sexta-feira, 30 de setembro de 2016

O dia em que o Brasil disse Não aos Estados Unidos

Resultado de imagem para EUA

Pesquisadora recupera documentos com proposta de deportar negros americanos para a Amazônia

CARLOS HAAG | ED. 156 | FEVEREIRO 2009

Washington, dezembro de 1862: em meio a uma custosa, em vidas e dinheiro, Guerra Civil, em que a União estava desesperada por fundos a fim de sufocar a rebelião dos estados confederados, o presidente Abraham Lincoln, em seu discurso anual, o State of the Union, ousou pedir ao Congresso a liberação de US$ 600 mil para outro fim que não o conflito. “Os congressistas precisam liberar o dinheiro necessário para a deportação de pessoas negras livres para qualquer lugar fora dos Estados Unidos”, afirmou Lincoln – cujo bicentenário de nascimento é celebrado neste mês – em seu discurso anual. Não foi a primeira ou a única vez que o governante, um ano antes da proclamação da emancipação dos escravos, falou oficial e publicamente sobre seu interesse em deportar negros: foram cinco declarações políticas, incluindo-se dois State of the Union e o discurso que precedeu a emancipação. “O local onde penso ter uma colônia é na América Central. É mais próxima de nós que a Libéria [território no continente africano, dominado pelos EUA, para onde foram enviados libertos]. A terra é excelente para qualquer povo, especialmente a semelhança climática com sua terra natal, sendo, portanto, adequada às suas condições físicas”, escreveu num artigo para o New York Tribune, “The colonization of people of african descendent”.

“O plano oficialmente proposto pelo presidente Lincoln e sancionado pelo Congresso, para dar início à tarefa de colonizar fora dos EUA os negros libertos ou em vias de serem libertados no decorrer da guerra, está em vias de se concretizar no máximo em cinco semanas. Eles serão transportados à custa do governo e mantidos durante a primeira estação à custa do Estado e para tal uma verba foi aprovada pelo Congresso”, afirmava, em agosto de 1862, um editorial do The New York Times. Foi com esse espírito que Lincoln nomeou como representante extraordinário e ministro plenipotenciário dos Estados Unidos James Watson Webb, um antiabolicionista que via a libertação de escravos como potencialmente mais perigosa do que a escravidão em si. “Não é apenas do interesse dos Estados Unidos e absolutamente necessário para sua tranquilidade interna que se livre da instituição da escravidão, mas também, em consequência do preconceito de nosso povo contra a raça negra, se torna indispensável que o negro liberto seja exportado para fora de nossas fronteiras, pois conosco ele jamais poderá gozar de igualdade social ou política”, afirmou Webb em carta ao secretário de Estado de Lincoln, William Henry Seward.

O tom, mais “discreto”, ainda assim não renegava (mesmo que Webb, então na situação, passasse a se dizer contrário à Secessão e, logo, à “lepra da escravidão”) os editoriais que escreveu, em 1843, para o Courier & Enquirer: “Libertar os negros do Sul e deixá-los onde se encontram será o início de um conflito que só poderá terminar com o extermínio de uma ou da outra raça. A raça negra é caracterizada por uma ignorância degradante e inferioridade mental, enquanto os escravocratas são honrados, patriotas e de mente elevada”. E foi na condição de representante oficial do governo americano que o mesmo Webb, em maio de 1862, submeteu ao governo brasileiro a proposta da constituição de uma empresa binacional de colonização da Amazônia com negros americanos livres ou em que seriam libertados ao longo da Guerra Civil. “O (marquês de) Abrantes apresentou três propostas do ministro americano, cujo fim é transvasar para o vale do Amazonas principalmente os negros que se libertassem nos Estados Unidos. O Abrantes ficou de tirar cópias de tão singulares propostas e de responder como convém ao Webb”, anotou dom Pedro II em seu diário em junho daquele ano, já ciente do projeto de “deportação” de negros. O primeiro historiador a chamar a atenção para essa história exótica foi Sérgio Buarque de Holanda, no prefácio que escreveu para o livro A Amazônia para os negros americanos, de Nícia Vilela, em 1968. “Não me ocorreu procurar em fontes documentais brasileiras outras notícias sobre o projeto. Percorrendo, com outros interesses, o arquivo pessoal do ministro Webb, hoje na biblioteca da Universidade de Yale, pude achar dois textos que se relacionam com o projeto”, afirmou Buarque de Holanda. A “dica” chamou a atenção da historiadora Maria Clara Sales Carneiro Sampaio, que saiu em busca de mais informações. Não achou nada no Brasil e partiu para Yale, onde teve acesso aos mais de dois mil documentos (que transcreveu) da coleção James Watson Webb Papers, dos anos 1862 e 1863.

Em meio à papelada examinada por Maria Clara havia: minutas do projeto, cartas enviadas a Seward sobre o andamento das negociações e anotações de Webb sobre a situação do Brasil, que, acreditava, estava carente de mão-de-obra escrava e aceitaria, de bom grado, receber os negros americanos em seu território. A partir do material levantado, a historiadora escreveu sua dissertação, Fronteiras negras ao Sul, orientada por Maria Helena Machado, professora associada da USP, onde o trabalho acaba de ser defendido. Maria Clara, em seu doutorado, vai expandir a pesquisa para os outros países também sondados por Lincoln. “Esse estudo revela as pouco conhecidas influências da Guerra Civil no Brasil. A ironia está no fato de o presidente Barack Obama ter Lincoln como modelo: se houvesse prevalecido a vontade dele, os EUA teriam expatriado os afro-americanos”, diz Maria Helena. “Ele foi um homem branco do seu tempo e, claro, compartilhava muitas das dúvidas de racistas sulistas sobre a possibilidade de negros se transformarem em cidadãos. No caso das expatriações, o interesse de Lincoln revela a sua dúvida se ex-escravos seriam assimilados na sociedade americana, mas também o seu feeling de que mais brancos, em especial aqueles dos estados fronteiriços entre o Norte e o Sul, apoiariam a abolição se fosse assegurado a eles que os negros libertos seriam ‘realocados’”, avalia a brasilianista Barbara Weinstein, professora de história em Yale.

O principal argumento apresentado por Webb em seu projeto baseava-se no suposto “estado crônico de falta de mão-de-obra no Brasil, em especial nas províncias do Norte”: “O rápido aumento do valor do negro no Rio de Janeiro e o avanço do café, somado ao decréscimo da população escrava, ao contrário da nossa, e que é de um tipo de africano bastante inferior aos trazidos ao Brasil, está rapidamente despovoando as províncias do norte do Império (Northern Provinces). A grande necessidade do Brasil agora é mão-de-obra. Pelas características de clima e solo, o trabalho negro é preferível ao branco”, justificava o americano. Não deixa de elencar as vantagens do uso do negro americano. “Deus criou nos corações do povo dos Estados Unidos, cujo clima e solo são propícios ao trabalho escravo, uma aversão à escravidão que resultou na maior guerra civil jamais vista. O negro que está prestes a ser manumisso (libertado) foi treinado para o trabalho: é dócil e tratável, mas suspira por liberdade. Deus, em Sua infinita sabedoria e misericórdia, tornou possível por meio da política e interesses dos EUA e do Brasil assegurar-lhe essa liberdade. O Brasil sofre pela falta de mão-de-obra. Quatro milhões de negros preparados para o trabalho, cada um valendo o equivalente a três africanos nativos, estão suspirando por liberdade e prontos para comprá-la no solo congenial do Brasil e sob as leis e instituições liberais brasileiras.” Afinal, continua Webb, “a Constituição do Brasil reconhece como iguais os negros dos homens brancos e igualmente elegíveis com ele aos mais altos cargos do Império, onde a distinção social entre as raças branca e negra, que já existiu, está quase erradicada”. O projeto, assegurava, era filantrópico.

