O Museu Imperial de Petrópolis reinaugurou, depois de mais de um ano de restauro, a berlinda usada por D. Pedro II em sua coroação, no casamento de suas filhas e na abertura e fechamento da Assembleia Geral do Império.
O veículo, para ser puxado por oito cavalos, foi construído em 1835 pela empresa britânica Pearce & Countz, que permanece até hoje como fornecedora da Casa Real inglesa. Sua estrutura é formada principalmente de madeira e ferro; compõem a decoração detalhes em prata, madeira entalhada e folhada a ouro, couro, cristal, bordados e galões em fios dourados, estofamentos e revestimentos em veludo. De inigualável beleza, o povo a batizou de “Monte de Prata”, devido à predominância deste metal.
Coordenou o projeto a artesã Eliane Zanatta, responsável pelo Laboratório de Conservação e Restauração do museu. Segundo ela, “o trabalho foi elaborado a partir de um projeto de pesquisa minucioso e detalhado, sobre a história da berlinda, bem como o contexto histórico, social, político e cultural em que ela se insere”. De acordo com Eliane, “foram realizadas pesquisas dos materiais e das técnicas que fizeram parte da manufatura do objeto, integrando campos disciplinares distintos, como biólogos, conservadores, engenheiros, historiadores e historiadores de arte, restauradores e profissionais artesãos especialistas em metais e bordados”.
É necessário realçar que os trabalhos foram realizados na Galeria de Restauro do próprio Museu Imperial, por especialistas formados por esta instituição. A experiência adquirida será empregada na reforma e recuperação de incontáveis outros objetos de arte que compuseram o cotidiano da Corte brasileira.
– Artigo escrito pela Senhora Hayley Ribeiro de Barros e publicado na edição de número 34 do boletim “Herdeiros do Porvir”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário