sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

A MELHOR LEMBRANÇA

Image may contain: one or more people

Com frequência, o Imperador Dom Pedro II visitava as oficinas de máquinas e estaleiros do Arsenal de Marinha, para analisar e revistar de perto os trabalhos e avanços que lá estavam sendo realizados.

Numa dessas visitas, o Soberano procurou pelo Tenente-Coronel José Carlos de Carvalho, herói na Guerra do Paraguai, ao ter chefiado a Comissão de Engenheiros. O Imperador logo foi informado de que o Tenente-Coronel se encontrava trabalhando nas caldeiras.

Lá chegando, estendeu a mão ao Tenente, que o cumprimentou, mas logo se desconcertou por ter sujado a mão de Sua Majestade, e pediu uma bacia com água e uma toalha. O Imperador disse:

— Não precisa. É a melhor lembrança que posso levar da visita de hoje, onde encontro o Tenente Carvalho com a blusa de operário das oficinas deste arsenal.

- Baseado em trecho do livro "Revivendo o Brasil-Império", de Leopoldo Bibiano Xavier.

1º Batalhão de Infantaria de Guardas

Resultado de imagem para 1 batalhao de guardas do exercito

Em 10 de novembro de 1822, em solenidade propositadamente escolhida para o dia da apresentação de Nossa Senhora, realiza-se na Capela Imperial a cerimônia de entrega da primeira Bandeira Nacional ao Batalhão. O Bispo Capelão Dom JOSÉ CAETANO DA SILVA COUTINHO, numa nuvem de incenso, dá início a cerimônia. O Imperador, ajoelhado diante do altar, recebe a primeira Bandeira Imperial das mãos do Bispo, que lança sobre ela a sua bênção. Em seguida, D. PEDRO I passa-a ao Ministro da Guerra, o qual pôr sua vez a entrega ao jovem Tenente LUIZ ALVES DE LIMA E SILVA, futuro DUQUE DE CAXIAS, que assim torna-se o Primeiro Porta-Bandeira da Unidade.

Assim com a denominação de honra de "Batalhão do Imperador", pelo Decreto de 18 de Janeiro de 1823, é criada, na Cidade do Rio de Janeiro, essa Tropa de Elite, organizada com estrutura semelhante à de um Batalhão de Caçadores. Forma-se então a Guarda Pessoal do Imperador.
A criação da Unidade obedece a um processo curioso, pois o próprio Imperador D. PEDRO I, em outubro de 1822, manda reunir no Campo de Santana todas as tropas da guarnição e escolhe, homem a homem, oitocentos militares, que logo passam a integrar o Batalhão do Imperador.

Seu primeiro Comandante é o Barão de Magé, Coronel JOSÉ JOAQUIM DE LIMA E SILVA, irmão do Marechal de Campo FRANCISCO DE LIMA E SILVA, pai do futuro DUQUE DE CAXIAS.

Agora com o seu comandante recém-nomeado e conduzindo a Bandeira Nacional do Império, parte o Batalhão para incorporar-se às forças do general LABATUT, que na Bahia lutam pela Independência do Império. A 02 de julho de 1823, o Exército Pacificador, tendo à frente o Batalhão do Imperador, sitia a capital da Bahia e ocupa as fortalezas e demais estabelecimentos públicos que haviam sido abandonados pelas tropas do General MADEIRA DE MELO. Ali permanece em operações até 16 de novembro de 1823, quando retorna ao Rio de Janeiro.

Chegando notícias à Corte que o Exército sofre reveses no sul do Brasil, Sua Majestade Imperial faz embarcar sua Tropa de Elite para MONTEVIDÉU, a fim de reforçar a guarnição daquela praça e colônia. O Batalhão, agora comandado pelo Tenente-Coronel MANOEL DA FONSECA LIMA E SILVA, participa da Guerra da Cisplatina e destaca- se dentre as unidades em combate.
Após o encerramento da campanha, o Batalhão do Imperador retorna à Corte, mais uma vez coberto de glórias.

No início de 1831, cresce a insatisfação popular contra o regime político de Sua Majestade Imperial, que se mantém no poder apenas com a proteção de suas tropas. A 07 de abril, a manifestação popular no Campo de Santana é grande e insustentável, sendo que as tropas começam a se confraternizar com o povo, exigindo mudanças no Ministério. O Batalhão, numa manifestação de pura lealdade ao seu criador, retira-se do Campo de Santana e se separa do resto das Tropas Brasileiras contaminadas pelo espírito anárquico e posta-se em São Cristóvão, à disposição do Imperador.

Para evitar o sacrifício de sua guarda pessoal, D. PEDRO I manda que o Batalhão do Imperador se reúna a seus companheiros no Campo de Santana e, logo em seguida, abdica ao trono em favor de seu filho PEDRO, que contava com apenas 5 anos de idade, e regressa à Europa.

Com a abdicação de D. PEDRO I, começa a reorganização das tropas de primeira linha do Império, através do Decreto de 04 de maio de 1831, e por não constar dele, o Batalhão do Imperador é extinto.

Em 1933, com o mesmo espírito que norteou D. PEDRO I, é criado o BATALHÃO DE GUARDAS (BG), pelo Presidente da República, com os mesmos propósitos do passado, oficializando-o assim como legítimo herdeiro das tradições do Batalhão do Imperador. Da mesma forma que seu antecessor, o BG constituiu-se como uma Unidade de Elite, integrada por pessoal selecionado e de inteira confiança do Presidente da República. Nos seus anos de existência, o BG teve atuação destacada na defesa das instituições e dos ideais democráticos. Como principal galardão, ostenta a participação decisiva na destruição do foco comunista da PRAIA VERMELHA, em 27 de novembro de 1935.

Com a mudança da capital para Brasília, em 1960, o Batalhão de Guardas encaminha para aquela cidade um núcleo para a formação do Batalhão da Guarda Presidencial (BGP) e continua, já com a denominação de 1º Batalhão de Guardas, a manter suas missões junto ao então I Exército.
Hoje, o 1º Batalhão de Guardas, ainda sediado na região do antigo Paço do Imperador e diretamente subordinado ao Comando Militar do Leste, é a unidade encarregada de prestar honras às autoridades civis e militares, além de guardar e zelar pela manutenção do patrimônio em área da administração federal, destacando-se o Palácio Duque de Caxias, sede do Comando Militar do Leste e o Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial.

Concomitantemente, constitui-se na Tropa de Pronto Emprego de seu comando imediato, atuando na área de defesa interna, estando dentre suas missões realizar Operações de Garantia da Lei e da Ordem e a Defesa de Pontos Sensíveis. Dos exemplos legados por seus antepassados, nos principais momentos que marcaram nossa história, ecoa a responsabilidade de seus atuais integrantes para com aqueles que deram suas vidas em defesa da Pátria, fiel ao seu lema: A Guarda Morre, mas não se Rende!

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

UM SONETO DE D. PEDRO I

S.S.M.M. o Imperador Dom Pedro I do Brasil
e sua esposa, a Imperatriz Dona Leopoldina

"Deus eterno porque me arrebataste
A minha muito amada imperatriz?
Tua divina vontade assim o quis?
Sabe que o meu coração dilaceraste.

Tu de certo contra mim te iraste;
Eu não sei o motivo, nem que fiz,
E c’o aquele direi, que sempre diz
Tu m’a deste, Senhor, tu m’a tiraste!

Ela me amava c’o maior amor,
E eu nela admirava a honestidade:
Sinto. o meu coração quebrar de dor:

O mundo não verá mais n’outra idade
Modelo mais perfeito, nem melhor
D’honra e candura, amor e caridade."

Dom Pedro I

A POLÍCIA, POR DOM ANTONIO


"Os policiais, são os Cavaleiros de hoje, que arriscam suas próprias vidas em defesa da população. Com eles quero compartilhar esse homenagem"

- Dom Antonio de Orleans e Bragança, Príncipe do Brasil e terceiro na sucessão ao Trono do Brasil.

Nas festividades alusivas aos 159 anos da Criação da Polícia Civil do Paraná, Criada por artigo imperial nº 1237 de 28 de Setembro de 1853. Assinado por Dom Pedro II.
Image may contain: 1 person, standing and suit
S.A.I. o Príncipe Dom Luiz de Orleáns e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil
e S.A.R. o Príncipe Dom Duarte de Bragança, Chefe da Casa Real de Portugal

“O interesse do Rei e do Imperador é uno com o interesse da Nação, e isso é uma coisa que tem também a capacidade de moralizar toda a política, porque ele se torna um exemplo incorrupto e incorruptível para toda a Nação. E, por via de conseqüência, toda a máquina política, a estrutura da Nação, se torna moralizada. Com isso, os problemas do País se resolvem muito mais facilmente, sem que haja rixas entre Partidos políticos ou grupos de interesses. O Soberano é um árbitro, é um juiz imparcial, que pode ajudar a harmonizar tudo isso.”

Sua Alteza Imperial e Real Príncipe Dom Luiz, Chefe da Casa Imperial do Brasil, legítimo Imperador do Brasil.

“Um Rei tem um conhecimento mais profundo da sua missão do que alguém que chegue a Presidente da República. O Monarca é independente em relação aos Partidos e aos grupos de pressão econômica, o que não acontece com os Presidentes. Estes precisam dos Partidos e do dinheiro para serem eleitos ou reeleitos. Daí que não possam criticar certos interesses econômicos, dado que podem correr riscos de eleição.”

Sua Alteza Real Príncipe Dom Duarte, Duque de Bragança, legítimo Rei de Portugal.

MONARQUIA – FATOR DE INDEPENDÊNCIA E CONTINUIDADE NACIONAL


A primeira grande vantagem do regime monárquico sobre o republicano é assegurar a unidade nacional. A monarquia garante de modo excelente a unidade nacional — bem de suprema importância, como ensina São Tomás de Aquino na sua obra “O Governo dos Príncipes”— não apenas no plano teórico, mas também na prática. A república, pelo contrário, não é capaz de assegurar convenientemente essa unidade.

Quando um príncipe herdeiro sucede a seu pai e sobe ao trono, sabe que pode contar, a priori, com a expectativa benévola e unânime do povo. Todos “torcem” para seu reinado ser bem
sucedido; ele praticamente não tem adversários e opositores.

Essa é uma vantagem imensa, de grande alcance para o pleno êxito de suas funções. Quem já sobe assim amparado pelo desejo de colaboração de todos, pode melhor do que ninguém assegurar a unidade nacional.

Um presidente da república não tem meios de assegurar da mesma forma essa unidade porque ele sempre representa uma parcela da nação, uma vez que a própria eleição limita e restringe sua representatividade. O pressuposto da eleição republicana é sempre a disputa, a luta entre partidos e facções. Nunca um presidente sobe com o país inteiramente contente.

Quando alguém se elege presidente, só ficam alegres ele próprio, sua família, seus amigos e aqueles que votaram nele. Todo o resto da nação, ou seja, os candidatos derrotados, as respectivas famílias, as rodas de seus amigos, os que votaram neles, os que votaram em branco, os que anularam seu voto, os que abstiveram de votar, ou os que simplesmente não estavam capacitados a votar – todos esses não têm motivos para ficar contentes. Às vezes, têm até motivos para desejar que o presidente eleito fracasse...