A base seria uma concessão ao governo brasileiro do direito de exclusividade de trazer para o Brasil colonos, africanos ou afro-descendentes, emancipados ou em via de o ser. O nome da proposta indica o sentido real: concessão ao general James W. Webb, que teria esse privilégio mantido por 20 anos. “As pessoas a serem introduzidas pelo concessionário e seus associados serão chamadas de ‘aprendizes’: seu trabalho por um período de cinco anos e um mês do dia do seu desembarque no Brasil será propriedade do concessionário”, afirmava o contrato de concessão. “Em vez de libertar o escravo imediatamente, ele será preparado para gozar de sua liberdade e, ao mesmo tempo, pagar por seu ensino, pelo custo de seu transporte e por sua futura moradia”, observava Webb na proposta. “Há indicações fortes de que havia interesses comerciais no projeto, tanto de Webb como de brasileiros, interessados em lucrar com a administração de uma companhia de imigração, nos moldes lucrativos das companhias de colonização na África, como a que gerou a Freetown, em Serra Leoa, em fins do século XVIII, por abolicionistas ingleses, com o objetivo de desembarcar africanos apreendidos em tráfico ilegal, ou a compra do território da Libéria pela American Colonization Society, nos anos 1820”, avalia Maria Helena. “O dedo de Deus aponta para as províncias do Norte do Brasil como o futuro lar dos escravos libertos dos EUA. O Brasil e o negro liberto irão ambos se beneficiar na mesma medida: um tratado entre os EUA e o Brasil, pelo qual todos os negros libertos dos EUA lá sejam agraciados com terras pelo governo do Brasil e ao término dos anos estabelecidos se tornem cidadãos brasileiros com todos os direitos e privilégios da população negra do Império”, argumentava Webb.

Reservadamente, o ministro americano até concede que, no caso dos estados do Sul do Brasil, a vinda de imigrantes brancos europeus seria uma solução, mas isso não daria certo na região dos trópicos ao norte. “Estando o tráfico de escravos em seu fim e verificando-se que a colonização da Europa consta em leis imprudentes e egoístas, bem, que sejam humildes os estadistas brasileiros frente às perspectivas que o futuro apresenta. A não ser que as províncias do Sul sejam satisfeitas com trabalhadores de fora, o que só pode ser conseguido com uma mudança nas leis de colonização do Império, as províncias abaixo do Equador perderão seus trabalhadores e o Norte, por causa disso, vai voltar a ser habitado por indígenas e bestas selvagens dos quais tinha sido resgatado com a introdução do trabalho africano”, escreveu Webb, em despacho sigiloso, para o secretário de Estado Seward. Mas não apenas a União olhava para o Brasil como uma válvula de escape capaz de resolver os problemas que se avizinhavam com a abolição generalizada dos africanos, resultado do avanço da guerra. Os estados confederados já cogitavam esse movimento muito antes de Lincoln, em especial a partir de outro projeto polêmico, desenvolvido em finais da década de 1840 pelo tenente sulista Matthew Fontaine Maury, estudioso das correntes marítimas, inventor do telégrafo submarino e do torpedo fluvial, que seria usado pelos confederados, para os quais ele era um ídolo da estatura de Robert E. Lee, durante a Guerra Civil. “Maury propunha, sob a capa da discussão sobre a livre navegação do Amazonas, a imigração em massa dos plantadores de algodão sulistas e seus escravos para o vale amazônico, ou ainda a imigração forçada dos escravos, tornando-se a Amazônia a válvula de segurança dos EUA”, afirma Maria Helena.

Segundo a pesquisadora, prevendo a possibilidade de confronto entre Norte e Sul e as ameaças de perda do controle da situação que poderiam surgir com uma “guerra de raças”, Maury preconizava a transferência dos negros, capitaneada pelos sulistas, para o Brasil. “Não estou querendo transformar um território livre em escravista ou introduzir a escravidão onde ela não existe. O Brasil é um país tanto quanto o é a Virgínia. Sei que você se alegraria ao despertar um dia e afirmar que não existe mais escravidão na Virgínia. Isso sem tirar as correntes de um só braço, nem levar nenhum escravo à liberdade”, escreveu Maury. “Havia a questão da representação política. Os confederados colocaram a Amazônia no contexto da visão da liderança sulista, que acreditava ser necessário expandir a escravidão para um novo território para que aquela liderança continuasse a existir. Os confederados viam a escravidão como algo permanente e necessário ao seu modo de vida e estavam dispostos a derramar quanto sangue fosse preciso para impedir a abolição”, avalia Barbara Weinstein. “Só assim se pode entender a amplitude das propostas de Maury, que se convenceu de que o cenário privilegiado dos interesses sulistas estava na Amazônia. A medida que novos estados eram incorporados à União e a população dos estados não-escravistas crescia, o Sul viu-se ameaçado em sua representatividade. Expandir e anexar outras territórios era uma forma de equilibrar as forças políticas”, completa Maria Helena. “No momento em que os confederados resolveram se separar dos EUA, muitos se preocuparam em como vencer um Norte industrializado e mais populoso. O Deep South (o Sul profundo) aos poucos foi se convencendo de que teria que fazer uma aliança com o Brasil, o Deepest South (o Sul mais profundo) para sobreviver e assegurar que a escravidão seria mantida naquele hemisfério. Para figuras como Maury, o Brasil era não apenas a esperança de vencer a Guerra Civil, mas também um refúgio ideal em caso de derrota. Era o chamado slave imperialism, o imperialismo escravista”, afirma o brasilianista Gerald Horne, catedrático em história afro-americana da Universidade de Houston.

Para tanto, tomar a Amazônia era uma necessidade e mesmo um dever, parte do “destino manifesto”: “Quem vai povoar o vale do poderoso Amazonas? Aquele povo imbecil e indolente ou ele será desenvolvido por uma raça com energia e engenhosidade capaz de domar a floresta e trazer à tona os recursos que jazem ali?”, perguntava-se Maury em carta ao cunhado William Herndon, encarregado pela Marinha dos EUA de explorar a área sem nenhuma permissão do governo brasileiro. “Creio que o Brasil não vai colocar obstáculo ao povoamento da região por cidadãos americanos que escolherem ir para lá com seus escravos. Assim como o vale do Mississippi foi a válvula de escape para os escravos do Norte, agora livres, o Amazonas será para aqueles escravos do Mississippi”, acreditava o militar confederado. O estabelecimento de uma “República do Amazonas” seria o ápice da expansão sulista sobre o Brasil, a ponto de o abolicionista negro Frederick Douglass confessar sentir-se alarmado com esses planos amazônicos que, segundo ele, “tinham sido iniciados por capitalistas de nossas metrópoles e por meio de expedições ao Brasil, país com que, sem sucesso, eles tentam estabelecer um tratado para a proteção e propagação da escravidão no continente”. “Para os confederados era necessária a combinação entre as duas grandes nações escravistas da América, uma forma de resistência à pressão abolicionista do resto do mundo”, nota Horne. Seward, por meio de Webb, por várias vezes repreendeu o Brasil por sua suposta colaboração com embarcações sulistas que desembarcavam no Rio e em Salvador, bem como temia que o Império reconhecesse oficialmente os estados confederados.

Foi justamente o projeto de um “imperialismo escravista” da absorção do Deepest South, como o preconizado por Maury na década de 1850, que, em 1862, jogou um balde de água fria na proposta semelhante feita por Webb. “Foi necessária a cruzada de Maury para que o Brasil saísse do seu imobilismo e se dispusesse a enfrentar a questão da navegação do Amazonas. Em 1851, o governo imperial já cuidava de se entender com os estados ribeirinhos do Amazonas e seus afluentes, para uma futura política de limites de navegação e proteção do Amazonas”, explica Nícia Vilela em seu A Amazônia para os negros americanos. Assim, apenas em 1867 é que o Brasil se sentiu à vontade, dado o novo quadro estável de relações interamericanas, para abrir o Amazonas para a navegação internacional. “A reação brasileira ao projeto de Webb desenhou-se, em verdade, a partir da pressão da proposta de Maury, uma década antes. Enquanto o americano, nos EUA, propagandeava as vantagens de se ocupar o vale amazônico e as riquezas que seriam geradas pela livre navegação do rio, o Brasil começou a fazer esforços diplomáticos e políticos brutais para segurar o avanço norte-americano sobre a soberania do Império”, nota Maria Helena. Logo, não deveria ter causado surpresa a Webb a negativa do governo brasileiro.

