No Brasil, o Príncipe Dom Antonio cresceu entre as residências Imperiais do Rio de Janeiro e de Petrópolis e foi educado por tutores. Assim como todos os membros da Família Imperial, Sua Alteza demonstrou, desde a mais tenra infância, fortes tendências abolicionistas. Junto aos seus irmãos, editava e distribuía pela Corte um jornalzinho abolicionista. Em 13 de maio de 1888, o Príncipe Dom Antonio estava ao lado de sua mãe quando a Princesa Imperial, como Regente do Império, assinou a Lei Áurea, abolindo a escravidão no Brasil.
Em 15 de novembro de 1889, os criminosos republicanos deram o Golpe da Proclamação da República. O Príncipe Dom Antonio e seus irmãos se encontravam em Petrópolis, mas foram trazidos para o Rio de Janeiro, onde, na madrugada do dia 17, a Família Imperial partiu para o seu banimento na Europa. Ainda em 28 de dezembro daquele ano, na cidade do Porto, a Imperatriz Dona Teresa Cristina faleceu. Em 5 de dezembro de 1891, em Paris, faleceu o Imperador Dom Pedro II, e a Princesa Imperial assumiu a Chefia da Casa Imperial, sendo aclamada, pelos monarquistas, como Imperatriz Constitucional e Defensora Perpétua do Brasil.
Após uma temporada de viagens pela Europa, onde aproveitaram para rever seus parentes, o Príncipe Dom Antonio, seus pais e irmãos fixaram residência em Paris, onde a Chefe da Casa Imperial havia adquirido o Palacete de Boulogne-sur-Seine, transformado em uma “embaixada informal” do Brasil. Em 1902, o Conde d’Eu se tornou proprietário do Castelo d’Eu, na Normandia, onde também imperava o clima brasileiro. Os três jovens Príncipes foram matriculados no Colégio Stanislas, em Paris.
Após concluir seus estudos, o Príncipe Dom Antonio, seguiu os passos de seus irmãos mais velhos, indo estudar na Academia Militar de Wiener Neustadt, na Áustria, pois seu primo-tio-avô, o Imperador Franz Joseph da Áustria (1830-1916), havia permitido que Sua Alteza ingressasse no Exército do Império Austro-Húngaro. Entre 1908 e 1914, o Príncipe Dom Antonio serviu como Hussardo do Exército Imperial, obtendo diversas honras. Ainda em 1909, acumulou o título de Príncipe de Orleans e Bragança e teve seu pronome de tratamento elevado a Alteza Real, devido às disposições do Pacto de Bruxelas, assinado entre pela Família Imperial do Brasil e pela Família Real da França. O Príncipe Dom Antonio chegou a propor casamento à sua prima segunda, a Princesa Adelaide de Bourbon e Parma (1885-1959), mas esta preferiu seguir a vida religiosa, e o Príncipe decidiu permanecer solteiro e se dedicar às suas atividades militares.
Quando estourou a Primeira Guerra, Sua Alteza Real – impedido, por sua ascendência, de se alistar no Exército Francês – ingressou, como Tenente, no Corpo Expedicionário do Canadá, onde serviu como piloto de avião e oficial de inteligência. Em 1918, o Príncipe Dom Antonio foi promovido a Capitão. Sua Alteza Real também serviu como Ajudante de Ordens do Brigadeiro-General John Edward Bernard Seely (1868-1947), 1º Barão Mottistone e Comandante Brigada Canadense de Cavalaria.
O Príncipe Dom Antonio faleceu em 29 de agosto de 1918, aos trinta e sete anos de idade, após a queda de seu avião, em Edmonton, no Reino Unido. Sua Alteza Real foi sepultado no Mausoléu Real de Dreux, na França. Ao longo de sua vida, o Príncipe acumulou diversas distinções. Foi Cavaleiro Grã-Cruz das Imperiais Ordens de Pedro I, do Cruzeiro do Sul e da Rosa, do Império do Brasil; da Ordem de Carlos III, da Espanha; da Ordem Militar de Cristo, de Portugal; da Ordem do Sol Nascente, do Japão; da Ordem de Mérito da Bulgária, foi Cavaleiro da Ordem da Legião de Honra da França e recipiente da Cruz Militar e da Medalha de Guerra Britânica, do Reino Unido; e da Medalha da Vitória dos Aliados.
O Príncipe Dom Antonio é um grande exemplo a ser seguido. Mesmo banido, lutou pela liberdade e pela paz de sua Nação e de seu povo, cumprindo a mais nobre tarefa dos Príncipes cristãos, servir no campo de batalha. A memória de Sua Alteza Real deve ser eternamente preservada e lembrada.
PRÍNCIPE DOM ANTONIO DO BRASIL (9-VIII-1881 – 29-XI-1918)
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