No sistema de eleições republicanas, as minorias vencidas — que, unidas, frequentemente somam mais votos do que o candidato vencedor — são obrigadas a suportar contra a própria vontade aquele candidato que rejeitaram.

Aliás, diga-se de passagem, é muito questionável, do ponto de vista democrático-representativo, a legitimidade de um candidato eleito por maioria simples, ou seja, quando a votação que obteve foi inferior ao total dos votos obtidos pelos outros candidatos, somados aos votos em branco e nulos. Pois isso significa que a maioria do eleitorado o rejeitou, e apenas uma minoria o sufragou. Sem dúvida, se esse mesmo candidato obtém no segundo turno maioria absoluta, essa pecha de ilegitimidade até certo ponto se atenua. Mas não se desfaz de todo, uma vez que muitos dos votos do segundo turno lhe foram dados apenas à falta de melhor. E é quase sempre uma minoria bastante considerável que, mesmo no segundo turno, o rejeita.

Uma vez eleito, o presidente procura conciliar as simpatias de todos fazendo questão de estender a mão para os adversários, pedir-lhes a colaboração para o bem da pátria etc. Discursos desses são de praxe no começo de cada governo.

Alguns presidentes vão mais longe. Até rompem — ou fingem romper — com pessoas que lhes deram apoio, e oferecem cargos de confiança a adversários dispostos a colaborar. Com isso tentam disfarçar a pouca autenticidade da apregoada imparcialidade, e conseguem por vezes livrar-se de aliados incômodos, garantindo um tal ou qual apoio entre os adversários menos enragés. Sem embargo disso, também essas atitudes não convencem muito. Quando o presidente foi eleito por pequena margem de votos, elas são vistas habitualmente como sinal de fraqueza política. E só servem para assanhar as oposições.

Quando a vitória foi mais cômoda e a posição do presidente é mais segura, ainda assim tais atitudes não são tomadas muito a sério, nem pelos amigos nem pelos inimigos do novo chefe de Estado.

Em qualquer dos casos, precisamente porque sabe que não pode contar com todos os seus compatriotas, o presidente eleito tem a natural tendência de procurar se assegurar do apoio dos que o sustentaram na campanha eleitoral.

Como? Evidentemente, favorecendo-os.

De um lado, o presidente dependeu, para subir, de um partido, e sua força lhe veio exclusivamente desse partido; mas, de outro lado, o próprio partido que elegeu o presidente espera ser por este reforçado após a eleição; e nesse sentido é do presidente que o partido tira sua força. É uma curiosa reversibilidade... para não falar de círculo vicioso.

Em consequência desse defeito de origem, o presidente, ao contrário do monarca, nunca tem as mesmas condições de independência para exercer suas funções.

Um príncipe não é candidato a nada. É unicamente de Deus e da História que lhe vem sua posição. Por isso, sobe ao trono sem depender de ninguém, e é como independente que estará ao serviço da nação inteira. Por isso, ainda, um monarca pode agir com vistas no futuro remoto e pode desenvolver planos de longo alcance, sem temer, como habitualmente temem os presidentes, os sobe-e-desce da popularidade imediatista.

Uma eleição presidencial custa, atualmente, muitos milhões de dólares em qualquer parte do mundo. A serem exatos os cálculos de especialistas em marketing político divulgados pela imprensa, os gastos da campanha de um candidato que deseje concorrer seriamente à presidência da República brasileira podem chegar à casa dos 500 milhões de dólares – quantia espantosa que corresponde a mais de 3 mil anos de salário de um presidente!

Para custear as campanhas, os candidatos recorrem a contribuições de seus correligionários. Evidentemente, quem apóia um candidato de alguma forma espera algum retorno.Depois de eleito, o presidente não pode olhar para todos do mesmo modo. Há pessoas a quem deve favores imensos e há adversários que fizeram tudo para que ele não fosse eleito, e que ele sabe farão tudo para atrapalhar o seu governo. Entre uns e outros precisa equilibrar-se o presidente. Dos primeiros depende, porque carece do seu apoio; dos segundos também depende, porque teme sua oposição. O regime republicano tem, pois, necessariamente, chefes de Estado dependentes.

Ora, a independência é fundamental para que o governante possa desempenhar as suas funções com isenção e com desembaraço, para consertar certos abusos e, doa a quem doer, tomar as medidas realmente necessárias para o país. Como fará isso com total liberdade se de alguma forma é dependente?Outro efeito da independência do monarca é que ele não precisa estar a todo momento pautando sua ação pelos índices da popularidade passageira e pode, por isso, fazer planos de longo prazo. Em consequência dessa visão mais abrangente a longo prazo, também a prazo imediato as soluções para os problemas concretos são mais acertadas.

O monarca, por outro lado, já nasce príncipe, já nasce nos degraus do trono, sabe que depois dele reinará seu filho, ou seu neto, ou o parente que estiver mais próximo da linha de sucessão. Sabe perfeitamente que será julgado pela História, e não pelos movimentos passageiros de opinião pública. Por isso, ele muitas vezes tem a coragem de tomar medidas impopulares que normalmente falta ao político eleito; e seu interesse está em realizar obras de longo prazo que o político – cuja atenção não pode deixar de estar voltada muito preponderantemente para as incertezas da próxima eleição – habitualmente não é levado a considerar.

São tão numerosos os exemplos na História de monarcas com visão de longo prazo, que até é difícil a escolha. Tomemos um, entre mil outros:

Dom Diniz, Rei de Portugal de 1279 a 1325 e esposo de Santa Isabel – a célebre Rainha Santa – passou para a posteridade com o cognome de o Rei Lavrador.
Isso porque em seu reinado procurou incentivar o cultivo e o aproveitamento das terras – então muito vastas para a pequenina população de Portugal – que seus antecessores haviam conquistado aos mouros. Numa perspectiva imediatista, Dom Diniz fez uma coisa que talvez não parecesse razoável, e que somente com uma visão de longo alcance se podia compreender: ele mandou plantar, na região de Leiria, extensos pinheirais.

Por que o fez? Segundo antiga e muito respeitável tradição corrente em Portugal, Dom Diniz previa que seu povo se multiplicaria cada vez mais, e que tempos viriam em que o território disponível no continente europeu já não seria suficiente para abrigar toda a grei portuguesa, a qual precisaria penetrar mar adentro à procura de novas terras e novos horizontes. Nessa ocasião, haveria necessidade de madeira, de muita madeira, para construir os navios que desbravariam os mares. Os pinheirais do previdente rei forneceriam então essa madeira.

Porventura algum presidente de república se empenharia tanto fazendo despesas cujos frutos só iriam aparecer no mandato de um remoto sucessor, sem nenhuma vinculação de sangue ou de interesse com ele? Claro que não.

Como observou o pensador espanhol Eugenio Vegas Latapié, é próprio dos reis plantarem bosques para o futuro; e é próprio das repúblicas os abaterem na primeira necessidade de lenha que se lhes apresente.

Justamente porque contam com o tempo e com o importantíssimo fator da continuidade, os reis procuram naturalmente soluções verdadeiras que muitas vezes só revelarão seus frutos a longo prazo. E não cedem à tentação do êxito fácil, vistoso e superficial, do qual dependem os favores imediatistas do eleitorado.

O artigo a seguir foi escrito por Armando Alexandre dos Santos, e publicado no boletim “Herdeiros do Porvir”, do Pró Monarquia, secretariado da Casa Imperial do Brasil.


NOSSO PASSADO É O PAI DO FUTURO

Image may contain: 1 person

“Embora as sucessivas gerações de alunos, nas escolas Brasileiras, desde 1889 venham sendo formadas em padrões Republicanos, com livros didáticos que criticam ou menosprezam os valores do Período Monárquico de nossa História, o fato é que ainda permanece, na memória coletiva do Povo Brasileiro, um forte componente Monárquico.

De vez em quando essa recordação enevoada de um passado melhor e mais glorioso aflora. A meu ver, foi exatamente o que ocorreu agora, a propósito das exumações no Monumento do Ipiranga. O interesse demonstrado pelo nosso público foi muito além do que parecia razoável esperar. E os órgãos da grande imprensa, revistas de tiragem nacional, sensíveis a esse interesse, dedicaram grandes espaços ao acontecimento.

Por que isso? Porque o Brasileiro carrega o peso das desilusões que ao longo de muitas décadas se seguiram a sucessivas esperanças revestidas deste ou daquele figurino político-social. Tem uma ideia indefinida e suave de que o Brasil já foi diferente, já foi melhor, e associa esse Brasil melhor às imagens de Dom Pedro I, de Dom Pedro II, da Princesa Dona Isabel, aspirando assim de algum modo ao reatamento do caminho abandonado.”

Sua Alteza Imperial e Real Príncipe Dom Luiz, Chefe da Casa Imperial do Brasil.

MANIFESTO DO PRÍNCIPE DOM PEDRO HENRIQUE AOS BRASILEIROS, 1936.


Manifesto escrito por Sua Alteza Imperial e Real Príncipe Dom Pedro Henrique (1909-1981), que foi Chefe da Casa Imperial do Brasil entre 1921 – quando sucedeu à sua avó paterna, a Princesa Dona Isabel, “A Redentora” – até a sua morte, quando foi sucedido por seu filho e atual Chefe da Casa Imperial, o Príncipe Dom Luiz.

“Brasileiros!

Impedido por motivos de ordem particular, que deploro, de assistir como tanto quisera fazê-lo, à trasladação dos despojos mortais dos meus inesquecíveis avós, cujo maior título de glória, no mais belo sentido da palavra, foi ter servido à Nação Brasileira durante o decurso de meio século, numa estreita cooperação entre o Povo e a Coroa, é-me grato dirigir-vos esta mensagem de saudação e amizade.

Pastor do seu povo, partilhando com ele as glórias como as provações, D. Pedro II, o Magnânimo, realizou durante o seu longo reinado a obra máxima a meu ver reclamada pelo Brasil. Integrou num bloco a nacionalidade ainda dispersa, formando um todo que até hoje resiste aos mais fortes embates. Vislumbrou com clara percepção os perigos que nos ameaçavam e soube formar um feixe sólido, firmado em nossa unidade de língua e de tradições.

Assim, a república, no nascedouro, já encontrou uma nacionalidade indissoluvelmente constituída, que resistiu até hoje aos choques da politicagem dissociativa. Optando pela república, um povo opta pelas lutas internas, no dizer do pouco suspeito M. Sembat. Não cuida mais, portanto, do seu desenvolvimento de nação do ponto de vista externo. Fatalmente a mentalidade republicana é inclinada à luta demagógica e de partidos, desprezando os problemas de ordem internacional.

Somente por vezes e sob a pressão de um incidente imprevisto é atraída, solicitada para o interesse nacional, que no seu íntimo receia, pois corre o risco de ser por ele dominada. O instinto de conservação dos partidos fá-la voltar logo à sua verdadeira natureza, isentando-a das realidades nacionais e alheando-a das forças mais representativas da sua unidade: o Exército e a Marinha.

O mal não é dos homens, como muito se tem dito, é do sistema que deforma o seu ângulo de visão.