“General: tive o prazer de ler com a máxima atenção os documentos que me confiou e agora lhe dou retorno em relação ao seu plano de introdução de negros libertos no Brasil. Devo admitir que o objetivo em si é altamente interessante. É minha opinião pessoal que suas ideias merecem consideração e que muitas delas, em circunstâncias favoráveis, seriam de grande utilidade. No entanto, nada dessa ordem poderá ser tentada em nosso país, pois temos uma lei que impede expressamente a entrada de qualquer negro liberto em nossas fronteiras. Encaminho a lei para seu conhecimento. Renovo meus votos de apreço e estima. Abrantes.” O projeto foi arquivado. “A elite política brasileira já estava focada na atração de imigrantes brancos europeus para o Brasil: planos de imigração e colonização estavam totalmente orientados no sentido do ‘branqueamento’ da população brasileira, e mesmo propostas para trazer trabalhadores chineses falhou porque o Parlamento não aceitou a vinda de ‘não-brancos’”, analisa Barbara. “Havia também o desejo de proteger a Amazônia de intrusões comerciais estrangeiras, especialmente num momento em que o comércio de borracha se firmou como uma fonte de divisas significativas. Até se pensou em criar colônias agrícolas no Pará nessa época, mas seriam para brancos europeus.” Do lado americano, a rejeição brasileira incentivava cautela.

“Você pensa que avista o dedo de Deus apontando para as províncias do Norte do Brasil como a terra de promessas, descanso e reparação dos escravos dos estados do Sul desta República e pede ao presidente poder para negociar um tratado para efetivar a remoção de tais homens. O presidente não pode, sem consideração adicional, atender a este pedido”, escreveu Seward em carta aberta a Webb, publicada no The New York Times. “O presidente, embora negando conceder a você, no momento, a autoridade que você solicita, convida-o para a continuação das suas discussões, a partir da importante posição que você ocupa em um país de condição tão sugestiva para o pensamento liberal.” Secretário de Estado e presidente pareciam não falar a mesma língua (basta lembrar que Seward foi preterido pelo Partido Republicano por Lincoln para concorrer à Presidência): “Eu declino de mudar a colônia de negros libertos para qualquer Estado sem antes obter o consentimento do seu governo. Ao mesmo tempo, ofereci aos vários Estados situados abaixo dos trópicos, ou tendo colônias nestes lugares, para negociar com os EUA, sujeito ao consentimento do Senado, em prol da emigração voluntária de pessoas daquela classe para os seus respectivos territórios, com a condição de que sejam recebidas de forma justa e humana. Lamento dizer que muitos que gostariam de fazer isso não o fazem porque apenas Libéria e Haiti estão disponíveis e as pessoas não estão tão interessadas em ir para esses lugares tanto quanto para outros”, afirmou Lincoln em seu State of the Union, deixando claro que ainda tinha esperanças em ver concretizada a deportação voluntária.

“O senhor Seward falou bastante sobre a questão da emigração da população negra. Homens de peso, entre eles o presidente Lincoln, acreditavam que a melhor coisa para ambas as raças era a separação e a conservação do Norte apenas para os brancos. Mas membros do Partido da Emancipação eram contra essa remoção, pois não consideravam sábio abrir mão de tantos músculos e braços e se era prudente entregar esse poder para nações que não necessariamente serão sempre amigas dos EUA”, escreveu Lord Lyons, ministro da Inglaterra baseado em Washington, para seus superiores, relatando uma conversa que tivera com o secretário de Estado poucos dias antes da proclamação da emancipação. “Lincoln, no entanto, presidiu uma nação em guerra violenta e precisava de apoio do exterior e, assim, a última coisa que desejava era se envolver num conflito com uma nação estrangeira. Qualquer interesse que tivesse no projeto ou no Amazonas era menor se comparado com a sua necessidade de manter boas relações diplomáticas com o Brasil”, analisa Barbara. “Uma razão para que os negros americanos permanecessem no Norte foi por causa da relutância de algumas nações, em especial o Brasil, de recebê-los em meio a uma Guerra Civil, da mesma forma que a simpatia desse país pelos estados confederados foi fundamental para os rebeldes”, acredita Horne. Isso foi determinante na vinda, após a guerra, de ex-confederados ao Brasil.

“Muitos emigraram e até tentaram trazer seus escravos (alguns até conseguiram), pois queriam viver num país onde o escravismo permanecia. A maioria se desencantou e voltou, mas muitos ficaram e fundaram comunidades. Alguns até pensaram em usar o Brasil como plataforma para construir um novo império escravagista e reverter o resultado da guerra”, diz Horne. Mas o dedo de Deus agora estava nas mãos do Norte.

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Mitos da escravidão em Minas são derrubados por pesquisador

Júnia Garrido/Divulgação - 4/2/2011
Aquarela de Carlos Julião
Estudioso derruba imagem de que os negros eram sempre os humilhados e revela: em Minas, mais de 30% deles tinham posses, eram proprietários de terras e até de outros escravos


Postado em 12/05/2012 06:00 / atualizado em 12/05/2012 07:59
Gustavo Werneck

Nas novelas de tv, ambientadas nos tempos da escravidão, os negros têm destino certo: quando não ficam amarrados no tronco apanhando feito cachorro, estão presos aos grilhões nas senzalas ou preparando quitutes na cozinha da fazenda. Já na literatura do século 19, comem o pão que o diabo amassou – se é que havia pão! – no porão das embarcações, encarando “tanto horror perante os céus” – como escreveu o baiano Castro Alves (1847-1871) no poema Navio Negreiro. Ganhou força, então, no imaginário popular, a imagem de homens e mulheres humilhados, vítimas de olhos baixos e impotentes para levantar a voz contra o seu senhor. Mas novos estudos mostram que a trajetória dos escravos africanos no Brasil tem muitos mitos e que eles foram, sim, agentes da história e nem sempre submissos.

Estudioso de tema tão polêmico há mais de 20 anos e autor de vários livros, o professor de história da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Eduardo França Paiva conta que os escravos desenvolveram autonomia e até ajuizaram ações contra os seus proprietários, quando se sentiam lesados. Muitas vezes levaram a melhor no tribunal, ao defender, por exemplo, que já haviam pago todas as parcelas de compra de sua liberdade, algo que o senhor contestava. “O equívoco maior é pensar que os cativos foram vítimas o tempo todo. O 13 de maio de 1888, lembrado amanhã, data em que a Princesa Isabel (1847-1871) assinou a Lei Áurea e extinguiu a escravidão no Brasil, serve para discutir o assunto e corrigir uma série de distorções, muitas delas construídas pelos abolicionistas”, diz o professor, que segue na próxima semana para Sevilha, Espanha, onde fará o segundo pós-doutorado, desta vez sobre as Américas portuguesa e espanhola. 

Nas suas pesquisas, o professor Eduardo, que atua nas áreas da história da escravidão e das mestiçagens, vem fazendo descobertas surpreendentes. Uma das mais importantes se refere aos senhores de escravos que, ao contrário do que se aprende na escola e nos livros didáticos, nem sempre eram brancos. Em Minas, do início do século 18 a meados do 19, mais de 30% desses proprietários eram ex-escravos ou descendentes de escravos. Em 1776, conforme as estimativas, havia na capitania de Minas, então a mais rica e populosa da colônia, com um comércio conectado com o mundo e efervescência social e cultural, cerca de 300 mil habitantes, sendo 130 mil forros (ex-escravos), 110 mil escravos e 60 mil brancos. 

