"[...] a Rússia, que ocupava 1/6 da superfície terrestre, gozara de um período notável de crescimento que testemunhara a transformação de São Petersburgo em uma das 6 maiores cidades da Europa. A economia continuava baseada na agricultura, o alicerce de sua enorme riqueza sendo a produção de cereais, mas agora, a era uma das líderes na produção mundial.
Os territórios ocidentais do Império compreendiam uma indústria próspera de ferro e aço, e ainda por serem exploradas, reservas naturais na Ásia Central e na Sibéria que estavam sendo desbravadas por uma vasta rede ferroviária, ligada também aos valiosos campos petrolíferos.
A Rússia no exterior, em outrora vista como asiática e atrasada, era finalmente percebida como "lucrativo terreno para investimento". No exterior, muito se falava também sobre o crescente poderio militar da Rússia Imperial, que seria testado a partir de 1914. O exército mobilizado consistia em 4 milhões de soldados, e sua marinha, projetava-se entre a terceira e a quinta maior do mundo.
Mas não era apenas no poderio militar que estava traçando um perfil internacional para si: o país usufruía de uma explosão artística. Na música, com Stravinsky e Rachmáninov, nas pinturas de Malevitch, Kandínski e Chagall, nos balés de Diáguilev, e uma vibrante poesia dominada por Aleksandr Blok, Andrei Béli e Anna Akhmátova.
Mas a fim de assegurar maior desenvolvimento, o país ainda carecia de um elemento crucial: um sistema político estável, e um governo constitucional adequado que consolidasse as liberdades do povo. Desde 1906, a Duma avançava aos solavancos, de uma crise para a seguinte, de forma cada vez mais debilitante, sendo 3x dissolvida e depois re-estabelecida.
A 4ª Duma, de 1912, fora ainda mais disfuncional, e o estado de espírito político naquele ano de 1913 foi "antagônico", numa contínua reação contra as medidas repressivas pós 1905. Muitos achavam que havia pouco a comemorar. O tricentenário da dinastia trouxera uma montanha de concessões, inclusive anistias e reduções de sentenças para prisioneiros, [...]"
Fonte: As Irmãs Romanov, Helen Rappaport
POST ORIGINAL: Romanov: A Última Dinastia da Rússia
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