Hoje, porém, o Brasil conta novamente com filhos que, vendo o perigo que nos ameaça, resolveram combater pelo ideal do Brasil uno, sem por isto prejudicar a autonomia e as diferenciações administrativas de cada região. Serão ouvidos e seguidos, pois sua causa e boa e justa; e os sofismas não poderão prevalecer contra eles.

Permita Deus que os espíritos dos grandes lidadores da integridade do Império, D. Pedro II e Caxias, animem e orientem os esforços dos Brasileiros em prol de uma pátria forte e unida pela sua mística e aspirações.

Mas isto não quer dizer que, para alcançarmos o objetivo colimado tenhamos que nos sujeitar à hipertrofia funcional do Estado, pois é essa a causa máxima da profunda depressão atual em todas as esferas de atividade, tanto social como política, econômica e financeira.

Por outro lado, o liberalismo econômico sem freios escraviza o mundo à alta finança internacional e anônima, sendo também uma das causas mais deploráveis do mal estar social.

Assim é que a tão propalada liberdade de trabalho não passa de uma utopia, que acaba resultando na sujeição do fraco pelo forte. O remédio eficiente reside no restabelecimento das corporações, reunindo patrões, empregados e operários de ofícios ou profissões, pertencentes ao mesmo ramo de produção. Assim fazendo, afastaremos a luta de classes, estéril e nociva para todos os interessados, oriunda da forma sindical operária ou patronal. O sistema corporativo elimina esses elementos de desassossego e realiza, no plano econômico, a organização racional da produção.

A história, como a vida, é um perpétuo recomeçar e uma constante inquietação, em prol de um objetivo ideal que se resume no maior bem estar possível, moral e material, da coletividade.

Ora, alcançaremos essa meta quando o povo, cansado de sofrer as desilusões dos fogos fátuos dos regimes ditos democráticos, voltar a uma fonte estável de governo, que reparta criteriosamente a ação administrativa, impondo a cada qual que pretenda a honra de 'servir', responsabilidades insofismáveis.

Mas um governo para assim agir necessita de unidade de direção e de liberdade de ação, dentro daquela unidade; requer também unidade de propósitos, condicionada por uma e outra premissa e uma perfeita adaptação dos meios ao fim, isenta de cálculos de ambição ou de proventos pessoais. Ora, nenhum regime consubstancia melhor esses requisitos de um bom governo, do que a forma monárquica, sob o aspecto que acabamos de expor.

Sem necessitarmos de muito otimismo, estamos presenciando, de alguns anos para cá, a uma evolução marcada no sentir dos povos ocidentais. Já não confiam mais nas promessas desabridas e irrealizáveis dos seus cortesãos, que, à caça do voto, não recuam ante a desordem e a anarquização dos espíritos e agem sem medir as consequências.

São as divergências intestinas, oriundas dessa neutralidade imediatista, que constituem hoje em dia a ameaça constante à nossa nacionalidade. Essa ameaça só pode ser contrabatida pela volta a um ambiente de brasilidade, sempre de atalaia contra as forças de dissociação.

Assim preste Deus ao Brasil o seu auxílio!

Pedro Henrique

Mandelieu, 11/XI/1936”

O PRÍNCIPE IMPERIAL EXALTANDO O POVO BRASILEIRO

Resultado de imagem para principe bertrand manifestaçoes

“Nós tivemos no Brasil um fenômeno – que foi uma verdadeira bênção em nossa Pátria – que foi a miscigenação... E, aos poucos, nós fomos formando um temperamento Nacional absolutamente invejável, porque os Brasileiros têm um lado de bondade, de calor humano, de afetividade, que nenhum outro povo tem.

Mas isso se deve a quê?

Somou-se o espírito empreendedor e a fé dos Portugueses à bondade e à força da raça Negra e ao espírito maravilhoso e intuitivo do Índio.”

Sua Alteza Imperial e Real Príncipe Dom Bertrand, Príncipe Imperial do Brasil, demonstrando o quanto foi preparado para amar e servir ao Povo Brasileiro desde o seu nascimento.

PRÍNCIPE DO BRASIL ATACA A REPÚBLICA E DEFENDE A VOLTA DA MONARQUIA

Image may contain: 1 person

“Nós vemos um descalabro por todos os lados, uma falta de respeito à população, uma falta de respeito às Leis. O próprio Presidente descumpre a Legislação, como no caso da propaganda eleitoral antecipada. Ele, como Chefe de Estado, deveria ser o primeiro a dar exemplo, e isso não acontece.

Temos um lindo e rico País, e se vê tentativas de destruição dele. Atualmente, no Brasil, há um desrespeito à separação dos Poderes, com o Presidente tentando influenciar a todos de forma negativa. Falta a figura do Imperador, do Poder Moderador, que está acima dos Partidos.

O Imperador já nasce com responsabilidade. É um sacrifício que nós, da Família Imperial, fazemos com grande prazer. O Monarca, desde o nascimento, tem uma responsabilidade imensa com a Nação. Desde criança, é preparado para considerar o País a sua família. O interesse maior dele, portanto, é o bem de sua Nação, de sua família.”

Sua Alteza Real Príncipe Dom Antonio do Brasil, terceiro na Linha de Sucessão ao Trono Imperial Brasileiro.

A FUNÇÃO SOCIAL DE UMA FAMÍLIA REINANTE

Image may contain: 11 people

A função social da família reinante é subtil, e difícil de definir. Nem por isto, deixa de ser muito real e importante.

Para que tenhamos disto alguma ideia, é preciso considerarmos o exemplo inglês, a suma atenção com que a opinião de todas as camadas sociais e correntes partidárias acompanha os gestos e feitos da Família Real, e a importância que atribui a qualquer acontecimento que ocorra neste terreno. A família reinante deve, a um tempo, ser o espelho e o modelo do ideal familiar e social do país. Espelho, no sentido de que deve possuir do modo mais acentuado e autêntico, o que a mentalidade doméstica e social do país tem de típico.

A família reinante deve ser como que a concretização simbólica do espírito nacional, no que diz respeito à vida social e familiar. Modelo, no sentido de que cabe à dinastia a função discreta de dirigir a evolução da mentalidade nacional, no lar e na sociedade. Munida do prestígio social inerente à sua categoria, pode a família reinante, sobre a qual convergem todos os olhares, por meio de seu exemplo, fazer cair em desuso os costumes menos bons, e os substituir gradualmente por outros, exercendo assim sobre o espírito público uma função pedagógica de imensa importância.

Se investigarmos bem a fundo as razões da popularidade que a Família Imperial conservou, mesmo depois da República, veremos que reside em boa parte, no êxito de sua tarefa social. O velho Imperador, com a grande respeitabilidade de sua figura, seu porte grave e afável, sua longa barba precocemente encanecida, representava bem o tipo ideal do excelente pai de família brasileiro daquela época, coluna do lar, protetor suave e varonil dos seus. Os costumes privados do Imperador eram sabidamente excelentes.

O Imperador era como que o tipo exemplar que concentrava em si as virtudes que cada brasileiro estimava em seu próprio Pai. O mesmo se poderia dizer da Imperatriz, Dona Teresa Cristina. Era italiana, da Casa de Bourbon Duas Sicílias. Adaptou-se a nosso ambiente com a naturalidade com que o fazem os de sua terra. Feia, boa, acolhedora, era ela mesma o protótipo da dama brasileira, algum tanto desinteressada naquele tempo dos encargos de representação, mas exímia em tudo quanto dissesse respeito aos deveres do lar. Todo o mundo, consciente ou inconscientemente, se sentia um pouco parente daquela família-tipo.

Cabia à Princesa Isabel sustentar esta tradição, representar ela mesma a geração em que nascera, com a exatidão e fidelidade com que seus pais haviam logrado encarnar a geração anterior. Incumbia-lhe aliar à representação própria ao regime monárquico, a simplicidade de que os brasileiros sempre foram tão ardentes apreciadores. À delicadeza, essencial ao verdadeiro ideal feminino, a firmeza de pulso própria a uma herdeira da coroa.

Em uma época em que as mulheres viviam tão arredadas da política que nem tinham direito de voto, ela, a Princesa Imperial, se encontrava bem no âmago da vida política, onde devia agir de modo a inspirar confiança aos homens, e evitar a antipatia das mulheres! Era uma popularidade pessoal, que lhe vinha de suas virtudes, vistas sobretudo deste ângulo fundamental: a Princesa soubera, ela também, encarnar perfeitamente o que havia de melhor entre as brasileiras de sua geração.

Era o tipo da grande dama brasileira de seu tempo, nobre, maternal, bondosa, que sabia fazer-se respeitar, sobretudo pelo amor.

Artigo escrito pelo Dr. Plinio Corrêa de Oliveira, em 1946.

A SABEDORIA DO CHEFE DA CASA IMPERIAL

Image may contain: 2 people

“Muitas pessoas são por demais imediatistas, e desejam uma solução mágica e rápida para uma deterioração das Instituições e do tecido social que se vem operando há muitas décadas, eu até diria há séculos. Creio que a verdadeira solução é mais profunda.

Sendo eu totalmente avesso ao espírito de luta de classes e amigo da hierarquia harmoniosa e equilibrada na organização social humana, penso que é na reabilitação das verdadeiras Elites que se encontrará um fator autêntico de estabilidade, pois elas têm uma natural afinidade com as melhores tradições e as aspirações mais profundas do Povo e da Nação.

Friso, verdadeiras Elites, e não essas pseudo-Elites que adotam para si modos extravagantes, e até escandalosos, a quem falta o senso de dever e da dedicação. Ressalto que hoje muitos sociólogos e analistas políticos, sobretudo Norte-Americanos, reconhecem que inúmeras crises com que se debatem as Sociedades modernas provêm da ausência ou da omissão das verdadeiras Elites.

Gostaria de chamar atenção a um aspecto: o Brasil real não é o que os jornais e a mídia em geral nos apresentam. Eu e meus irmãos, que viajamos muito, temos podido conhecer de perto a realidade do Brasil.

Aquele Brasil de homens empreendedores, com espírito desbravador, lutando contras as dificuldades naturais, mas também contra os imensos ônus que o Regime atual lhes põe sobre os ombros e que, apesar de tudo, continuam a fazer o País prosperar. Dou como exemplo, de passagem, a imensa carga tributária que pesa sobre todos os Brasileiros.

Mas, como dizia, conhecendo essa realidade, tem-se esperança no Brasil, porque nosso Povo tem dinamismo, tem harmonia social, tem bom senso e, sobretudo, tem Fé. Creio, portanto, que com a ajuda de Nossa Senhora Aparecida, a quem meu antepassado, Dom Pedro I, consagrou o Brasil, um dia retomaremos as vias providencias que farão de nós uma grande Nação.”

Sua Alteza Imperial e Real Príncipe Dom Luiz, Chefe da Casa Imperial e Defensor Perpétuo do Brasil.

COMO SERIA O BRASIL SE A MONARQUIA TIVESSE CONTINUADO?

Image may contain: 1 person

“O Brasil seria certamente um dos Países mais ricos do Mundo.

Durante a Monarquia, o Brasil estava no topo de progresso. Fomos o segundo País do Mundo a ter rede telefônica. Fomos o segundo a ter selo postal. O primeiro cabo submarino que ligava Continente à Europa era nosso. Tínhamos uma das maiores redes ferroviárias do Mundo. Nossa Moeda era estável.