Havia em Minas mais ex-escravos do que escravos, a maior parte mulheres”, afirma o professor, explicando que somente a partir da segunda metade do século 19, a escravidão passou a ser condenada. “Até então, era legal e legítima, e os cativos prezavam dois valores fundamentais: queriam ser livres e proprietários de escravos. Os castigos físicos eram comuns nesses tempos de patriarcado, em que os pais batiam muito nos filhos”, diz o autor de vários livros, entre eles Escravidão e universo cultural na colônia, editado pela UFMG, e Escravos e libertos nas Minas Gerais do século 18, da coleção Olhares/UFMG/Annablume. 

Fortuna

Entre as personagens mais importantes encontradas nas pesquisas está Bárbara Aleluia – negra filha de africanos, nascida no Brasil –, uma pernambucana que viveu em Sabará. “Ela foi uma das mulheres mais ricas da época, acumulou fortuna com o comércio e outras atividades”, revela. Pinturas ainda desconhecidas da maioria dos brasileiros mostram negras cobertas de joias e usando trajes típicos, a exemplo das mulheres africanas, ou andando pelas ruas com seu séquito. Num livro, Eduardo mostra o retrato de uma baiana, uma negra enriquecida, que posa em estúdio com seus colares de ouro.

Em Minas, com uma sociedade mais urbana, a situação era bem diferente da encontrada ao Norte da América Portuguesa. “Aqui havia muitos senhores de poucos escravos, em média cinco para cada um, bem diferente de Pernambuco e Bahia, com 30 por um. Outro diferencial mineiro é que nem todos os proprietários eram ricos”, diz o professor, explicando que, por volta de 1730, a mineração de ouro já estava em decadência, embora a economia se mantivesse forte e dinâmica, com um comércio influente e produção agrícola em ascensão. Esse quadro favorecia a compra da liberdade. 

Para conseguir o seu objetivo, o cativo tinha que ser, antes de mais nada, um bom negociador, o que significava um acordo com o seu dono sobre a forma de pagamento. Quem não ganhava a alforria em testamento ou na pia batismal, podia pagá-la parceladamente, num período de quatro a cinco anos, em prestações semestrais, num sistema denominado coartação – nesse tempo, o chamado coartado ficava longe do domínio cotidiano de seu proprietário. Outra forma de ficar livre era pagando à vista. “O dinheiro para saldar o débito era obtido de diversas formas. As mulheres dominavam o pequeno comércio, vendendo, nas ruas, doces, sucos, carnes e outros produtos. Eram muito comuns, nessa época, as ‘negras de tabuleiro’, que, como mostram também gravuras antigas, saíam pelas vilas e arraiais vendendo comidas. A prostituição era outro caminho para alcançar a liberdade”, conta. O artista italiano Carlos Julião (1740-1811) pintou aquarelas retratando a vida dos recém-chegados da África – e chamados de boçais por não saberem falar a língua portuguesa – e dos enriquecidos.

Um dos objetivos do professor é tirar dos escravos e forros o perfil exclusivo de vítimas e dar-lhes a dignidade de quem construiu sua liberdade e ajudou na edificação do país. “No Brasil, o cenário de escravos amarrados ao tronco, sendo chicoteados, é fortemente panfletário, embora o castigo físico tenha existido em toda a colônia. Enquanto os escravos foram efetivamente agentes da história, a historiografia brasileira contemporânea continua repetindo discursos abolicionistas, o que significa exagerar no grau de violência praticado pelos senhores”, diz o professor, convicto da necessidade de maior aprofundamento das pesquisas.

Primeiras leis

Para quem pensa que todo negro na colônia era escravo, o professor esclarece que nem todo escravo era negro. Mulatos, pardos e cabras (descendentes de negros e índios também eram escravos. E por que essa diferença? Eduardo conta que, no século 18, os “negros de corte”, a exemplo de alguns nobres do reino do Congo, iam estudar em Lisboa, Portugal, ou Salvador, na Bahia. Igualmente livres eram também alguns africanos que trabalhavam nos chamados navios negreiros que cruzavam o Oceano Atlântico. Em 1830, surgem as primeiras leis que proibiam o tráfico de negros determinando que todo africano que pusesse os pés no território brasileiro deveria ser considerado livre.

O equívoco maior é pensar que os cativos foram vítimas o tempo todo. O 13 de maio serve para discutir o assunto e corrigir uma série de distorções, muitas delas construídas pelos abolicionistas” Eduardo França Paiva, professor de história da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
 
 
Linha do tempo

Século 16 – Começa a escravidão no Brasil e os índios são os primeiros a trabalhar nesse sistema. Os negros africanos chegam à colônia na segunda metade do século;

Século 18 – O sistema começa em Minas, sendo escravos os negros, mulatos, pardos e cabras (filhos de negros com índios);

1830 – Entram em vigor as primeiras leis proibindo o tráfico atlântico de escravos. Todo africano que chegasse ao território brasileiro deveria ser considerado livre;

1850 – Em 4 de setembro, é aprovada a Lei Eusébio de Queirós, que põe fim ao tráfico negreiro;

1871 – Em 28 de setembro, é promulgada a Lei do Ventre Livre, que considerava livres todos os filhos de escravas nascidos a partir daquela data;

1885 – Em 28 de setembro, é promulgada a Lei dos Sexagenários ou Lei Saraiva-Cotegipe, que garantia liberdade aos escravos com mais de 60 anos;

1882 e 1885 – Em Minas, são criadas a Sociedade Abolicionista de Ouro Preto e a Beneficente Associação Marianense Redentora dos Cativos, que promoviam a emancipação dos escravos;

1888 – Em 13 de maio, a Princesa Isabel sanciona a Lei Áurea, que extingue a escravidão no Brasil.

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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

DOM RAFAEL DE ORLEANS E BRAGANÇA É DESTAQUE DA POINT DE VUE:

NOVA ENTREVISTA COM O PRÍNCIPE DOM RAFAEL

Após a excelente entrevista realizada pelo jornal alemão “Frankfutter Allgemaine”, foi a revista francesa “Point de Vue”, especializada em nobreza, que entrevistou S.A.R. o Príncipe Dom Rafael do Brasil, que falou sobre sua infância, educação, carreira, vida pessoal, sobre os Jogos Olímpicos, seu futuro como Chefe da Casa Imperial do Brasil e de suas perspectivas com relação à Restauração da Monarquia em nosso País.

Segue a tradução da matéria:

DOM RAFAEL DE ORLEANS E BRAGANÇA – O PRÍNCIPE DO RIO DE JANEIRO

Alguns dias antes da abertura dos Jogos Olímpicos, nós nos encontramos com um dos rostos jovens da Casa Imperial do Brasil: o Príncipe Dom Rafael de Orleans e Bragança. Um atleta talentoso, este jovem nos recebeu junto aos seus pais, no Rio de Janeiro, onde ele pretende assistir às competições, que começam nesta sexta. É o retrato de um solteiro discreto e ambicioso.

Ele está diante do enorme edifício, inaugurado no último inverno. O Museu do Amanhã, dedicado ao futuro da humanidade, e o quarto na Linha de Sucessão ao Trono do Brasil, que agora encarna o futuro de sua Dinastia.


