Príncipe da Família Real de Lagos (possivelmente um dos filhos de Kosoko)O Português Francisco José Godinho, (retratado no Salão Nobre do Museu da Misericórdia em Salvador) foi um dos maiores traficantes de escravos da Bahia entre 1822 e 1831.
Com a proibição do comércio de escravos entre 1831 e 1850 teve de abandonar seus navios negreiros e passou a investir no mercado de seguros e no comércio, se tornando membro da Associação Comercial da Bahia e financiador do Hospital da Santa Casa de Salvador.
Apesar do fim da carreira de traficante, Francisco José Godinho ainda mantinha correspondência com seu velho amigo de negócios na África, o Obá (Rei) Kosoko de Lagos, da família real de Ologun Kutere da Nigeria.
Em 1844 Kosoko desejava levar seus três filhos Lourenço Ologun, Simplício Ologun e Camilo Ologun para estudarem Medicina na prestigiada Faculdade da Bahia, tendo Francisco José Godinho como protetor e financiador dos estudos dos príncipes. A Faculdade da bahia na época era conhecida por ser frequentada por membros da comunidade "Aguda" da Nigeria.
Francisco José Godinho aceitou a Missão e por sete anos ajudou os Príncipes na sua Estadia na Cidade de Salvador. Em 1851, os filhos do Rei Kosoko voltaram a sua Terra Natal em Lagos, formados médicos, batizados na Igreja Católica e casados como mulheres negras da Bahia.
Os filhos de Kosoko porém não puderam herdar o trono de Lagos, pois Kosoko foi deposto por uma dinastia rival em 1850 devido a seu conflito com os ingleses. Esse episódio da História da Bahia retrata o forte vínculo que existia entre os traficantes de escravos do Brasil com a Aristocracia Africana.
Fonte: Salvador: transformações e permanências (1549-1999) Por Pedro de Almeida Vasconcelos
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