Nossa Moeda valia vinte e sete pences, que é uma unidade da Libra Esterlina. No fim da Monarquia, em quarenta anos a nossa Moeda estava valendo vinte e sete pences e três quartos. Nossa Moeda nunca variou. Dizem que a Moeda é o espelho de um Regime.

Nós tínhamos um Regime muito mais democrático do que hoje em dia. Um sistema de votos distritais, com eleições muito mais baratas, e as eleições se davam religiosamente de acordo com os calendários eleitorais.

Em todo o Segundo Reinado, não houve uma alteração nos calendários eleitorais, não houve uma vez declaração de Estado de Sítio, qualquer tipo de censura, qualquer tipo de limitação de direitos. E não há ninguém que faça acusação de qualquer tipo de falcatrua do Imperador.”

Sua Alteza Imperial e Real Príncipe Dom Bertrand, Príncipe Imperial do Brasil.

CONSELHO DO CHEFE DA CASA IMPERIAL AOS MONARQUISTAS


“Para que a aurora da Ressurreição Monárquica se faça meio-dia, é preciso que a Monarquia faça sua caminhada, não no terreno poeirento das refregas partidárias, das quais está farta a atenção pública, porém na ação individual, dedicada, infatigável, de cada Monarquista junto aos seus familiares, seus íntimos, seus colegas de trabalho, seus companheiros de lazer.

Cumpre para isso que os Monarquistas de nossos dias trabalhem para restituir a nossos contemporâneos, à maneira dos Brasileiros do Segundo Reinado, o gosto da reflexão política, alimentada em serões familiares, em ambientes sociais, nos círculos intelectuais. Reflexão que, muito mais do que a mídia, assegure ao Brasil autêntico as condições para, por si mesmo, formar seu próprio pensamento, relegando para o plano inferior que lhes toca, as infindáveis discussões sobre interesses partidários, apetites pessoais, difamações recíprocas, etc., que constituem o pobre e indigesto manjar dos fornos de nosso presente Sistema Representativo.”

Sua Alteza Imperial e Real Príncipe Dom Luiz, Chefe da Casa Imperial e Imperador por direito do Brasil.

OS PRÍNCIPES DO BRASIL: UMA PROMESSA PARA O FUTURO


“O Brasil está hoje numa decadência como jamais esteve em sua História. A moralidade pública desapareceu por inteiro, o descrédito da classe política não poderia ser maior, só há desesperança e desânimo nas Instituições Públicas. No entanto, com suas virtudes naturais e sobrenaturais, com a fidelidade ilibada aos princípios e nos ensinamentos hauridos nos Specula Principum de todos os tempos, Dom Luiz paira, por cima de todas essas baixarias, e constitui uma autêntica e brilhante reserva moral da Nação Brasileira, à espera de melhores dias, que, tenho plena certeza, virão. E, talvez, estejam mais perto do que parece.

Graças a Deus, está assegurada a Sucessão Imperial. Após Dom Luiz, ao qual ainda agouramos muitos e muitos anos de vida e atuação fecunda, temos o Príncipe Dom Bertrand. Após ele, temos o Príncipe Dom Antonio. E, depois desses três irmãos, já na geração seguinte, temos aqui o nosso caríssimo Príncipe Dom Rafael, que é hoje, como já foi o seu tio, como já foi o seu avô, e como já foi o seu bisavô, portador das nossas esperanças e promessa de muito futuro.

A Monarquia, diferentemente da República, sempre se renova. É uma Instituição antiquíssima e venerabilíssima, mas nunca envelhece, porque se renova sempre, a cada geração. Essa é a nossa grande força! Não é, como a República, obrigada a inventar, de tempos em tempos, nomenclatura nova para disfarçar seu indisfarçável desgaste.”

Armando Alexandre dos Santos, em “Dom Luiz – um nome, uma esperança, uma promessa de realização”.

MONARQUIA: ESTABILIDADE, CONTINUIDADE E UNIÃO


"Pode parecer decorativo, mas um Rei é como uma pedra angular. Rebentamos a pedra e toda a estrutura entra em colapso. De certa forma, é o cimento de uma Nação, é um embaixador, um símbolo nacional que promove a união. É como se existisse um árbitro. O árbitro não pode ser o capitão de uma das duas equipes. Julgo que os adeptos do futebol compreendem bem a metáfora."

Stéphane Bern, jornalista e Monarquista francês.

Dom Pedro II, de Affonso Arinos



"02 de Dezembro de 1897

O desgosto profundo que lhe abalou a alma, quando, há oito annos, o expulsou do Brasil o motim dos quartéis ; a agravação consequente da sua saúde de velho, gasta abnegadamente, durante mais de meio século, em serviços inolvidaveis á terra da pátria ; e, mais, a ingratidão com que muitos retribuiram os beneficios de seu coração fora sempre prógido - tudo occorreu para apressar o fim daquella vida por tantos títulos preciosa.

Banido sem piedade, no declínio da existencia, do império que sabiam ente governára por tantos longos annos, ao ponto de elevar o país ao nivel de engrandecimento que o tornava respeitado por todas as nações ; não tendo jamais consentido na menor affronta ao nosso brio, nem á nossa honra, e, ao contrario, procurando sempre impôr o nome brasileiro á consideração do mundo civilizado de além oceano - banido, depois de desthronado, pela grandeza do seu coração que não consentira se derramasse em sua defesa o sangue dos brasilerios ; banido, sem a menor resitencia, afim de que um periodo, então anormal, de guerra fraticida - elle, entretanto, exilado em terra extranha, não teve nunca uma palavra, um gesto de maldição para aquelles que inauguravam na pátria um regimen de revolução, de morticidios, de descrédito e de corrupção social.

Não; e se palavras lhe brotaram dos lábios augustos em que relação ao novo regimen de desgoverno republicano, essas foram apenas de lástima para com os dominadores que mal entreviam no horizonte político as tempestades que elles próprios preparavam.

Não; e se palavras teve o soberano quando a morte se acercou de seu leito, essas foram para pedir, aos amigos que o rodeavam, um punhado de terra brasileira para nella repousar sempiternamente.

Não fosse o levante militar de oito annos atraz, e hoje o Brasil inteiro festejaria o anniversario natalício de D. Pedro II.

Há nove annos na data de hoje, milhares de galões e de passamanes de ouro reluzentes resplandeciam nos salões do paço da cidade.

No cortejo, curvam-se muitas espinhas dorsaes dos mesmos que emborcaram, mais tarde, nos salões do Itamaraty ou nos palacetes Friburgo. Póde dizer-se até que as curvaturas nos cortejos da República são mais profundas, devido naturalmente, á influência que o esplendor dos salões do novo regimen, opulentamente mobiliados, exerce nos espíritos facilemtne arratáveis pela grandeza e pelo luxo.

Uma differença, porém se deve notar. Nos velhos salões pobres e quasi nus do Paço imperial. palpitava a grandeza do passado. Os olhos, não tendo que occupar-se com a riqueza escandalosa e cantante que a democracia de agora esparramou nos solares presidenciaes, podiam contemplar o aspeito venerável dos velhos e cujas as espadas tinham nas laminas refuldentes, gravada em caracteres côr de prata o lemma : - "Viva o Imperador! "

Este lemma, repetido pelas bocas dos soldados em brados enthusiasticos, deu-nos as victorias de Humayta, de Riachuelo, do Monte Caseros, de Tuyuty, Paysandú, Toneleros e tantas outras. A bandeira que então tremulava serenamente ás auras da victoria, nas ameias dos baluartes inimigos, foi arrancada do quartel general a 15 de novembro de 1889. Ahí onde ella cahiu limpa de morticidios sombrios e virgem das degollas cobades.

Ella não presidiu á pavarosa hecatombe de brasileiros sem crime, ella não se repoxou de horror ao estripamento de pobres mães sertanejas ; ella não teve volúpias de Herodes no sacrificio millenario dos inocentes ; ella foi auriflamma que congregou os brasileiros nos dias de perigo, quando a honra e os brios da pátria exigiam de seus filhos a desaffronta pelas armas ; ella cobriu os brasilerios com a calentura de um manto imperial.

Foi a sombra dessa bandeira que o verbo de José Bonifácio teve accentos de elonquencia subliminada ; foi ella que Castro Alves cantou ; foi ella que morreu Willagran Cabrita, por ella pelejaram Porto Alegre e Tamandaré inspirou o alevantado espirito de Bernardo de Vasconcellos, a energia de Feijo o gênio de estadista como Eusébio, Paraná, Rio Branco, Itaboray, Nabuco, Zacharias, Belisário e Cotegipe.

Afagados por esta bandeira, Alencar e Gonçalves Dias glorificaram as lettras, Laffayete, Teixeira de Freitas e Nabuco elevaram a nossa cultura jurídica.

Foi a sombra dessa bandeira que o chefe dos jornalistas repúblicanos Quintino Bocayuva, adestrou a pena.

Protegidas por ella, cresceram e prosperaram a nossa lavoura e a nossa industria; o nosso crédito no extrangeiro chegou a posição do das maiores nações do mundo ; o rio Amazonas se abriu ao comercio do globo ; as estradas de ferro estenderam no nosso território suas fitas de aço ; fundaram-se escolas e academias.

O que nos deu até agora a bandeira, em oito annos, a bandeira marca-cometa? A pobreza, o descredito, o odio e o lucto.

Consolemos-nos, porém, porque, cedo, dias felizes virão novamente para tranquilidade da familia brasileira e a grandeza da pátria.

Então, poderemos levantar uma estatua de bronze ao saudoso Monarcha, para que o bronze corpo fique numa praça publica aquelle que a saudade indelevelmente gravou no nosso coração.

Affonso Arinos."

O BOM CHEFE DE ESTADO

Image may contain: 1 person, glasses

“A Monarquia tem uma vantagem muito grande, de que, na lógica do Sistema Parlamentarista, tem uma posição equidistante entre as novas e velhas correntes políticas, e nesse sentido é muito mais democrática do que o Parlamentarismo Republicano. Veja, por exemplo, a Rainha do Reino Unido, que está há sessenta anos no poder, e seu Jubileu foi uma apoteose. Nunca ela teve tanto prestígio quanto no seu Jubileu. Por quê?

Porque ela mantém a dignidade, a continuidade e a identidade da Nação. Pois a missão de um Chefe de Estado é orientar, coordenar, estimular, fiscalizar e – apenas nas questões que o conjunto da Nação, diga-se, os representantes eleitos, não for capaz de realizar – administrar. Quanto menor for o impacto governamental, melhor. Deve haver um Governo! Mas quanto menor, melhor para a Nação.

Governar, do francês, é ‘orientar’. Por exemplo, o leme de um navio chama-se ‘le gouvernail’. É o que orienta o navio. Na Marinha de Guerra, pode-se fazer a comparação: o Comandante é o Chefe de Estado, e o Imediato é o Chefe de Governo.

O Imediato é responsável por fazer o navio ir, mas o Comandante designa os grandes rumos e grandes estratégias. E, nesse ponto, hoje em dia tudo se confunde. Diz-se que o bom Governante é o bom administrador. Não é! O bom Governante é o que sabe inspirar e orientar a Nação.”

