No enorme clã da rainha Vitória, esse padrão foi seguido. Na quarta geração – os bisnetos da rainha – houve seis hemofílicos. Alexei foi um deles. Dois outros foram o príncipe Alfonso das Astúrias e o príncipe Gonzalo, filhos de Alfonso XIII, rei da Espanha.
Ambos morreram em acidentes de carro: Alfonso na Áustria, em 1934, e Gonzalo em Miami, em 1938. Nos dois casos, não fosse a hemorragia incontrolável, não houve ferimentos graves.
A quinta geração da família da rainha Vitória, que inclui tanto a rainha Elizabeth quanto seu marido, o príncipe Philip, está livre da hemofilia, bem como a sexta geração. É possível que o gene mutante ainda exista em estado latente entre as descendentes da rainha Vitória, e possa surgir de repente num menino no futuro.
Mas com o passar das sucessivas gerações essa possibilidade, já distante, se tornará extremamente remota. Kerensky disse: “Se não houvesse Rasputin, não teria havido Lênin.” Se isso é verdade, é também verdade que, se não houvesse hemofilia, não teria havido Rasputin. Isso não quer dizer que tudo o que aconteceu na Rússia e no mundo consequentemente, teve origem unicamente na tragédia pessoal de um único menino.
Não é para subestimar o atraso e a insatisfação da sociedade russa, o clamor por reformas, a tensão e o desgaste de uma guerra mundial, a natureza gentil e retraída do último czar, e a histeria da impopular imperatriz. Tudo isso teve um impacto muito forte, contundente, sobre os acontecimentos. Mesmo antes do nascimento do czarevich, a autocracia já estava em retrocesso."
Fonte: Nicolau e Alexandra, Robert K. Massie
LINK ORIGINAL - Romanov: A Última Dinastia da Rússia
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