quarta-feira, 27 de junho de 2018

COMO MATÁ-LOS?

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"Mas será que eles tomaram a decisão correta quanto ao modo de matar todos eles? O fato era que Yurovsky, embora fosse absolutamente impiedoso rumo ao comprimento de sua tarefa, não sabia qual seria a melhor opção de matar 11 pessoas, tampouco tinha certeza sobre a logística adequada para se livrar de tantos corpos.

Executar o czar era uma coisa, porém matar a família inteira e seus serventes, e ainda conseguir, como ordenado, manter segredo, era outra coisa completamente diferente. E depois, havia a pressão extra de garantir que nenhum rastro fosse encontrado pelos monarquistas, que se aproveitariam da ignorância dos mais devotos entre os camponeses, e usariam qualquer achado como "miraculosa relíquia sagrada" para angariar apoio contra os bolcheviques.

O método preferido de execução da polícia bolchevique, a Cheka, era levar as vítimas para a floresta, e atirar na parte de trás da cabeça delas. Outros sugeriram que, para se desfazer dos corpos, amarrassem-os com pesos de ferro e os jogassem no lago Iset.

Esse método podia funcionar quando era uma única vítima, mas levar outras 10 aterrorizadas para uma floresta escura, era impossível, e um camponês poderia aparecer por lá, mesmo num ponto tão remoto. Ele ainda teria que impedir o eventual estupro das garotas, ou a procura por joias.

As execuções teriam que ser dentro da casa, e sugeriram que a família fosse morta enquanto dormia. Outro, chegou a propor que trancassem as vítimas num quarto e jogassem granada. Mas isso seria muito barulhento, e a estrutura da casa poderia ser comprometida.

A única maneira viável era levá-los ao porão da casa, em um cômodo pequeno, onde não poderiam fugir, e o som dos disparos seria abafado pelo som do motor de um caminhão ligado, de madrugada, enquanto a maioria das pessoas estivesse dormindo. Em um outro quarto, que ficava perto, sempre havia um guarda com uma metralhadora.

A única fuga possível seria pela linha de tiro. De lá, os corpos teriam de ser destruídos com ácido e fogo nas clareiras escolhidas por esse propósito. Enquanto o plano lúgubre era finalizado, na manhã de 16 de julho, Olga ajudava a mãe a organizar "nossos remédios".

Este era o código para costurar as joias delas nos roupas, indicação de que, por conta da situação instável em Ekatarimburgo, elas imaginavam serem transferidas de novo, e queriam ter certeza que as joias mais preciosas não fossem entregues a Yurovsky.

Cordões de pérolas, safiras, rubis e diamantes continuaram bem escondidos. O resto da família foi dar o curto passeio habitual no jardim. O último de suas vidas."

Fonte: Os Últimos Dias dos Romanov, Helen Rappaport

LINK ORIGINAL - Romanov: A Última Dinastia da Rússia

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