Sua Alteza Imperial e Real Príncipe Dom Bertrand, Príncipe Imperial do Brasil. Segundo na Linha de Sucessão ao Trono Imperial Brasileiro.

A IMPORTÂNCIA DE NOSSA HISTÓRIA

Image may contain: 1 person

“Costuma-se dizer que o brasileiro não tem senso histórico e não se interessa pelo nosso passado. Em certa medida, isso é verdade, mas, mesmo assim, o museu brasileiro mais visitado, em todo o País, ainda é o de Petrópolis. E o próprio Museu da USP – mais conhecido como Museu do Ipiranga –, apesar de todos os problemas que enfrenta para se manter, é visitadíssimo, por grupos de alunos provenientes de escolas não só da capital, mas até de cidades interioranas.

Há, pois, um interesse permanente, que se trata de incentivar e de facilitar. Agora, o episódio de exumação e as pesquisas científicas que se seguiram parece ter dado novo impulso a esse interesse, parece tê-lo revigorado.

É de desejar que ele se mantenha e cresça cada vez mais.”

Sua Alteza Imperial e Real Príncipe Dom Luiz, Chefe da Casa Imperial do Brasil, o legítimo herdeiro dos Imperadores Dom Pedro I (1798-1834) e Dom Pedro II (1825-1891).

O QUE É SER LÍDER?


“Pela definição dos dicionários, líder é a pessoa que é a cabeça de um movimento, de uma equipe ou de um grupo. Tipos de líderes, temos vários, cada um com suas características. Alguns são líderes natos, outros desenvolvem liderança ao longo de suas vidas, outros são líderes por exemplo, outros são referência naquilo que fazem, impõem respeito a seus liderados, outros lideram pelo medo, e outros, ainda, aspiram à confiança de seus liderados.

Enfim, exercem sua liderança a fim de atingir um objetivo maior. E essa liderança consiste na condução de um grupo de pessoas, transformando uma equipe que gera resultados. É a habilidade de motivar e influenciar os liderados de forma ética e positiva, para que contribuam voluntariamente e com entusiasmo para alcançarem tal objetivo.

Temos alguns estilos de liderança: a autocrática, na qual o líder toma decisões por conta própria, sem consultar a ninguém; a liderança democrática, em que há participação dos liderados no processo decisório; a liderança liberal ou laisser faire, em que existe liberdade na execução dos projetos, indicando uma equipe madura, mas também pode ser um indício de negligência por parte do líder; existe também a liderança paternalista, em que a relação entre o líder e o liderado é vista como de um pai para um filho, orientando, ensinando, protegendo; e a liderança por ideal, que é o estilo de conduzir equipes por meio de convicções e dos valores do líder, sem desmerecer os objetivos individuais dos liderados.

É este último o ideal que vejo nesta sala hoje. São voluntários entusiasmados, que acreditam nas convicções e nos valores de seus líderes. E essas convicções conversam diretamente com a alma de todos os brasileiros. O Brasil tem essa necessidade de um líder de valores e princípios. O líder de uma Nação deve buscar sempre o seu desenvolvimento e crescimento, em busca de um bem maior. Deve buscar que seus liderados estejam satisfeitos, e que tenham os meios necessários para que esse desenvolvimento aconteça.

Acredito que também nós devemos ser líderes. Que sejamos líderes todos nós, e que lideremos nossos grupos de movimento com ética, princípios, valores morais, para que consigamos também alcançar nosso objetivo, que é a Restauração da Monarquia neste nosso País, que tanto amamos.”

Sua Alteza Real Príncipe Dom Rafael do Brasil, quarto na Linha de Sucessão ao Trono Imperial Brasileiro, em palestra no XXIII Encontro Monárquico

RESPEITO

Image may contain: 1 person

Conta-se também que Dom Pedro II foi visitar a Alsácia-Lorena, região francesa que foi anexada a Alemanha depois da derrota francesa na Guerra franco-prussiana.

Certa vez o Imperador estava em seu Hotel, na Alsácia-Lorena, quando o Comandante Alemão, quis fazer uma guarda de honra ao Imperador. Onde tocaria as continências regulamentares para saudar o Soberano. Entretanto, Dom Pedro II respondeu:

"Agradeço a delicada intenção. Se estivesse na Alemanha com certeza aceitaria. Mas, não posso deixar que a música dos vencedores venha me saudar no solo dos vencidos".

O Comandante Alemão entendeu e respeitou a decisão do Imperador. Os franceses ao saber da resposta imperial ficaram profundamente gratos e sempre manifestaram as mais vivas provas de respeito para com o Imperador.

Essa história esta narrada no livro "Revivendo o Brasil Imperio".

Foto: Oficiais alemães prestam homenagem aos prisioneiros franceses feridos, 1876.

OS FEITOS DA COROA

Image may contain: 1 person

"Tenho por certo que a função benéfica da Monarquia no Brasil foi esta:

Descobrimento, Conquista, Povoamento, Cristianização, Edificação, Plantio, Organização, defesa do Litoral, explusão do estrangeiro, unificação e conservação de todo territorial; administração, estabilidade, ordem perfeita no Interior; Independência, unidade política, Sistema Parlamentar, sentimento da liberdade, altivez do caráter brasileiro, inviolabilidade da imprensa, força das oposições, direito das minorias, tirocinio, aptidão, moralidade administrativa, vocação política desinteressada, crédito, reputação, prestígio exterior, brandura e suavidade de costumos públicos, igualdade civil das raças, extinção pacífica da escravidão, glória militar, renúnica do direito de conquista,arbitramento internacional; cultura literária e científica a mais forte da América Latina e por último - como ideal realizado da democracia antiga, o governo do melhor homem - um reino Pericleiano de meio século."

"O dever dos Monarchistas - Carta ao Almirante Jaceguay" - Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo.

A AMÉRICA COROADA

Image may contain: 4 people, text
Libertadores da América espanhola

"É preciso não esquecer que tanto a América Inglesa como a Espanhola só adotaram a forma republicana por lhes faltar a matéria prima da Monarquia: o elemento dinástico.

Monarquista era o grande Hamilton «considerado com justiça o fundador da nação Americana» (Goldwin Smith, in American Statesmen). Monarquista era Rivadávia, «o único governante depois de Washington, que marcou na América o mais alto nível do homem de governo de um povo livre» (Mitre, San Martin, 2ª ed.Tomo I, pág 104).

Monarquista era Belgrano, San Martin e o próprio Bolívar; era o grupo mexicano do «plano de Iguala» com Iturbide á frente."

"O dever dos Monarchistas - carta ao Almirante Jaceguay", Joaquim Nabuco

PARLAMENTARISMO MONÁRQUICO X PARLAMENTARISMO REPUBLICANO

Image may contain: 1 person

“A grande, ou maior, vantagem da Monarquia Parlamentar é uma maior representatividade, comparada com a República Presidencialista. O Parlamentarismo é somente autêntico na Monarquia, porque, numa República Parlamentar, pode acontecer, como aconteceu recentemente em Portugal e há algum tempo atrás na França, de uma verdadeira ‘esquizofrenia’ entre a Chefia de Estado e a Chefia de Governo: o Presidente da República era de um partido, e o Primeiro Ministro era de outro.

O resultado é que, nesse Governo, o Presidente da República quer derrubar o Primeiro Ministro, ou vice-versa, vencendo as próximas eleições, ou mesmo derrubando o Gabinete. E quem sofre nessa disputa é a Nação.”

Sua Alteza Imperial e Real Príncipe Dom Bertrand, Príncipe Imperial do Brasil, segundo na Linha de Sucessão ao Trono Brasileiro.

A MONARQUIA IDEALIZADA

Image may contain: 1 person

“O ideal seria que o Regime tivesse algo de Monárquico, algo de Aristocrático e algo de Democrático, com um Senado vitalício, uma Câmara dos Deputados eleita a cada quatro ou cinco anos, um Judiciário e um Legislativo independentes, e um Executivo exercido por um Primeiro Ministro, indicado pelo Soberano, de acordo com a maioria parlamentar do momento. Além do Poder Moderador, que era algo genial que a nossa Constituição do Império tinha, e que outros Países, como a França, quiseram copiar.”

- Sua Alteza Imperial e Real Príncipe Dom Luiz, Chefe da Casa Imperial e Defensor Perpétuo do Brasil.

Lembrem-se, Governos vão e vêm, mas o Estado é perene. Portanto, o Brasil precisa ser representado com dignidade. Dignidade que pode ser encontrada apenas em nossos nobres Príncipes e Princesas, os legítimos descendentes e herdeiros Dinásticos de nossos Imperadores.

CURIOSIDADES SOBRE O MAGNÂNIMO



  • Almoçava as 9 da Manhã e jantava as 16h. Comia depressa, o que irritava seus camaristas;
  • Na sua dispensa não podia faltar: mangas, laranjas, ananazes, pêssegos, cambucás, limão e coco da Bahia, marmelo, melância, melão e banana. Para os comensais do Palácio: peixe, muito peixe, camarão e ostras;
  • Jamais sentava à mesa sem fazer o sinal da cruz antes das refeições. Era educado, polido e dado a cordialidades, mesmo com criados;
  • Não admitia distúrbios: "Não admito populaça em ar de ameaças" disse o Imperador na Revolta do Vintém;
  • Não cedia em suas convicções. Teimoso na firmeza de suas atitudes;
  • Não dava a importância a pratos requintados, preferia a alimentação simples, não dispensava a canja e os bifes «à milanesa»;
  • Gostava de Champanha e Vinhos Importados;
  • Era adepto da Água de Colónia, todos os meses ganhava um vidro do perfume;
  • Comia doces de forma exagerada;
  • Jogava bilhar. Lia jornais e conversava com os camaristas e amigos
  • Tinha um cacoete: durante uma conversa, sempre intercalava a seguinte frase: "Homem! Eu te digo...";
  • Quando passava mal do estômago, usava e abusava do Carbonato de Magnésia, segundo depreende as receitas do seu amigo e médico, o Conde da Mota Maia. Que certa vez prescreveu 240g do aludido carminativo, "aromatizado com hortelã e corado brandamente com carmim";
  • Não fumava e nem consentia que fumassem em sua presença, embora o "puro Havana" fosse apreciado pelos comensais do Palácio;
  • Era conhecida a sua aversão a cachorrinhos;
  • Sabe-se que durante 50 anos nunca, ninguém ouviu sair de sua boca "palavra ofensiva";
  • Seus alfaiates eram Durocher, Claudino e Vitório;
  • Tinha obsessão em gastos em dinheiro. Mas aconselhava comprar coisas de qualidade, para não se pagar duas vezes. Ao ponto de certa vez criar problemas a Câmara Municipal que recebeu dele a seguinte missiva: "Sua Majestade, faz questão de saber quem pagou as carruagens que levou a Família Imperial, da estação a Cidade. Se foi pago pela Câmara, então Sua Majestade faz questão de devolver o dinheiro...";
FONTES:
  1. TEIXEIRA, Múcio - O Negro da Quinta Imperial. Ed.Jornal do Brasil, Rio de Janeiro 1927, página 223;
  2. DELGADO, Alexandre Miranda - O Imperador Magnânimo;
  3. RIBEIRO, João - História do Brasil, 13ª Edição, Rio de Janeiro, 1921, pagina 235;
  4. BRAGANÇA, Dom João de Orleans e Bragança, Caderno B, Jornal do Brasil 10 de Maio de 1980;
  5. MOUTA, Daniel Zumelzu - Memórias e Anotações do Império, 1998;
  6. FREITAS, Benedicto - Santa Cruz " Fazenda Jesuítica, Real e Imperial" Volume III Império Rio de Janeiro 1987.