“Não sou obcecado por meus direitos ao Trono”, o Príncipe Dom Rafael de Orleans e Bragança nos conta, enquanto nos dirigimos ao bairro de Botafogo, onde ele nos recepciona, alguns momentos mais tarde, no apartamento dos seus pais. Casualmente nos servindo um suco de maracujá (fruits de la passion [“a fruta da paixão”, para os franceses]), em meio às aquarelas pintadas por seu pai, o Príncipe, ainda solteiro, conta sua história:

“Eu cresci em Petrópolis, onde vivi até o vestibular, quando vim para o Rio de Janeiro, fazer meus estudos universitários. Vivia com minha avó paterna, Dona Maria Elisabeth da Baviera. De 2005 a 2010, frequentei a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Ao fim dos meus estudos, estagiei na AmBev, como engenheiro de produção. É uma companhia brasileira que se fundiu com um grupo belga, formando a AB InBev, a maior cervejaria do mundo, dona das famosas marcas Coronna, Leff e Budweiser.”

Desde então, o Príncipe vem trabalhando como national pricing manager [responsável pelos preços dos refrigerantes produzidos pela empresa], e vive a maior parte do ano na outra grande cidade do Brasil, o centro econômico do País: “Eu amo São Paulo. Costumo comparar a cidade com Nova York; há os melhores restaurantes e os hotéis mais sofisticados. Com os seus arranha-céus, é uma verdadeira selva urbana.”


Mas quem é esse jovem brilhante? Dom Rafael é filho de Dona Christine de Ligne, sobrinha do Grão-Duque Jean de Luxemburgo, e de Dom Antonio de Orleans e Bragança, o sétimo filho de Dona Maria Elisabeth da Baviera e de Dom Pedro Henrique de Orleans e Bragança, herdeiro do Trono do Brasil de 1921 a 1981.

Um esclarecimento se faz necessário: até 1889 e o fim do Império, os Príncipes do ramo primogênito, conhecido como Ramo de Petrópolis, seriam os primeiros na Linha de Sucessão; mas, em 1908, eles perderam seus direitos dinásticos, quando Dom Pedro de Alcantara contraiu uma união desigual com a Condessa tcheca Elisabeth Dobrzensky de Dobrzenicz.

À época, os direitos passaram para o seu irmão mais novo, Dom Luiz de Orleans e Bragança, do chamado Ramo de Vassouras. Dom Rafael é seu bisneto e, atualmente, quarto na Linha de Sucessão, atrás de seu pai, Dom Antonio, e de seu tio, Dom Bertrand. Seu outro tio, Dom Luiz Gastão, Chefe da Casa Imperial, não tem descendência, e parece, portanto, que o jovem Príncipe será, um dia, o herdeiro do Trono.

“Na verdade, é uma estranha mistura entre um fardo e uma honra. Tenho muito orgulho de ser membro da Casa Imperial do Brasil. E confesso que, desde que eu era pequeno, meus pais me diziam: ‘Esteja preparado, Rafael, um dia, você poderá ser o Chefe da Casa Imperial!’ Mas deixo meu destino nas mãos de Deus.”

Entrementes, o jovem de trinta anos multiplica o número de suas viagens, que, no seu caso, parecem ser verdadeiras maratonas. “Gosto de descobrir novos lugares. Há três anos, viajei pela América Latina. Fui ao Peru, Bolívia e Chile. No ano seguinte, estive na Argentina e na Venezuela. Em fevereiro último, fui conhecer a Ásia. Visitei Cingapura, Birmânia e Camboja. Eu esperava terminar aquela maravilhosa jornada na Tailândia, mas, quando havia acabado de chegar, o escritório me chamou de volta ao trabalho. Tive que retornar ao Brasil bem depressa.”

E onde ele encontra comida japonesa, sua culinária favorita? “Aqui é perfeito, pois temos belos peixes, de modo que podemos fazer um ótimo sushi”, conta, rindo, Dom Rafael, que não fala japonês, mas é fluente em inglês e arrisca um pouco de alemão. Ele conversa em português com seu pai e em francês com sua mãe, que é belga. Seu espanhol é imperfeito, e ele considera que fala “portunhol”, uma mistura entre os dois principais idiomas da América do Sul!

Grande fã do esporte – golfe, tênis, squash e futebol –, Dom Rafael está ansioso para comparecer aos Jogos Olímpicos, pela primeira vez no Brasil, algo que lhe encanta: “Espero assistir, principalmente, às competições de remo, que serão realizadas na Lagoa, bem aqui do lado. Também quero ver o atletismo, a vela e o futebol. Tenho sorte de trabalhar em uma empresa patrocinadora do evento, de modo que eu posso conseguir um ingresso. Nós nos habituamos a ver a violência do nosso País nos telejornais. Acho que os Jogos Olímpicos trarão algo de reconfortante. Estou feliz porque os atletas e espectadores irão conhecer a beleza da cidade e a bondade do povo brasileiro.”

domingo, 18 de setembro de 2016

ENTREVISTA REAL


No último dia 7, Dia da Pátria, o Príncipe Dom Pedro Alberto de Orleans e Bragança concedeu uma entrevista ao site do colunista Ailton Pitombo. Sua Alteza, representando a Família Imperial Brasileira, participava das celebrações do Dia da Independência do Brasil no Rio de Janeiro, onde assistiu ao desfile oficial do palanque das autoridades estaduais e municipais, e depois esteve junto aos monarquistas que organizaram o “Bandeiraço da Independência” durante as solenidades.

Segue a entrevista:

A - Dom Pedro, como vive um Príncipe no Brasil republicano?
DP - Vivo como um brasileiro normal. Estudei, me formei, trabalho, tenho meu salário e pago minhas contas. Assim como vocês todos, preciso correr atrás para pagar minhas contas.

A - O Brasil de hoje mudou muito, existe uma grande pluralidade religiosa. Sendo Católicos, como a Família vê os outros credos?
DP - Eu pessoalmente sou Católico, mas a liberdade religiosa é um direito constitucional de todos os brasileiros. Acho que cada religião passa uma mensagem importante, é importante que as pessoas saibam valorizar e respeitar as religiões uns dos outros.

A - Se a monarquia voltasse hoje, de quanto seria o salário do atual Imperador?
DP - Essa é uma boa pergunta. Todos os cargos públicos são pagos com arrecadação de impostos, diretamente ou não. Nos países parlamentaristas, o Chefe de Estado também tem o seu salário pago por impostos da população. Na nossa ideia, o Monarca não precisa onerar o povo. Pensamos sempre no conceito do "Príncipe Cidadão" onde trabalharíamos para pagar a nossa vida. O monarca não precisa usufruir de luxos para exercer a função de Chefe de Estado. No máximo, pensaríamos em algo como uma contribuição opcional dos brasileiros. Mas é um assunto a ser discutido.

A - Hoje o Brasil vive um descrédito internacional por causa de sua política interna. Como a monarquia mudaria isso?
DP - Acho que a presença de um monarca trás estabilidade e representatividade a um país. Seria uma figura fundamental para passar credibilidade, pois o monarca, por ser  representante da população, sempre defende o interesse da nação, e não de um determinado grupo que apoiou e financiou a sua eleição, como sempre acontece com muitos políticos atualmente.

A - Que mensagem gostaria de deixar a nação brasileira?
DP - Passamos por uma grave crise política, econômica, mas principalmente uma crise de identidade. Muito do que acontece hoje em dia se dá pela desconstrução ou distorção da nossa própria história. Portanto, a minha mensagem é a seguinte:

"Tenham orgulho da nossa pátria, do verde e amarelo que compõe a nossa bandeira. 
Um país onde a população não respeita sua própria pátria, não tem como ser uma potência. 
Amem e respeitem o Brasil."

O Príncipe Dom Pedro Alberto é o primogênito dos dois casais de filhos do Príncipe Dom Alberto e da Princesa Dona Maritza de Orleans e Bragança e, portanto, sobrinho de S.A.I.R. o Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil. Uma vez que seu pai renunciou aos seus direitos dinásticos e sucessórios antes de se casar, Sua Alteza não possui direitos ao Trono Brasileiro.

