Nas três vezes em que a Princesa Isabel assumiu a Regência do Império, a atitude que manteve o Conde d’Eu foi a mais correta. Nunca nenhum político que foi ministro nesses períodos disse o contrário.
Um constituinte republicano afirmou:
“O que era possível fazer para conquistar o título de brasileiro, ele o fez: regulamentos, projetos de lei para melhor organização do Exército e aperfeiçoamento do seu material de guerra; escolas, bibliotecas, colônias orfanológicas para a infância desamparada; tudo enfim quanto podia falar à gratidão das massas mais desprotegidas da sorte ou às diversas classes da sociedade, ele planejou ou executou na maior parte”.
Durante a campanha do Paraguai, se as circunstâncias militares e políticas não lhe permitiram – mau grado dele, aliás – combater o inimigo do Brasil desde o início das hostilidades, sua ação de comandante-chefe, na última fase da guerra, quando os nossos melhores generais escasseavam já, por doentes ou cansados, foi cheia de heroísmo e de dignidade, e nunca se soube que tivesse se exercido em desabono das tradições do exército brasileiro.
Em suas “Memórias”, Taunay enumera as qualidades do Conde d’Eu:
“Gosto pelo trabalho, amor sincero ao estudo, consciência no saber, espírito inimigo da futilidade e cheio de modéstia. Muita ordem na vida econômica, aborrecimento à intriga e aos mexericos. Desconfiança de si mesmo, desejo de servir bem e cumprir o dever. Absoluta simplicidade nos modos. Amigo da justiça nos conceitos, pouco propenso a ouvir e aceitar bajulações.
Esposo exemplar, de fidelidade intangível, escrupulosíssima. Excelente pai de família, impossível melhor, exagerado até no amor aos filhos e nos cuidados de que os rodeia incessantemente. Crença viva na Religião. Discrição no falar, nenhum arrebatamento, paciente e nobremente resignado”.
Seria necessário encher grossos volumes, para relatar tudo quanto se propalava no sentido de indispor o príncipe consorte com a opinião pública.
Junior Mattos
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