INTERESSES DA PÁTRIA SEMPRE À FRENTE


Uma tremenda crise financeira assoberbava o País, em 1858.

Apareceram então no “Jornal do Comércio” alguns artigos tratando de economia política, assinados sob o pseudônimo de “Veritas”, nos quais se patenteava a competência do seu autor. O Imperador encarregou o presidente do Conselho de Ministros, Limpo de Abreu, de indagar quem era o autor desses artigos, e convidá-lo a assumir a pasta da Fazenda.

Dois dias depois, durante o despacho ministerial, o Imperador perguntou pelo resultado da incumbência, ao que o ministro comentou:
-- Se Vossa Majestade soubesse quem é o “Veritas”...
-- Basta! Já sei, já sei... Bem vejo que os senhores não me conhecem.

Sr. Presidente do Conselho, quando lhe confiei essa delicada missão, eu já sabia que “Veritas” é o pseudônimo do Dr. Francisco de Salles Torres Homem, o Timandro, autor do “Libelo do Povo”, livro onde eu, minha mulher e minhas filhas somos cruelmente tratados.

Mas eu não posso colocar os meus sentimentos pessoais acima dos interesses do meu povo.

Atravessamos uma crise econômica e financeira das mais agudas, e esse homem parece dispor dos meios para atenuá-la, senão vencê-la. Vá convidá-lo em meu nome a vir à minha presença.

No dia seguinte, a pasta dos negócios da Fazenda era confiada à competência do violento panfletário. Ao apresentar-se ao Imperador, e tornando-se ministro, teria declarado:
-- Senhor, para os grandes crimes, as grandes expiações...

A imprensa da oposição foi implacável com o seu correligionário da véspera, que no entanto resolveu em pouco tempo o complicado problema financeiro.

Vendo-o diariamente batido pelos amigos e invejosos, que não lhe perdoaram o fato de ter posto o seu grande talento e aptidões a serviço da Pátria, o Imperador foi de uma generosidade além das próprias ambições do novo estadista: deu-lhe o título de Visconde de Inhomirim, mandou nomeá-lo depois ministro plenipotenciário e enviado extraordinário junto a uma das mais brilhantes cortes europeias, e na primeira oportunidade escolheu-o para o cargo vitalício de senador do Império.

Revivendo o Brasil Império.

ESTABILIDADE E CONTINUIDADE


A estabilidade dos poderes do Estado é um postulado da ordem social e da justiça, como a continuidade de orientação governativa é indispensável ao prosseguimento de uma obra ou ao cumprimento de uma missão nacional.

Se o Poder muda continuamente de mãos sem uma orientação superior estável, quebra-se a continuidade necessária. Ora é isto o que acontece na normalidade republicana.

Quer os Governos, quer os Parlamentares, quer o Presidente, estão sujeitos periodicamente e a curto prazo às mais imprevistas e súbitas mutações dependentes das contingências eleitorais.

No sistema republicano não existe nenhum órgão, nenhuma instituição, que represente a continuidade da Pátria. Todos os poderes são caracterizadamente políticos, na origem, nas funções, no significado e, como tal, inconstantes e instáveis como a opinião pública de onde provêm.

Na Monarquia, a instituição dinástica identifica-se com a perenidade da Pátria. A continuidade assegura-se supra-Governos, num plano perfeitamente compatível com as naturais oscilações políticas. Eis por que a Realeza permite conciliar a estabilidade com a liberdade, a continuidade com as substituições das equipes governamentais e a renovação dos métodos e das ideias no Governo.

O Poder republicano pode estabilizar-se e permanecer demoradamente, é certo, mas o faz, em geral, negando o ajuste eleitoral.

Essa permanência assume, então, todo o aspecto de uma imobilidade política, com prejuízo da liberdade popular e dos direitos cívicos.

Conforme fica anotado, a prolongada duração de um governo republicano não tem analogia válida com a continuidade que a Realeza estabelece. Devemos estar precavidos confusões que neste ponto se levantam.”

Mário Saraiva, em “Razões Reais

UM ORLEÁNS E BRAGANÇA EM LONDRES

No automatic alt text available.

No Imperial War Museum no Canadá, existe um quadro a óleo do Principe Dom Antônio de Orleáns e Bragança (Antoine Orleán-Braganza) filho mais novo da Princesa Isabel. Nascido em 1881 no Rio de Janeiro.

Após a Proclamação da República, Dom Antônio, serviu no Exército Imperial e Real da Austria-Hungria, quando houve a Primeira Guerra Mundial, solicitou educadamente a dispensa do Exército Austríaco ante ao Imperador Francisco José (que era amigo de Dom Pedro II), e pôs-se a servir o lado dos Aliados, pelo Reino Unido, uma vez que a França, não permitia membros da casa real francesa, a servir no exército.

Comandante da Brigada de Cavalaria Canadense.

Antônio, sai da guerra ileso, apesar de correr inúmeros riscos. Morreu em um exercício aéreo em Edmonton, foi enterrado na Capela Real dos Orleáns em Dreux.

Ganhou a Cruz de Honra do Exército Britânico. Na ordem do dia de 1917 ele foi lembrado:

"Filho de Gastão de Orleans e "Isabella" Princesa Imperial do Brasil - Military Cross, London Gazette, # 30234, datada de 16 de agosto de 1917, "Para notável bravura e devoção ao dever. Conforme Inteligência Policial, ele observou a posição do inimigo de perto. Finalmente ele chegou a 400 metros do inimigo à luz do dia, e embora sob fogo pesado, continuou suas observações e informações obtidas que era o valor máximo ". Légion d'honneur (Chevalier), London Gazette # 31736 de 16 de Janeiro de 1920."

Grã-Cruz de todas as Ordens Imperiais do Brasil, da Ordem de Cristo, por Portugal, do Mérito pela Bulgária, Carlos III da Espanha, e Grã-Cruz da Ordem do Sol Nascente, do Japão.

Fontes: Barman, Roderick J. (2002). Princess Isabel of Brazil: gender and power in the nineteenth century. Wilmington, Delaware: Scholarly Resources.

COMO COMEÇOU A MODA DO BANHO DE MAR.

Imagem relacionada

Até 1810 ninguém tornava banho de mar no Brasil. Mulher nenhuma se esticava na areia de biquíni fio dental ate torrar como um camarão. Não tinha futebol ainda e muito menos futebol de areia. Não tinha surf nem rodinhas de banhistas descansando sob guarda-sóis.

Ninguém considerava costumeiro, nem civilizado lagartear na areia até 1810. Mas naquele ano, o rei dom João VI faria um mergulho na Praia do Caju, hoje um lugar degradado na zona portuária do Rio de Janeiro. O monarca estava com a perna infeccionada por causa de um carrapato e seguia orientações médicas. Sem querer, ele inaugurou o costume que hoje lota as praias de banhistas e vendedores de queijo coalho.

Na França e na Grã-Bretanha, distintas senhoras já tomavam seus banhos para curar doenças físicas e até psíquicas. As teorias sobre o benefício do banho de mar eram a última palavra na medicina da Europa. E foi lá que os desesperados médicos de dom João foram buscar a receita para curar o rei que vivia no Brasil havia dois anos. A ideia de que a água - sobretudo a água salgada do Canal da Mancha - era um santo remédio veio de uma teoria do médico e religioso inglês John Floyer nos primeiros anos do século XVIII.

Além de criticar a igreja por modernizar a cerimônia do batismo (que virara um mero espirro de gotas na testa), o doutor Floyer acreditava que o mar tinha poderes milagrosos até para paralíticos. Sua obra inaugural, a História do Banho Frio, foi publicada em dois volumes, em 1701 e 1702. Mas a corrida às praias na Europa começou mesmo meio século mais tarde, em 1749, quando outro inglês, o doutor Richard Frewin, descreveu a primeira cura por banho de mar

Sessenta anos depois, havia no Velho Continente uma enxurrada de publicações de métodos para o tratamento marinho, Os médicos de dom João decidiram tentar, E a receita deu certo: o monarca curou-se, Com o sucesso, os banhos atraíram a corte portuguesa alojada no pais, Logo surgiram as primeiras casas de banhos terapêuticos, que ofereciam aos banhistas piscinas com água do mar e locais para se trocar e guardar as roupas, Em um anúncio de 2 de dezembro de 1811, do jornal A Gazeta do Rio de Janeiro, uma casa de banho oferecia seus serviços por 320 réis, o dobro do preço de um ingresso do Circo Olímpico, o principal da cidade.

Pegar praia dava cadeia até a década de 20

O traje de banho usado em 1810 por dom João VI não era nada convencional nem mesmo para a época. O rei de Portugal tinha medo dos caranguejos e só aceitou entrar na água dentro de um barril. O recipiente que lhe serviu de roupa tinha o fundo tapado. Na lateral havia um pequeno buraco, por onde a água entrava. Conforme as exigências do monarca, apenas suas pernas podiam ser molhadas.

A preocupação do governo e dos banhistas com a falta de pudor nas praias era enorme. Inicialmente, as senhoras banhavam-se de madrugada, para não serem vistas. Contra os moleques que as importunavam, as casas de banho colocavam em suas paredes avisos como este: "É expressamente proibido fazer furos nestas cabines à verruma ou pena, os encontrados nessa prática devendo ser entregues ação da polícia".

Em 1917, o prefeito carioca Amaro de Brito regulamentou os horários de praia. De 1° de abril a 30 de novembro, podia-se entrar na água das 6h às 9h e das 16h às 19h. No verão, das 5h às 8h e das 17h às 19h. Quem fosse pego em outros horários era punido com multa ou cinco dias de cadeia.

A liberdade de frequentar a praia sem a perseguição da polícia começou com os esportes aquáticos. Em 1880, aconteceram as primeiras regatas, por influência inglesa. A primeira mulher a vestir um maiô de peça inteira, colado ao corpo, foi a campeã olímpica Annette Kellerman, na Olimpíada de Estocolmo, em 1912.

Em 1946, o francês Louis Reard chocou o mundo ao mostrar dançarinas de cabaré com o umbigo à mostra, vestidas apenas com a sua invenção, o biquíni. Quinze anos depois, a polêmica chegou ao Brasil: o biquíni foi proibido nas praias nacionais pelo pacote moralista do presidente Jânio Quadros, que vetou também corridas de cavalo, rinhas de galo e o lança-perfume. Mas a moda já tinha pego por aqui fazia tempo.

Em 1964, a novidade foi o monoquíni (ou "topless"), que foi criticado pela Igreja mas apoiado por Roberto Carlos em músicas como "Eu sou fã do monoquíni" . Apesar do lobby do rei, o traje ainda é polêmica. Em 2000, tivemos episódios de policiais prendendo mulheres que se aventuravam na prática.

