sexta-feira, 5 de maio de 2017

DO PRÍNCIPE PARA O PRESIDENTE, A CARTA

(esq) O Presidente Médici e o Chefe da Casa Imperial, o (dir) Príncipe Dom Pedro Henrique

A carta enviada por S.A.I o Príncipe Dom Pedro Henrique de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil de 1921 a 1981, ao então Presidente, General Emílio Garrastazu Médici, no dia 20 de maio de 1971. O Príncipe agradeceu as honras prestadas aos seus avós, SS.AA.II. a Princesa Dona Isabel e o Conde d’Eu, por ocasião da transferência de seus restos mortais para a Catedral de Petrópolis.

Curiosidade, o Chefe da Casa Imperial se utiliza do “pluralis majestatis” (plural majestático), referindo-se a si mesmo na primeira pessoa do plural (nós); tal privilégio é reservado a Soberanos, Papas e Bispos, aos dois últimos, simbolizando o fato dessas altas figuras representarem Deus na Terra e, no caso dos Soberanos, representantes máximos de seu povo.

O referido documento consta no livro “Dom Pedro Henrique, o Condestável das Saudades e da Esperança”, de autoria do Prof. Armando Alexandre dos Santos.

Segue a carta:

"Senhor Presidente,

Ainda sob a forte emoção vivida por ocasião das tocantes homenagens tributadas à memória da Princesa Isabel e do Conde d’Eu, nossos avós, vimos, na qualidade de Chefe da Casa Imperial do Brasil, apresentar a Vossa Excelência nossos profundos agradecimentos, pedindo torná-los extensivos à Excelentíssima Senhora Dona Scyla Médici.

Sensibilizaram-nos as honras de Chefe de Estado e de Comandante-em-Chefe prestadas aos ilustres mortos, na oportunidade de trasladação de seus despojos para o jazigo definitivo, na Capela Imperial da Catedral de São Pedro de Alcântara, em Petrópolis.

A pompa, a ordem e o brilho das cerimônias bem demonstraram o alto conceito em que são tidos pelo atual Governo do País os grandes vultos de nossa História.

Foram atos de reparação histórica e de justiça àqueles que consagraram suas vidas ao serviço do Brasil. Comoveram a todos, participantes e assistentes, e em especial a nós, descendentes da “benigna Senhora e do valoroso Soldado”, cujas venerandas imagens conservamos vivas na memória, bem como suas palavras de amor e de saudade para com a Pátria longínqua.

Pedindo permissão para divulgar esta carta, expressamos o testemunho de nossa consideração à pessoa de Vossa Excelência.

Pedro Henrique de Orleans e Bragança
Rio de Janeiro, 20 de maio de 1971.
Ao Excelentíssimo Senhor Presidente Emílio Garrastazu Médici
Palácio do Planalto
Brasília – DF


Foto: os Ramos dinástico e não-dinástico da Família Imperial do Brasil reunidos na Casa da Princesa, em Petrópolis, quando do traslado dos restos mortais de SS.AA.II. a Princesa Dona Isabel e o Conde d’Eu para a Catedral de São Pedro de Alcântara; em destaque, no centro, S.A.I.R. o Príncipe Dom Pedro Henrique de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil, acompanhado de sua esposa, S.A.I.R. a Princesa Consorte do Brasil, Dona Maria da Baviera de Orleans e Bragança, e filhos, incluindo o primogênito, S.A.I.R. o então Príncipe Imperial do Brasil, Dom Luiz de Orleans e Bragança (atual Chefe da Casa Imperial do Brasil), e de sua irmã, S.A.R. a Princesa Dona Pia Maria de Orleans e Bragança, Condessa René de Nicolaÿ pelo casamento; à esquerda do Chefe da Casa Imperial, seu primo, S.A.R. o Príncipe Dom Pedro Gastão de Orleans e Bragança, acompanhado de sua esposa, S.A.R. a Princesa Dona Esperanza de Bourbon-Sicílias de Orleans e Bragança, filhos e irmãos, SS.AA.RR. o Príncipe Dom João de Orleans e Bragança, a Princesa Dona Isabel de Orleans e Bragança, Condessa de Paris e Rainha “de jure” da França pelo casamento, e a Princesa Dona Thereza de Orleans e Bragança, Senhora Ernesto Martorell y Calderó; no canto direito, encostado à mureta, S.A.R. o Senhor Dom Duarte de Bragança, então Príncipe da Beira e atual Duque de Bragança e Chefe da Casa Real de Portugal, sobrinho do Príncipe Dom Pedro Gastão.

Um comentário:

  1. Ainda que tarde, mas as homenagens à tão ilustres brasileiros nos comove, ante à desconsideração feitas na época do exilio, felizmente o mal maior procurado por alguns da familia de FHC , Graças ao bom Deus não foi perpetrado, o que sobre os brasileiros cairia uma maldição maior. Viva a monarquia.

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