LINK ORIGINAL: AILTON PITOMBO - https://goo.gl/y5aVcB

sábado, 17 de setembro de 2016

O difícil papel de Felipe VI na crise política espanhola


Impasse trouxe à luz do dia as lacunas que existem na Constituição do país sobre o papel do rei neste tipo de situações

A crise política que se vive em Espanha deixou a descoberto as lacunas que existem na Constituição do país sobre o papel do rei e os procedimentos que deve seguir neste tipo de impasses. Como diz o artigo 56.º da Carta Magna, o rei "arbitra e modera o funcionamento regular das instituições", dois verbos que podem ter diferentes interpretações. Estará Felipe VI a proceder bem? Devia ser mais ativo para resolver a crise política? "O rei está de mãos atadas, as suas competências como chefe do Estado são muito reduzidas", sublinha ao DN José Apezarena, jornalista especializado na Casa Real e autor de vários livros sobre a monarquia. "Ele sabe que este é o seu primeiro desafio importante como rei, está em jogo o seu próprio futuro, mas pode fazer muito pouco", realça. Depois de mais umas eleições e enquanto se espera por um governo "não pode chamar ninguém, estaria a perder a sua independência e a entrar num terreno que é o da política".

Apezarena assegura que Felipe VI está "muito preocupado com esta situação porque é um patriota e está muito ligado ao seu país". Os seus movimentos estão a ser analisados por todos os partidos políticos e "sabe que não pode nem deve pressionar nenhum deles porque estaria a criar a si próprio um problema no futuro".

Os espanhóis percebem este papel que a Constituição dá ao rei? "Existe uma certa divisão, para uns é correto que Felipe VI esteja em segundo plano, mas outros há, os mais conservadores, que sentem saudades do murro na mesa que provavelmente já teria dado o seu pai", afirma Ana Romero, jornalista do El Español especializada em temas da Família Real. A autora do livro Final de partida sobre Juan Carlos I lembra que o atual monarca é o primeiro rei constitucional, "jurou o seu cargo com a mão sobre a Constituição e sabe que deve manter-se fiel a ela". Romero sublinha as diferenças que existem entre pai e filho, Juan Carlos e Felipe, na personalidade e no contexto político. "Juan Carlos I chegou à chefia do Estado em circunstâncias muito diferentes e a sua capacidade de manobra no mundo político era maior. Tinha uma personalidade diferente, mais ousado, que foi bom para enfrentar problemas mas que acabou por levá-lo a um final pouco brilhante", sublinha a jornalista. Felipe VI, "com uma personalidade mais triste", sabe dos defeitos da Constituição, "mas é a que existe e vai cumpri-la". Romero lembra também que no caso de Juan Carlos I o diálogo com os políticos era mais fácil porque "todos juntos foram os arquitetos da Espanha moderna" enquanto Felipe VI não conviveu com Rajoy, Sánchez, Iglesias ou Rivera.

Para o Rei de Espanha não tem sido fácil nomear dois candidatos para primeiro-ministro e ver fracassar ambas as tentativas. A sua atitude, desde as eleições do 20 de dezembro, tem sido afastar-se da atividade pública. "Felipe e Letizia começaram um reinado como dois jovens modernos e profissionais, depois de muitos escândalos na Coroa, e estavam no momento da sua afirmação. Esta crise é má para a monarquia espanhola porque deixa de ter presença internacional", considera Ana Romero. Tal como sublinha Apezarena, depois desta segunda tentativa fracassada para formar governo, "vemos uma reativação da sua atividade. O rei não pode ficar na reserva durante um ano, já faltou a compromissos internacionais muito importantes como a sua visita oficial a Inglaterra ou a inauguração do Canal de Panamá. Foram decisões difíceis e dolorosas para ele". Também não vimos este ano participar Felipe VI na Copa del Rey de vela que se realiza em Palma de Maiorca, "porque não ficava bem na fotografia face a este bloqueio".

Caso Espanha vá às urnas pela terceira vez num ano, Romero espera que o tom do monarca seja "um pouco mais alto porque até agora a sua mensagem aos políticos foi muito ténue". Mas Apezarena lembra que antes disso existe um debate técnico sobre o que deve fazer agora. Manter a nomeação de Rajoy para formar governo? "O lógico seria que sim, caso não exista renúncia de Rajoy, mas esta situação é nova para Espanha e não está escrito em lado nenhum o que deve ser feito" sublinha. Felipe VI não quer cometer erros e tudo indica que se vai manter no caminho mais correto.

LINK ORIGINAL: https://goo.gl/NKKtxd

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

CONHECE O HOMEM QUE NASCEU PARA SER IMPERADOR DO BRASIL

Rafael is a descendant of Brazil´s last emperor

SAO PAULO— Rafael Orleans e Bragança says he’ll probably have to marry a princess to preserve his rightful claim to the throne. But it’s a family tradition that he’s willing to keep alive, even if there aren’t many eligible princesses to choose from in Brazil.

“I need to find someone who will complete me,” the would-be heir to Brazil’s throne says. “And that means I have to find someone who is capable of following me on this path.”

We’re sitting at a neighborhood bar that specializes in rabbit meat. But we’re not here to eat. I came here to learn about Prince Rafael’s life, and the unusual political movement that hopes to restore his family’s monarchy.

The handsome 30-year-old is the great-great-great-grandson of Brazil’s last emperor, Dom Pedro II. The monarchy is gone, but not forgotten. And given the wretched state of Brazil’s democracy, there are some people who think it’s time to give the crown another shot at governing. It’s an idea that fits nicely with Prince Rafael’s future plans.

“It’s an old fashioned idea, but I think it works,” Prince Rafael, dressed in a smart blazer and dark jeans, tells me over coffee. “Some of the most successful countries in Europe are parliamentary monarchies.”

Brazil’s monarchical movement is still quite small, and critics scoff at the notion that one of the world’s largest economies will ever return to a system of government that has been discarded throughout the Americas.

But recently there has been a notable uptick in online interest in the movement, as Brazil reels from multi-billion dollar corruption scandals and a crippling congressional power struggle that led to the impeachment of President Dilma Rousseff.

Supporters of the monarchy argue that Brazil’s political class has lost all credibility, and think somebody with a greater calling needs to watch over them.


“From the time they are children, monarchs are taught to defend their country and defend the interests of the people,” says Oscar Capra, a monarquista who carried an imperial flag at a recent Brazilian Independence Day parade in Rio de Janeiro. “Politicians only represent the interest of their parties, and trade favors with their donors.”

During the parade some 60 monarquistas braved the scorching sun as they waved imperial flags and handed out stickers featuring the 19th century seal of Brazil’s monarchy. When it was over, the loyalists lined up patiently near the port-o-johns to take pictures with Prince Pedro Alberto, one of Rafael’s cousins, who is not in line for the throne.

Prince Pedro Alberto poses for a photo with a supporter of Brazil´s monarhcy

“People are looking for something else, and they are remembering there was something else,” Prince Rafael told me.

The young prince is fourth in succession to the throne, but the three princes who precede him are all in their 70s and early 80s, so he might not have to wait too long to move up a few spots in line.

The would-be emperor insists his family is ready to once again lead this South American nation of 200 million…if Brazilians vote to put them back on the throne.

“We don’t want to use military force to overthrow the government,” he assured me, in all apparent seriousness. “And we are not talking about an absolute monarchy…the head of government would still have say over policy.”

Monarquistas made a show of force at a recent independence day parade in Rio


Monarquistas say the royal family would serve as a fourth branch of government. A hereditary institution that would “represent the people” and provide an additional check and balance on congress, the judiciary, and the executive, besides representing Brazil at international events.

One of the movement’s ideas is to give the monarch the power to dissolve congress and call for new elections during times of political gridlock, or whenever congress has become too infested with corrupt politicians. (Related: every story about Brazil from 2016)


Monarquistas also want Brazil to remember that royalty rule is already in the country’s DNA.