Fonte: Aventuras na História 02/2005

Contribuiu com o artigo Ana Carolina Delgado - Licenciada em Relações Internacionais, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Residente em La Paz, Bolívia.

Cinco razões pelas quais a monarquia é um sistema melhor


1- A monarquia representa a pluralidade da identidade e da constante renovação na continuidade

A democracia exige a mudança cíclica dos governantes. Nenhuma outra parte pode estar permanentemente no poder e na alternância é um componente fundamental do sistema. Mas nesse mesmo sistema, o monarca pode e deve representar os valores de um país onde o chefe de Estado se mantém. E para representar torna-se um elemento de convergência entre os interesses diferentes de identidade política e étnica. Um Rei de Espanha, que detém títulos como o rei de Castela, Leão, Aragão, Navarra, Valência, Galiza, Maiorca, Córdova, Múrcia, Gibraltar, das Ilhas Canárias, o conde de Barcelona e Senhor da Biscaia, para falar apenas dos territórios que hoje são o espanhol ou aspiram por unanimidade, que eles são, necessariamente visto como uma referência mesmo para aqueles que não se sentem necessariamente espanhol.

2- A monarquia é uma forma mais moderna

A República é um sistema mais natural, ou seja, é mais elementar, mais atrasada. Cada civilização é uma subtração à natureza. Tudo é menor natural. A partilha comum de bens é mais natural do que a propriedade. Qualquer civilização-Kings, propriedade, contrato de casamento, envolve um elemento de modernidade e complicação e artificialidade, sobrepostas, como freio e limitar os naturalidade. Como também são acréscimos à natureza da educação, boas maneiras ou empate. E precisamente porque o desenvolvimento e liquidação através dos séculos levando a uma monarquia, você tem que entender que é na mão de qualquer pessoa ter uma monarquia, mas ele está tendo uma república. Uma revolução é feita em 24 horas, a monarquia é a colonização dos séculos.

3- A Monarquia permite independência


O Crown Prince ou sucessor, como seu pai ou parente do rei não pode ser usado por políticos, e que deve o seu estatuto com a natureza é designado a partir do nascimento e da nação conhece como energia primordial, tais lutas em cúpula. Em uma época como a nossa racionalista pode parecer anacrônico princípio hereditário: baseia-se na parte física do homem que o racionalismo e idealismo que a nossa sociedade despreza e crescido além da medida.

Mas na realidade o corpo é tão humano quanto o espírito, e herança é o único modo de nomeação de chefe de Estado não é manipulável, que investe o Rei da independência, a condição mais importante na função. O que dá valor imbatível para Monarquia herança é o chefe de Estado para a independência que lhe dá herdou status. Ea condição tem que ser herdada dentro de uma família. É o que o político e diplomata francês Charles Benoist resumida na máxima "uma dinastia, sempre a mesma, sempre renovada em uma monarquia."

Como José Maria Pemán argumentou em suas "Cartas a um céptico sobre as formas de governo": "Tanto quanto me esforcei nunca sagacidade ser encontrado imediatamente transmitida de qualquer forma, sem intervalo ou interrupção, comparável em clareza e rapidamente para a transmissão familiar de pai para filho. Assim, todas as bases sociais que exigem continuidade e características de permanência têm historicamente e cientificamente caráter familiar, daí o "pai" é a grande palavra que aparece sillar inabalável escondida na raiz etimológica de tudo o que designa um pilar fundamental da sociedade humano. Uma coisa de pai soa do país, que é a nação e patrimônio, que é a propriedade, e do patriarca, que é a autoridade. Uma coisa pai tem que soar muito, se não no nome, na realidade querida, a melhor forma de governo, "a monarquia. E, para terminar seu Pemán idéia conclui: "A família, não o indivíduo, é secularmente a propriedade assunto, o destaque ou a honra. O que é estranho é também o tema do Governo? "E fora da propriedade, não há outra escolha do que a escolha, com restrições de sua dependência, mesmo servilismo e lucro busca de poder dentro.

4- O pior Rei é melhor

A condição humana é imprevisível. A história de todas as monarquias do mundo existe ou foi gerou soberanos bons e ruins. E muitas vezes não é o pior de que estavam no trono no momento da mudança de regime. Mas a monarquia evoluiu o conceito de soberania nacional, e hoje, no Ocidente, é parte de regimes constitucionais. Num sistema constitucional-como, por exemplo, os espanhóis- potestas dos quais tem um Rei é muito limitada.

E um mau rei teria pouca chance de prejudicar a nação, precisamente porque os seus poderes são muito circunscritas. Mas um bom rei enche de auctoritas graças à sua forma de domínio de nenhuma outra maneira pode conseguir essa autoridade. Mas um mau presidente de uma república é constantemente agindo para obter a continuar o seu trabalho, muitas vezes dominar seus poderes tentando justificar a sua presença como chefe de Estado e gera crise como a que acabamos de viver um dos países mais importantes da Europa onde aprendemos que o presidente de corrupção e renunciou após meses recusando-se a aceitar as suas responsabilidades.

5- Nenhum sistema é perfeito, é o melhor possível


Se é relativamente fácil de diferenciar entre os políticos que sempre pensam na próxima eleição e aqueles que pensam nas próximas gerações pode-se dizer, a priori, que o político natural tem ido às urnas para pensar na próxima eleição, enquanto para Prince é sempre mais fácil pensar nas próximas gerações. Porque o Rei é o deputado de todos aqueles sobre votação, aqueles que votam e os que não votam. O homem é capaz de compreender os princípios universais e, como resultado, às vezes se pensa existir no mundo criado: grande erro, pode habitar sua mente, aumentar a sua vontade, mas não se aplicam porque eles são seres de razão.

Nós nos esforçamos para a perfeição , mas um erro ao definir enteléquias padrões. Monarquia hereditária é o padrão perfeito para o governo da sociedade, é, nem mais nem menos, o governo melhor possível para seres limitados. E a distinção entre limite e está perfeitamente claro, mas muitas vezes esquecem. Lembre-se do exemplo clássico: a mula não entende um silogismo, mas não por imperfeição do silogismo, é limitando a mula, que é, no entanto, uma mula perfeita sem conhecer a teoria do conhecimento.

Mais com um sentimento. Irracionais e talvez por isso, muito verdadeiro. Disse José Maria Pemán na obra citada: "Ao lado de Carlos V de Ticiano, um presidente da República tem um retorno certo, não vou dizer que ao chefe tribal, mas para o chefe da aldeia ou magistrado . " Essa afirmação é de 1937. Muitas parece inteiramente válido.

RAMON PEREZ-MAURA

CHEFE DE ESTADO ELEITO OU HEREDITÁRIO?

S.A.I. o Príncipe Dom Luiz de Orleáns e Bragança, Chefe da Casa Imperial
em frente ao Trono Imperial brasileiro

Comando de um partido ou chefia nacional?

Pretende-se no vértice do Estado o delegado de um partido ou de um agrupamento político, mandatário de uma facção de interesses — que é o que resulta de uma votação —ou a personificação do País inteiro, de toda a comunidade nacional?

É indiscutível que um Presidente, porque é eleito, representará apenas uma parcela — o setor maior ou menor dos seus eleitores — e nunca poderá, com algum fundamento, atribuir-se-lhe a representação dos que não quiseram votá-lo e de quantos preferiram os candidatos seus opositores. A procedência eleitoral restringe e limita, automática e expressamente, a função representativa.

O Rei ascendendo ao trono pelo nascimento, não provoca divisões nem lutas de opinião.

Não é candidato. É aceite previamente, sem discussão, sem rivais, porque é único nas suas condições.

Independente das divergências políticas, situa-se acima delas, igual para todos, a todos igualmente representando. Todos estão ao abrigo do poder da Coroa, imparcial, extra-partidário e agregador nacional.

O Poder Real não tem cor política.

Ao contrário, o Poder oriundo de uma eleição fica, ipso facto, vinculado à parte que vencer. É o poder dos vencedores sobre os vencidos.

Por via eleitoral, os vencidos não têm, na realidade, qualquer parte de representação na chefia do Estado.

Mas a representação nacional, em verdade, não se traduz na expressão restrita dos votantes (como é da teoria eleitoral), nem sequer na da população ativa, na transitoriedade de um dado momento da vida da nação.

Uma representação nacional autêntica terá de abranger, para aquém e além do efêmero presente, a herança do passado e a projeção futura, isto é, ajustar-se à personalidade histórica da nação.

E onde está o órgão ou a instituição, pergunta-se, que no Estado Republicano supra neste aspecto a falta da Dinastia?

O Rei, se pela sua função vitalícia já preenche uma geração, anda intrinsecamente ligado, pela ascendência e pela descendência, na extensão do tempo, ao longo evoluir nacional.

A sua história genealógica confunde-se com a história pátria.

Que outra representação da nação se poderá pôr em confronto com esta, verdadeiramente nacional, que nos oferece a Realeza?"

Segundo capítulo de "Razões Reais" de Mário Saraiva.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Rei da Holanda faz convite especial para comemorar aniversário

Rei da Holanda faz convite especial  para comemorar  aniversário
S.S.M.M. os Reis dos Países Baixos

Você faz aniversário no dia 27 de abril? Vive na Holanda? Sua Majestade, o rei Willem Alexander, terá um grande prazer em convidá-lo para jantar.

O palácio real holandês anunciou nesta segunda-feira que, para comemorar seus 50 anos, o popular rei convidará 150 pessoas para um jantar com ele e sua esposa, a rainha Máxima, em seu palácio de Amsterdã.

Um site especial (www.WA50.nl) foi aberto para as pessoas que sonham em ganhar o convite, e os 150 sortudos serão escolhidos por sorteio em 3 de março.

O sorteio está destinado apenas a quem tenha nascido no mesmo dia do rei, que viva na Holanda, tenha mais de 20 anos e celebre um “ano jubilar” – um aniversário divisível por cinco, segundo informou o palácio.

O jantar será realizado em 28 de abril, para que os premiados possam celebrar seu aniversário no dia certo, com a família e os amigos.


Depois do jantar, o palácio será aberto a público, que terá acesso livre durante 50 horas.

LINK ORIGINAL: ISTOÉ - https://goo.gl/LhbFAZ

Um pouco sobre a mãe de Pedro II do Brasil, a Imperatriz Leopoldina.

Ficheiro:Leopoldina-schlapritz-mcm.jpg
S.M. a Imperatriz Dona Leopoldina do Brasil

- Caso não encontrasse um marido, o que aconteceu meses depois de redigir o trecho a seguir, de carta de 1816, Leopoldina queria estudar profundamente mineralogia: “Sei que até hoje nenhuma mulher jamais estudou mineralogia, pois as mulheres não podem entrar na universidade de modo algum – mas isso não será impedimento para mim! O que vai acontecer é que simplesmente serei a primeira a fazê-lo!"

- Leopoldina jamais havia visto o mar. E o mundo jamais havia visto uma princesa europeia cruzar os mares para desposar um monarca em solo americano. O casamento era um ato político e não um impulso sentimental: a união de Leopoldina e D. Pedro I estabelecia uma aliança de Portugal com a Áustria, cujo objetivo era escapar do controle da Inglaterra.

