S.M. o Imperador Dom Pedro II do Brasil
Anos antes, em 1872, no balneário de Cannes, na França, Dom Pedro II havia conhecido o então Primeiro Ministro do Reino Unido, William Ewart Gladstone, tendo-o recebido em audiência em seus aposentos, se estendendo a conversa em um passeio, tomando todo o dia do Imperador. Por ocasião de sua visita a Londres, em 1877, os dois se reencontraram, no dia da inauguração da Exposição, em 1º de julho, desta vez com Gladstone como líder do governo de oposição. Os dois novamente ficaram em conversa por praticamente todo o dia.
Mais tarde naquele mesmo dia, o estadista Gladstone fez um discurso no banquete ao qual estavam presentes a Rainha Vitória, o Príncipe de Gales e toda a Família Real Britânica, porém não o Imperador do Brasil. Nesse discurso, ergueu o brinde protocolar – o chamado brinde da lealdade – à sua Soberana e ao futuro Rei da Inglaterra. Normalmente, nenhum outro brinde se poderia fazer. Contudo, Gladstone pediu licença, dizendo estar certo da aprovação não só da Rainha e de seu filho, mas de todos os presentes, pois desejava saudar o Imperador do Brasil.
O jornal The Times, no dia seguinte, assim resumia as palavras do brinde de Gladstone:
“Esse homem – e posso falar com mais liberdade por estar ele ausente – é um modelo para todos os soberanos do mundo, pela sua dedicação e esforços em bem cumprir seus altos deveres. É um homem de notável distinção, possuidor de raras qualidades, entre as quais uma perseverança e uma capacidade de trabalho hercúleas. Muitas vezes começa seu dia às quatro horas da manhã, para terminá-lo tarde da noite. Atualmente, essas dezoito ou vinte horas de atividade diária, ele as emprega através do mundo, e em esforços constantes para adquirir conhecimentos de todo o gênero, que saberá aproveitar no regresso à pátria. E continuará, assim, a promover o bem-estar de seu povo.”
Neste momento, irromperam-se os aplausos gerais da Família Real Britânica e dos demais convidados do banquete. O célebre estadista William Gladstone continuou o discurso proferindo as palavras finais, seguidas dos mais calorosos aplausos:
“É o que chamo, senhoras e senhores, um grande, um bom Soberano, que, pelo seu procedimento no alto cargo que ocupa, é um exemplo e uma bênção para a sua raça! Bebo à saúde de Sua Majestade, o Imperador do Brasil!”.
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