Unlike the U.S. and the rest of Latin America, which booted European dynasties to become independent republics, Brazil’s independence came by replacing one crown with another. The country initially broke away from Portugal under the leadership of a Portuguese prince who established his own throne in Rio.

That prince became Emperor Dom Pedro I, and he was succeeded by Dom Pedro II, who ruled Brazil from 1831 until his abdication in 1889.

Monarquistas argue that Dom Pedro II was an enlightened leader who unified the country and helped it to become one of the world’s leading economies of the 19th century. Brazil’s position of strength allowed it to expand its territory at the expense of its weaker South American neighbors that were mired in civil wars and internal political squabbles.

Critics say the monarquistas are romanticizing the past and omitting the ugly details of dynastic rule. Laurentino Gomes, a journalist who has written three books on Brazil’s imperial period, says that the monarchy tolerated slavery in Brazil in order to secure the political support of wealthy landowners. (Eventually the emperor backed an anti-slavery law)

The monarchy’s record on education wasn’t exemplary either.

“It was a time when 90% of Brazilians were illiterate,” Gomes says.

The scholar thinks the recent surge of interest in the monarchical movement reflects Brazilians’ tendency to look for “miracles” in troubled times.

“Brazilians are always trying to find quick fixes for our problems,” Gomes said. “Even if we changed the name of our system from democracy to monarchy, it would be the same political class running Brazil.”


Monarquistas, however, insist their movement is serious and viable. During a 1993 plebiscite that asked Brazilians what type of government they wanted, 13% opted for a parliamentary monarchy. Though monarchy lost to presidential democracy by a landslide, the movement’s followers say the idea hasn’t been forgotten.

The regal-minded group holds several conferences around the country each year, and has recently started using social media to expand their reach and promote their cause. Several pro-monarchy Facebook pages have popped up over the past two years, and a couple of monarchical political parties have tried to register to run in future elections.

It’s still a minority movement. The monarquistas largest Facebook page has only 29,000 followers, a drop in the bucket for a country with 100 million internet users. But hope springs eternal.

“We may not be so well known, but if we educate more people I think interest will grow,” said Charlo Ferreson, a hairdresser who came to the independence day parade to show her support for the monarchy.

Monarquistas complain that for much of the twentieth century, their movement was banned. That only changed with the restoration of democracy, and a new constitution in 1988.

“The republic has tried to extinguish our history,” says monarchy supporter Oscar Capra.

Prince Rafael says that while his movement grows, he’ll continue to keep his job as a sales executive at a multinational beer company. And somehow he’ll have to find a wife in Europe, since noble families are difficult to come by in the New World.

“I don’t want to end up marrying a cousin,” he says, jokingly.

In the meantime, he’ll continue to act like royalty.

“I’ve always been taught that I have a different position than anyone else,” Rafael said. “So I have to be serious and responsible about it.”

LINK ORIGINAL: FUSION - https://goo.gl/uNvIR4

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

REINVENTAR O BRASIL


A nossa Pátria Amada encontra-se em grave crise; não só econômica, mas também, e principalmente institucional.  O traumático e demorado processo de impeachment da presidente da república, simultâneo ao processo conhecido como Lava-jato, que vem apontando para crimes de corrupção de grande número de políticos, acaba de ser concluído com uma inesperada e escandalosa infração contra a Constituição, quando a maioria dos senadores resolveu preservar os direitos políticos da ex-presidente condenada por crime de responsabilidade.

A crise vem tomando contornos tão graves, que um contingente cada vez maior de cidadãos percebe a necessidade premente de uma revisão da organização política do país. "O Brasil precisa se reinventar" já é um slogan corrente.  Há décadas que se vem clamando por uma Reforma Política mais profunda.  Mas agora chegamos ao ponto em que mesmo a república presidencialista deve ser colocada em cheque.  A própria presidente deposta menciona na sua defesa, que o afastamento de um chefe de governo por perda de confiança é próprio do parlamentarismo, não cabendo no presidencialismo.  Ela só não teve a capacidade de concluir que aquele regime, então, é muito mais adequado que este.

Com este processo ficou mais evidente a inconveniência de se concentrar numa só pessoa a chefia de estado e a chefia de governo.  Para se afastar o chefe de governo por crime de responsabilidade, acaba se derrubando também o chefe de estado, o que seria um efeito colateral indesejado.  Robert Dahl, um eminente cientista político estadunidense, em sua obra A Constituição Norte-Americana É Democrática?, apresenta críticas ao presidencialismo de seu país, e aponta para a realidade de que entre os vinte de dois países do mundo com democracia reconhecidamente consolidada, os EUA são o único que mantém o presidencialismo.

Mesmo assim, esta grande potência mundial provavelmente convive com este regime sem maiores problemas porque, com o federalismo que pratica, os governos dos estados dependem pouco do governo central.  Nitidamente, o presidente dos EUA é mais chefe de estado do que de governo.

O Círculo Monárquico do Rio de Janeiro vem por meio deste manifesto clamar pela união das forças democráticas do Brasil para pressionar os políticos a fazer a Reforma Política e a passagem para o regime parlamentar de governo, para assim sairmos deste atoleiro institucional.

Deixamos claro, entretanto, que o nosso movimento defende o parlamentarismo com chefe de estado apartidário, portanto, não eleito diretamente, para melhor atuar como Poder Moderador.  A Pátria encontra-se em profunda crise e o povo sofre.

As mudanças são urgentes.

Bruno Hellmuth

Chanceler do Círculo Monárquico do Rio de Janeiro

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

No 7 de setembro do movimento pró-monarquia até o rei apareceu


Monarquistas usaram a simbólica data para chamar a atenção para seus ideais políticos

"Ave Império", "Viva Dom Pedro" e "Saudações" são expressões comuns entre os integrantes do movimento pró-monarquia, que se reuniu nesta quarta-feira (7), no Parque da Independência, zona sul de São Paulo. O grupo de ao menos 40 pessoas luta pela restauração do Império no Brasil. O movimento aconteceu em diversas cidades do País e envolveu diversas frentes pró-monarquia.

O grupo se concentrava, por volta das 14h, no Monumento à Independência, sobre a cripta de Dom Pedro I.

Parte dos simpatizantes carregava a versão tradicional da bandeira da monarquia, que traz símbolos como folha de café e fumo (duas culturas fortes dos tempos da família real), e o desenho da coroa, no formato mais suntuoso, marca do período pós-independência.

Rubens Silva, de 48 anos, passeava pelo parque com sua bicicleta a tiracolo vestido modestamente de rei. Com coroa de plástico, um anel em cada dedo e correntes douradas, Silva não tinha ideia que encontraria seus "súditos" por ali e passou acenando ao mesmo tempo em que era ignorado pelos manifestantes.

Leia mais notícias de Brasil e Política

Situações pitorescas à parte, o movimento era composto por pessoas maduras e que faziam qualquer um se arrepender de ter faltado nas aulas sobre a história do Brasil. Nomes, datas e momentos históricos faziam parte do enredo das pessoas presentes, inclusive de um garoto de 12, o estudante Armand Marques Neto, filho de um simpatizante do sistema monárquico e representante do CMB (Círculo Monárquico Brasileiro).

Com a franqueza da idade, mas a desenvoltura de um "pequeno gênio", como ele diz ser chamado pela professora, o estudante contou ao R7 o que acha sobre a monarquia.

— A monarquia é muito legal. Mas isso é coisa de adultos. São sistemas de governos e eu posso não entender muito o que é isso, mas, pelo pouco que eu vi, eu descobri que ela é muito importante. Entre todos os países, digamos, de primeiro mundo, a maioria deles é tudo de monarquia (sic). O engraçado é que muitas pessoas conseguem viver bem. De acordo com o sistema político, a sociedade consegue organizar a população da forma mais correta possível para que não tenha nenhum problema social.

