe, o primeiro ministro do Japão, fez uma curta declaração na qual admitiu a disponibilidade do governo japonês para aceder ao pedido do imperador e rever a alteração da lei, que foi das poucas que se manteve depois da alteração constitucional realizada no final da II Guerra Mundial, em 1945.

Além da impossibilidade do imperador renunciar ao trono, existem outras características que deve conhecer sobre a família imperial japonesa, descritas pelo The New York Times.

UMA DINASTIA DURADOURA
A casa imperial do Japão é a dinastia mais antiga do mundo. Akihito é o 125.º imperador de uma dinastia que, acredita-se, vem do ano 600 A.C, ano da fundação do país, e é descendente do imperador Jimmu, que por sua vez, segundo a população, descendeu da deusa do Sol. No entanto, a história dos imperadores do Japão está envolta em mistério e as provas históricas só permitem atestar uma linha dinástica que não foi quebrada desde o ano de 500 D.C. Seja como for, já lá vão uns anos.

DE SEMIDEUSES A HOMENS
O imperador é o chefe de estado e a autoridade máxima do Xintoísmo, a religião do Japão. No século XIX começou a existir um maior culto de personalidade e uma deificação do imperador, tendo-se mantido essa tendência até ao século XX, quando Hirohito renunciou a esse estatuto atribuído pela constituição ao chefe de estado.

UMA FAMÍLIA DE CIENTISTAS
A família real japonesa colocou o país no trilho do desenvolvimento industrial e demonstra interesse pela ciência desde os tempos do imperador Meiji (1867-1912). Os dois últimos imperadores, Hirohito e Akihito, revelaram um interesse particular pela biologia marinha. Hirohito escreveu vários ensaios sobre a classe Hydrozoa, que alberga a família das alforrecas e das caravelas portuguesas, enquanto Akihito estudou muito atentamente os peixes Gobi, existindo até uma espécie nomeada em honra do imperador japonês.

MULHERES NO PODER
Embora com legitimidade para reclamar o trono durante um longo período da história, só oito mulheres ostentaram a coroa japonesa de imperatriz até hoje. A partir do século XIX, passou a ser proibido e agora só uma retificação da Lei da Casa Imperial pode fazer com que uma mulher volte a assumir o trono do Japão. O poder passa sempre para o filho varão mais velho da família real, que neste momento é o príncipe Naruhito. Como este só tem uma filha, o seu sucessor será, por sua vez, um sobrinho seu, o príncipe Hisahito (filho do irmão de Naruhito e neto do imperador Akihito). O executivo japonês chegou a ponder mudarar a lei a favor da princesa Toshi, filha única de Naruhito, mas com o nascimento do Hisahito, em 2006, o problema da sucessão masculina na família real japonesa ficou resolvido.

O TRONO DE CRISÂNTEMO
Akihito e a sua família vivem no palácio imperial de Tóquio, considerado uma das propriedades de imobiliário mais caras do mundo. No palácio imperial de Tóquio está também a Agência da Casa Imperial – órgão que trata de todos os assuntos da família real –, além de vários museus. A monarquia é referida de uma forma metafórica como o trono de crisântemo, no entanto, existe mesmo um trono de crisântemo instalado num palácio em Kyoto, no qual o imperador se senta quando da sua coroação.

LINK ORIGINAL: VISÃO - http://goo.gl/jk97dz

Montenegro 'legalizó' antes a su príncipe


Hace ya un lustro, el 12 de julio de 2011, en la víspera de su Fiesta Nacional, la pequeña ex república yugoslava de Montenegro celebraba una sesión histórica en el Parlamento nacional, en la que se rehabilitaba a su dinastía: los Petrovic-Njegosch, que reinó en el país desde finales del siglo XIX hasta la ocupación italiana durante la Segunda Guerra Mundial.

Los parlamentarios aprobaron una ley sin precedentes en el Viejo Continente por la cual se reconoce un estatus oficial al actual jefe de la Casa Real, el príncipe Nicolás, que había vivido hasta ese año en Francia, así como a sus descendientes. Mucho se ha especulado con la posibilidad de convertir Montenegro en un reino de nuevo o, al menos, en un principado. Al tratarse de un país de tan reciente creación y con una muy corta historia como Estado independiente, son justamente muchos de los símbolos de su monarquía los que más se han extendido como aglutinante social, empezando por su escudo y su bandera.

Pero, por lo pronto, la Casa del Príncipe cuenta con financiación pública y un gabinete para desempeñar sus responsabilidades. El jefe de la dinastía percibe el mismo sueldo que el presidente republicano del país, y tiene derecho a usar el Palacio Real de Krusevac, en Podgorica, como residencia oficial para mantener encuentros con dignatarios extranjeros o recibir en audiencia a delegaciones de todo tipo. La norma que aprobó el Parlamento le atribuye algunas funciones ceremoniales y le reconoce como heredero de la tradición histórica. Además, el príncipe ejerce cierta labor diplomática en el extranjero, sobre todo en otras monarquías.

La primera vez que asumió este 'rol' fue en noviembre de 2012, poco después de aprobarse la citada ley, cuando Nicolás representó a Montenegro en los funerales del archiduque Otto de Habsburgo.

