De família aristocrata no Japão, o jovem de 17 anos é convidado pelo neto do Imperador Dom Pedro II, Príncipe Dom Augusto Leopoldo, a acompanhá-lo em sua viagem de volta ao Brasil. Tinha algum conhecimento do francês e inglês, foi portanto designado para ser o tradutor da comitiva brasileira que se comunicava com os japoneses através da língua britânica.
No meio da viagem no entanto, em 1889, foi proclamada a República no Brasil, e Dom Augusto teve que desembarcar no Ceilão (Sri Lanka) deixando Otake sem sua proteção Imperial.
Chegando ao Brasil, com a ajuda do contra-almirante Custódio de Melo, comandante do navio que o trouxe, ingressa na Escola Naval da época. No meio da adaptação a cultura nova e ao novo país, Otake quis se envolver na Revolta da Armada que era um contragolpe ao novo presidente Floriano Peixoto. Melo que o ajudou na chegada ao Brasil foi um dos líderes desse movimento. Aconselhado pelos próprio companheiros por ser estrangeiro, desistiu da aventura.
Desliga-se da Escola Naval e logo em seguida é chamado pelo Governo do Japão para lutar na Guerra Sino-Japonesa a qual não participa por não chegar a tempo.
Já no Japão, Wasaburo se torna funcionário da primeira embaixada brasileira no Japão. Ajudou inclusive na papelada dos novos imigrantes japoneses que chegariam em 1908 no Kasato Maru pelo porto de Santos.
Wasaburo declarou sua lealdade ao Brasil mesmo antes da II Guerra Mundial acabar e eventualmente, o ano de sua morte, 1944.
Foi autor do primeiro dicionário moderno de português/japonês - japonês/português, onde levou 30 anos de pesquisa até laná-lo, em 1918, sendo popularmente usado por imigrantes que chegavam do Japão.
Pelo seu esforço e dedicação, por quase a vida toda, às relações Brasil-Japão, Wasaburo Otake é um dos grandes heróis da história da imigração japonesa ao Brasil.
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