- Nas cartas do Brasil ao pai, Francisco I, Leopoldina fazia fartas encomendas de livros – entre eles , Os princípios de economia política (1820), de Thomas Malthus – além de obras de história natural , música e três volumes dos documentos históricos e das reflexões sobre o governo da Holanda de Luís Bonaparte.

- Uma defensora da monarquia parlamentarista, Leopoldina idealizou e foi a maior defensora de um processo de independência de um país na América, antes mesmo de seu marido D. Pedro I. Aos 24 anos, presidiu o Conselho de Ministros durante a viagem do príncipe a São Paulo e apoiou ferrenhamente a permanência dele no Brasil, o Fico. Ela lhe escreveu: “ A maçã está madura; colha-a agora! Pedro, este é o momento mais importante de sua vida! ”

- A Imperatriz gostava de fazer longas cavalgadas ao Jardim Botânico, Cosme Velho, Botafogo e até para fazenda de Santa Cruz. Montava mesmo nos últimos meses de gestação, sendo as roupas de montaria as suas preferidas.

- Em carta ao pai meses após a Independência, Leopoldina escreveu “brasileira de coração”. Ela foi a maior figura feminina da construção do Brasil como nação independente. Todos os símbolos estavam por criar: a coroa imperial, o cetro, o manto, o novo brasão de armas, o hino composto por Pedro I e a bandeira idealizada e costurada por ela, Leopoldina que escolheu o verde da Casa dos Bragança e o amarelo da Casa dos Habsburgo.

- A partir da chegada de Leopoldina, que tinha grande interesse nas artes e ciências, o Brasil começou a receber uma maior identidade. A Missão Artística Francesa e a Missão Científica Austríaca tiveram grande incentivo de sua parte.

- Grávida, muito deprimida e doente, Leopoldina morreu sozinha como regente do Império brasileiro. Pedro I estava no sul lutando pelo domínio da Cisplatina. A Imperatriz sendo a primeira mulher governante do Brasil deixou cinco órfãos entre eles o futuro Pedro II do Brasil, que mal tinha completado 1 ano de idade.

Fonte: Biblioteca Nacional RJ e IMS RJ.

Via: página PEDRO II DO BRASIL

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

A ORDEM DA ROSA, UMA CURIOSIDADE

Resultado de imagem para Imperial Ordem da Rosa

Um dos primeiros agraciados recebeu a comenda em virtude de serviços prestados quando de um acidente com a família imperial brasileira: conta a pequena história da corte que, em 7 de dezembro de 1829, recém-casado, D. Pedro I regressava com a família do Paço de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista.

Como de sua predileção, conduzia pessoalmente a carruagem quando, na rua do Lavradio, se quebrou o varal da atrelagem e os cavalos se assustaram, rompendo as rédeas e fazendo tombar o veículo, arrastado perigosamente. O Imperador fraturou a sétima costela do terço posterior e a sexta do terço anterior, teve contusões na fronte e luxação no quarto direito, perdendo os sentidos. Mal os havia recobrado quando o recolheram à casa mais próxima, do marquês de Cantagalo, João Maria da Gama Freitas Berquó.

Segundo o Boletim sobre o Desastre de Sua Majestade Imperial e Fidelíssima publicado no Jornal do Commercio, Dona Amélia foi a que menos cuidado exigiu: "não teve dano sensível senão o abalo e o susto que tal desastre lhe devia ocasionar". A filha primogênita, futura Maria II de Portugal, "recebeu grande contusão na face direita, compreendendo parte da cabeça do mesmo lado".

Augusto de Beauharnais, príncipe de Eichstadt, Duque de Leuchtenberg e de Santa Cruz, irmão da imperatriz, "teve uma luxação no cúbito do lado direito com fratura do mesmo". A baronesa Slorefeder, aia da Imperatriz, "deu uma queda muito perigosa sobre a cabeça". Diversos criados de libré, ao dominarem os animais, ficaram contundidos.

Convergiram para a casa de Cantagalo os médicos da Imperial Câmara e outros, os doutores Azeredo, Bontempo, o barão de Inhomirim, Vicente Navarro de Andrade, João Fernandes Tavares, Manuel Bernardes, Manuel da Silveira Rodrigues de Sá, barão da Saúde.

Ao partir, quase restabelecido, D. Pedro I condecorou Cantagalo a 1 de janeiro de 1830 com as insígnias de dignitário da Ordem e D. Amélia lhe ofereceu o seu retrato, circundado por brilhantes, e pintado por Simplício Rodrigues de Sá.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Cunhado não é parente – e o do rei da Espanha pega pena de prisão

A princesa Cristina da Espanha e o seu marido, Iñaki Urdangarin em 2010

Pela perspectiva positiva, Cristina de Bourbon e Grécia, foi considerada apenas beneficiária de proventos advindos da corrupção. A infanta, como são chamadas na Espanha e em Portugal as princesas que não são herdeiras diretas da coroa, não havia sido incluída pela promotoria como ré, mas uma ação popular pedia sua condenação como co-participante nas lambanças do marido.

Pelo lado negativo, num futuro próximo, a princesa da família real poderá ter que ir até uma penitenciária quando quiser ver o marido e pai de seus quatro filhos, Iñaki Urdugarín, condenado a seis anos e três meses por prevaricação, desvio de fundos, fraude contra a administração pública, tráfico de influência e evasão fiscal.

O início do cumprimento da pena ainda depende de decisão sobre um eventual apelo ao Supremo Tribunal.

Para o irmão dela, o rei Felipe, o melhor é deixar para trás o escândalo chamado de caso Nóos, o elegante nome grego de um instituto criado para promover os esportes e outras causas elevadas, na prática reduzido à triste modalidade de enriquecimento ilícito.

O escândalo, na verdade, foi um dos motivos pelos quais Felipe se tornou rei antes do previsto. O outro bafafá foi causado pelo próprio pai, Juan Carlos, cuja vida dupla, com amantes e expedições de caça bancadas por xeques cheios de petrodólares, explodiu quando ele sofreu uma fratura em plena atividade.

Juan Carlos acabou percebendo, ou sendo dissuadido a perceber, que só a abdicação garantiria a coroa – simbólica, já que na prática não é mais usada – para o filho e a continuidade de uma linhagem de dez reis da Espanha antes dele.

Apesar da longa história, e das inúmeras tragédias da família Bourbon, a monarquia espanhola contemporânea é produto de um arranjo recente. Ela foi reconstituída pelo pacto democrático instaurado depois da morte do caudilho Francisco Franco.

Juan Carlos teve um papel importante ao persuadir os generais franquistas a aceitar a saída democrática e desfrutou do prestígio advindo dessa atuação até ver que a perda de popularidade da monarquia seria letal para a instituição.

Quando assumiu como Felipe VI, o atual rei escapou de uma baixaria. Mesmo já rompida com ele, a irmã foi ao palácio de Zarzuela e exigiu assistir a cerimônia na condição de infanta. A turma do deixa disso teve que intervir, muito diplomaticamente, mantendo a princesa na ala reservada a sua mãe, a rainha Sofia.

Cristina já tinha brigado com o pai e com o irmão, acusando-os de deslealdade. A situação piorou quando Felipe assumiu o trono com um plano de obrigatória faxina ética traçado em conjunto com a mulher, a ex-jornalista Letizia.

Felipe literalmente cassou o título de nobreza dado por Juan Carlos a Cristina e seu marido quando se casaram, o de duques de Palma de Maiorca. Com o prestígio do título, a conexão direta com a família real e seu histórico de campeão de handebol, Urdagarín associou-se a políticos e empresários para se dedicar ao conhecido circuito de concorrências públicas fraudulentas, eventos superfaturados e uso de paraísos fiscais para esconder o faturamento ilícito.

O escândalo começou a ser investigado em 2011. Pouco antes, Cristina e o marido haviam comparecido a um dos grandes acontecimentos sociais da monarquia européia, o casamento da princesa herdeira da Suécia, Victoria. Cristina usou uma tiara com oito pérolas gigantescas engastadas entre diamantes rodopiantes, emprestada pela mãe. É tão grande que foi criticada por ofuscar os adereços usados pelas outras convidadas da família real espanhola.

A tiara pertenceu originalmente a Vitória Eugenia, casada com o rei Afonso XIII. No dia do casamento da neta da rainha Vitória, em 1906, um anarquista catalão jogou uma bomba escondida num buquê de flores, matando trinta pessoas. O vestido de noiva da princesa britânica ficou coberto de sangue.

À luz do passado, talvez visitar o marido na cadeia não seja o pior que pode acontecer a membros da realeza espanholam, mesmo para Cristina, que se considera vítima de conspirações e traições. “Nasci infanta e vou morrer infanta”, disse, segundo espalham, quando foi sugerido que renunciasse a seu lugar na linha sucessória – o sexto, depois das duas filhas de Felipe e Letizia, e do grupo da irmã mais velha, Helena.

“Eles não aprenderam nada e não esqueceram nada”, disse Talleyrand, o ardiloso estadista, sobre os Bourbons franceses, o tronco do qual saiu o ramo espanhol, quando a monarquia foi fugazmente restaurada na França. Talvez seja este o lema da princesa espanhola que enfrentou juízes e câmeras com expressão altiva, como se estivesse fazendo uma concessão.

Cristina só mantém contato próximo com a mãe, hoje separada do marido infiel e aparentemente satisfeita por não precisar mais fingir que dividia o mesmo palácio com ele. A irmã Helena, só encontra, muito discretamente, em datas como o Natal, sob os auspícios de Sofia.

Desde antes do escândalo, todas tratavam a plebeia Letizia com restrições. Como rainha consorte e mais firme parceira do rei no projeto de reposicionamento da monarquia no mercado da opinião pública, Letizia não deve ficar muito triste com o banimento da cunhada esnobe.

Segundo o jornal El País, depois de morar em Washington e Genebra numa espécie de exílio proporcionado por empregadores generosos, enquanto o escândalo rolava, Cristina deverá enfrentar a próxima e dolorosa fase em Lisboa, onde seu pai foi criado.

Com Felipe, a monarquia espanhola recuperou algum prestígio, mas está longe de uma performance brilhante. Uma pesquisa do ano passado dá uma nota média de 4,4 à instituição. Felipe tem 52,8% de aprovação (Letizia, 44,3% e Juan Carlos, mantido em silêncio obsequioso, 30,9%).

Talvez conte a favor da monarquia o panorama desanimador da política, em que impasses entre partidos fragmentados mantiveram o país em clima de instabilidade. Relativa, evidentemente.

Comparada a vizinhos europeus mergulhados na era da instabilidade, a Espanha parece uma fortaleza. Mariano Rajoy, o pouco simpático e teimoso primeiro-ministro, conseguiu uma estabilização econômica consistente, embora pálida, e uma sobrevida quase milagrosa, à base da exaustão dos adversários – e do país.

Ter um chefe de estado que paira acima do mundo fragmentado da política e procura colaborar para um consenso, dentro dos estreitos atributos do monarca, pode ser positivo em momentos assim. Que este chefe de estado seja um rei tão preocupado com a faxina ética da monarquia a ponto de romper com a própria irmã acaba sendo um ponto a mais para a o sistema.

LINK ORIGINAL: VEJA - https://goo.gl/VR7Od7