sábado, 10 de fevereiro de 2018

A REVOLUÇÃO FEDERALISTA

O início de uma das mais sangrentas revoltas do Brasil se deu pela insatisfação política dos chamados "Maragatos" (federalistas), que exigiam a saída do governador do RS, Júlio de Castilhos, e uma revisão da Constituição de 1891, pois buscavam a descentralização do poder e um sistema parlamentarista (o sistema que funcionava no Império), coisa que a república não suportava.

Contra eles estavam os "Chimangos" (pica-paus), defensores do governo de Castilhos, da centralização política, do presidencialismo, do positivismo e do governo federal, então liderado pelo 2º Ditador brasileiro, o Marechal Floriano Peixoto.

A tensão cresceu até que em fevereiro de 1893 os Federalistas pegam em armas para depor Castilhos, assim que tomou conhecimento do conflito, o ditador Floriano se posicionou ao lado do governador gaúcho. Logo o embate ia ganhando o Brasil, pois opositores de Floriano apoiaram os Federalistas.

Liderados por Gaspar da Silveira Martins (monarquista, homem que substituiria o Visconde de Ouro Preto como Presidente do Conselho em 1889) e Gumercindo Saraiva, homens do "Partido Federalista" (que agrupava nomes do antigo Partido Liberal do Império), conseguiram conquistar a cidade de Bagé, realizando ataques surpresa em diferentes pontos do estado.

Conseguiram ainda avançar no território nacional tomando regiões em SC e no Paraná. No mesmo ano, a Revolta da Armada, ocorrida no RJ, se uniu à causa. Porém, mesmo com o apoio carioca, a revolução enfraqueceu. O governo federal envia tropas que, aos poucos, foram minando as forças dos maragatos.

A violência foi tamanha que marcou cerca de 10.000 mortes, fora as práticas usadas para a derrota do inimigo, coisa que deixou a "Revolução Federalista" conhecida como a “revolução da degola”, posto que essa prática era comum.

Em junho de 1895, os conflitos da revolução chegaram ao fim com as lutas ocorridas no campo de Osório. O federalista Saldanha da Gama (monarquista) lutou até a morte com os últimos 400 homens de suas tropas.

A revolução terminou no governo de Prudente de Moraes, que ficou conhecido como o “Pacificador”, e assinou um tratado de paz, em 23/08/1895, estabelecendo a vitória dos pica-paus e a anistia dos derrotados.

A Revolução Federalista, não conseguiu seus objetivos, porém mostrou que grupos contestaram, até de forma armada, o regime republicano, o positivismo, a centralização de poder e a presença das oligarquias nos governos estaduais. Com isso, essa revolução pode ser compreendida como uma insatisfação com o regime republicano, recém-instalado no país, a 15/11/1889.

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