Armand garante que com os amigos, o papo é outro, e assuntos como monarquia e até comunismo dão lugar às brincadeiras.

Nas redes sociais, os grupos monárquicos são frequentemente atacados. Há quem diga que pedir a volta da monarquia é uma loucura, mas, se analisar de perto os ideais desses simpatizantes, é possível notar que eles não diferem de outros grupos sociais e políticos.

José Guilherme Beccari, presidente do Pró Monarquia (movimento que divulga a existência da família imperial no Brasil), afirma que há muita desinformação em relação à monarquia, principalmente àquela que eles almejam, a monarquia parlamentar, que é diferente da monarquia absolutista.

— Queremos que a monarquia seja restaurada no Brasil. A família imperial é patrimônio do Brasil. Se isso for valorizado, é possível considerar essa restauração. Entendemos que o parlamentarismo só vai dar certo com a monarquia. O parlamentarismo presidencialista vai continuar causando problemas para a sociedade.

Há frentes que são mais maleáveis em relação a como chegar até a tão sonhada monarquia novamente. O comendador Galdino Cocchiaro, da Sociedade Brasileira de Heráldica e Humanística, acredita que uma possível mudança para um sistema parlamentarista, mesmo que não monárquico, é um caminho que não pode ser descartado.

— A movimentação monarquista é crescente e queremos o parlamentarismo monárquico, porém aceitaremos o parlamentarismo que vier, porque já é metade do caminho.


Aumento de interesse

De acordo com os simpatizantes da monarquia, a movimentação política pelo qual o País vem passando desde 2013 trouxe mais adeptos da monarquia.

Beccari diz que nas manifestações pelo Brasil é comum hoje em dia ver a bandeira monárquica hasteada.

As redes sociais e os aplicativos de trocas de mensagem têm sido os grandes catalizadores de novos seguidores e canais de propagação dos ideais monárquicos. Entretanto, os atos e eventos feitos pelas frentes pró-monarquia também têm sido de grande valia para angariar mais "súditos".

O casal Victor Eduardo Carvajal Pedreros, de 28 anos, e Letícia Chagas Takahashi, de 20 anos, observava o grupo que entoava o Hino da Independência, juntamente com outra parte de simpatizantes que chegava do desfile no Sambódromo com uma bandeira enorme da monarquia.

Para Pedreros, o momento sensível político brasileiro abre margem para as pessoas se interessarem por outros formas de conduzir a sociedade.

— O fato de ver viva essa parte da cultura do Brasil chamou nossa intenção. A forma como o País está caminhando deixa tudo aberto ao debate. Quem sabe se um dia voltarem a fazer um plebiscito a monarquia leve a melhor. O momento atual está muito confuso e temos que ver todas as possibilidades.

LINK ORIGINAL: R7

Chefe da Casa Imperial defende a volta da monarquia para Brasil sair da crise

S.A.I. o Príncipe Dom Luiz de Orleáns e Bragança
Chefe da Casa Imperial do Brasil

Em mensagem aos brasileiros no Dia da Pátria, o príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança discursou sobre os “benefícios” que a implementação do parlamentarismo monárquico traria ao Brasil no momento de crise.

Grupos apoiados pela Casa Imperial do Brasil convocaram “bandeiraços” para promover a monarquia. No Rio de Janeiro, o ato teve a presença do sobrinho de Dom Luiz, o príncipe Dom Pedro Alberto de Orleans e Bragança. Em São Paulo, uma homenagem ao Imperador Dom Pedro I foi realizada no bairro do Ipiranga, em São Paulo, em frente ao Monumento à Independência.
Leia o pronunciamento do príncipe:

"Meus muito caros brasileiros,

Neste 7 de setembro,  194 anos após meu tetravô, o Imperador Dom Pedro I, ter declarado a Independência, o Brasil se encontra em uma encruzilhada histórica, em que um número crescente de nossos compatriotas perguntam se a restauração da Monarquia não seria uma verdadeira mudança de rumos, atendendo aos anseios mais profundos de nosso povo.

Como Chefe da Casa Imperial do Brasil, é meu dever recordar-vos de que, em uma Monarquia Parlamentarista, com o Poder Moderador como foi nos tempos gloriosos de Dom Pedro II, governos que se desviassem das autênticas aspirações da Nação seriam dissolvidos. E escolhido um novo Parlamento, não haveria espaço para crises, não haveria rupturas institucionais: prevaleceriam os mais altos interesses da Pátria.

Confio que a atual crise nos desperte e nos inspire para voltar às vias que nos foram traçadas pela Divina Providência, libertos das ideologias que tanto contrariam a índole cristã, pacata e familiar de nosso povo. É, pois, chegada a hora de caminharmos ao encontro do que o Brasil tem de mais autêntico.

Que Nossa Senhora Aparecida, a quem o Imperador Dom Pedro I consagrou o Brasil na ocasião da Independência, vele solícita sobre o nosso futuro.

Dom Luiz de Orleans e Bragança

Chefe da Casa Imperial do Brasil"

LINK ORIGINAL: ESTADÃO - http://goo.gl/eBzqdn

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

El apoyo a la monarquía crece en Francia

Un 31% de los ciudadanos cree que un rey daría mejor imagen en el 
exterior que un presidente de la República

La monarquía gana posiciones en el país republicano por excelencia: Francia. Alianza Real, una formación partidaria de recuperar la corona, ha difundido una encuesta que apunta a un crecimiento del número de franceses que consideraría positivo el papel de un rey.

A finales del mes de agosto la empresa demoscópica BVA, por encargo de la Alianza Real, realizó una encuesta por teléfono e Internet a una muestra de 1.099 personas representativa de la población de Francia para hacerle las mismas preguntas que ya hizo en 2007 sobre la monarquía.

Del resultado de las distintas preguntas se concluye que alrededor de un tercio de los franceses se muestran en mayor o menor medida inclinados en favor de la figura de un rey como Jefe de Estado, en vez del presidente de la República.

Por ejemplo, el 31% de los encuestados considera que recuperar la monarquía y colocar a un rey en la cúspide del sistema institucional en Francia tendría un impacto positivo en la imagen que se tiene del país en el extranjero. En 2007 este porcentaje era del 24%, lo que implica un ligero pero sensible aumento de la simpatía por la monarquía.

Si el efecto exterior sería positivo, los interiores lo serían aún más. El 39% de los encuestados cree que un rey reforzaría la unidad nacional y un 37% opina que contribuiría a mejorar la estabilidad política en Francia. En este caso los porcentajes hace nueve años eran del 23%.

Los partidarios de un rey como garante de la unidad nacional suponen un porcentaje mayor entre los votantes de derechas, el 50%: en el caso del ultraderechista Frente Nacional, el apoyo sube hasta el 55%. Por contra, entre los franceses que se declaran de izquierdas sólo el 20% creen que un rey beneficiaría a la unidad del país.

Eso sí, a la hora de “mojarse” por una restauración monárquica, no todos los que creen en los beneficios de la monarquía apuestan por cambiar de régimen: tan sólo el 17%.

Sin embargo, Alianza Real mantiene sus esperanzas debido a que el 29% de los votantes encuestados estarían dispuestos a votar en la primera vuelta de las elecciones presidenciales de 2017 a un candidato “realista”, es decir, partidario de retornar a la monarquía en Francia.

Alianza Real nació en 2001 con el claro objetivo de promover una campaña de apoyo al regreso de la monarquía en Francia, sin inclinarse en principio por ninguno de los pretendientes al trono como son Luis Alfonso de Borbón -de la rama denominada legitimista- y Enrique de Orleans, conde de París. Eso sí, sus banderas azules con la flor de lis son las de los legitimistas borbónicos.

LINK ORIGINAL: MONARQUIA CONFIDENCIAL - http://goo.gl/DrTJsW