LINK ORIGINAL: EL MUNDO - http://goo.gl/RWypl9

Rumanía avanza hacia la 'república coronada'

El rey Miguel, flanqueado por la princesa heredera, Margarita, y el príncipe Radu, saluda desde el palco de la Ópera de Bucarest, en su 90 cumpleaños

EDUARDO ÁLVAREZ
01/08/2016 03:06

Se cumple este 2016 el 150º aniversario de la dinastía real de Rumanía y, con ello, de la fundación del Estado moderno rumano. Una efemérides cargada de simbolismo que sólo se ha visto ensombrecida por las malas noticias sobre la salud del rey Miguel, de 94 años, retirado por completo de la vida pública desde que hace meses se conoció que padece cáncer. Es un caso 'sui generis' el de este país de la Europa Central. Se trata de una República democrática, desde la caída del comunismo en 1989. En la retina de muchos permanece como una imagen icónica la detención del dictador Ceaucescu y de su mujer Elena cuando trataban de huir en helicóptero tras el estallido de la revolución.

El Parlamento debe aprobar la norma que regulará las actividades reales

Poco tiempo después, en pleno proceso de reconciliación nacional, las nuevas autoridades republicanas permitieron el regreso al país de su último monarca, Miguel de Hohenzollern, exiliado poco después de la Segunda Guerra Mundial. Y no sólo eso. Le restituyeron su título de rey, le devolvieron muchas de las propiedades de la familia real confiscadas por los comunistas y favorecieron la participación de la Corona en la vida pública, con un relevante papel en los últimos años en asuntos sobre todo de carácter ceremonial y cultural.Pero la clase política rumana está decidida a dar un paso más y desde hace semanas se discute el borrador que ya ha presentado el Gobierno para regular la situación de la Casa Real como "persona jurídica de utilidad pública, independiente y apolítica, comprometida con la preservación de las tradiciones y valores del Estado y con la promoción y el desarrollo de Rumanía". Lo que de momento es un borrador habrá de convertirse en ley si así lo aprueba el Parlamento, cosa que se da por hecha ya que el consenso entre los partidos políticos es generalizado sobre esta cuestión.Puede parecer llamativo lo de convertir a la Corona en una de las instituciones de la República, si bien es algo que ya se ha hecho en otros países europeos como Montenegro y está muy extendido en toda África.

El jefe de la dinastía percibirá una asignación similar a la de ex jefes de Estado

A nadie se le escapa que el asunto ha cobrado urgencia por el agravamiento de salud del rey, ya que no estaba claro qué papel seguiría desempeñando a su muerte la dinastía. De hecho, la propia princesa heredera, Margarita, actual custodia de la Corona, se está encargando junto a su esposo, Radu, de discutir y negociar todos los aspectos de la futura ley de la Casa Real con los principales dirigentes políticos del país. Por lo que ya ha trascendido, esa norma garantizará en primer lugar la financiación de la Corona. Su titular percibirá una asignación equivalente a la de los ex jefes de Estado, los mismos honorarios que percibe el rey. La Casa contará para ejercer sus funciones con un aparato burocrático de 20 empleados y el Estado cederá durante 99 años el Palacio Elisabeta al jefe de la dinastía. Este coqueto edificio de Bucarest es en la actualidad residencia oficial del monarca, aunque son la princesa Margarita y el príncipe Radu quienes viven en él. El Senado aprobó en 2001 que su uso sería vitalicio del rey. Si ahora se aprueba la ley, sus sucesores tendrán garantizado poder seguir usándolo como residencia oficial. En otro orden de cosas, la ley, que reconoce el importante papel desempeñado por los miembros de la familia real en la sociedad rumana actual, dará soporte legal a las actividades tanto dentro como fuera del país de sus miembros, en algunos casos incluso en representación del Estado.

Carácter simbólico

Todas las funciones que se le atribuyen a la dinastía son de carácter simbólico, pero no se oculta tampoco que muchos actos van más allá. En su día, por ejemplo, el rey Miguel realizó una importante gira diplomática aprovechando sus buenos contactos con muchos jefes de Estado europeos para favorecer el ingreso de Rumanía en la UE. O ya recientemente algunas actividades de los miembros de la familia real buscan promover la actividad económica, como en el último viaje del príncipe Radu con una delegación de empresarios de Transilvania a la vecina Moldavia. Y ya se prepara una misión similar en otoño a Alemania.La ley contempla el control por el Parlamento de las actividades y financiación de la Casa Real, cuyo titular o jefe deberá comparecer una vez al año ante los diputados.Pero no todo el mundo está de acuerdo con la iniciativa. Curiosamente, son algunos sectores monárquicos los que más se oponen, porque creen que es una estratagema de la República para enterrar definitivamente la posibilidad de que haya un referéndum sobre la monarquía. Con el rey Miguel con una popularidad mayor que la de cualquiera de los políticos, muchos rumanos sueñan con la restitución del Trono, no sólo parcial.

LINK ORIGIANAL: EL MUNDO - http://goo.gl/RWypl9