“Venderei até a última joia da coroa, mas solucionarei o problema da seca no Nordeste”
Dom Pedro II do Brasil
Localizado no município de Quixadá, Ceará, a cerca de 163 km de Fortaleza, o Açude do Cedro foi umas das primeiras grandes obras de combate à seca realizadas pelo Governo Brasileiro. A ordem de construção foi dada por Dom Pedro II em decorrência do grande impacto social provocado pela seca de 1877 - 1879.
O Governo Imperial solicitou ao engenheiro Ernesto Antônio Lassance Cunha e a outros técnicos estudos de meios para o combate aos efeitos das secas. Ficou então decidida a construção de barragens nos leitos dos rios para barrar as águas pluviais. o próprio Ernesto Cunha visitou diversos locais no interior da província e indicou o Boqueirão do Cedro como local selecionado. Em 1880, o engenheiro britânico Jules Jean Revy confirmou a indicação.
No ano de 1882 o primeiro projeto foi feito pelo próprio Jules Revy que coordenou a realização de obras preliminares, como a construção de uma estrada de acesso e a instalação das máquinas. Às vésperas do início das obras, ocorre a proclamação da república e a conseqüente retirada de Revy.
Após modificações no projeto realizadas em 1889 pelo engenheiro Ulrico Mursa, da Comissão de Açudes e Irrigação (atualmente DNOCS), as obras foram finalmente iniciadas em 15 de novembro de 1890. Sua conclusão, após várias interrupções, foi em 1906 já sob coordenação do engenheiro Bernardo Piquet Carneiro, que assumiu a direção da construção em 1900.
O período entre o primeiro projeto e a inauguração foi de 25 anos e suas obras contaram, em grande parte, com o emprego de mão-de-obra dos flagelados da seca. Devido à sua importância histórica e sua beleza natural foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional(IPHAN) em 1977.
Foi construído sobre o leito do rio Sitiá. Sua capacidade é de 126 milhões de metros cúbicos, o que o posiciona como o 7º maior reservatório de água do Ceará.
Este açude teve base em alguns monumentos romanos no comando de Julio "Caesar" (Julio Cesar),
Este açude possui quatro barragens: a Principal, a do Sul,a da Lagoa do Forges e a do vertedouro. Estas barram as águas do rio Sitiá e dos riachos: Macambira, Verde, do Socorro, do Cabo, Guaribas, Caracol e entre outros riachos da região.
A grade de ferro que compõe a varanda, sobre a barragem Principal foi totalmente importado da Inglaterra e a cerâmica desta foi importada de Portugal
O superdimensionamento da barragem em relação ao potencial da bacia hidrográfica faz com que as sangrias sejam raras. Em toda sua história ocorreram apenas 6. A primeira registrada foi em 1924, depois 1925, 1974, 1975, 1986 e 1989.
Outra causa apontada para as poucas sangrias está no fato de que um grande número de pequenos açudes construídos à montante impedem que a água chegue até a barragem. Em contrapartida só secou totalmente nas secas de 1930, 1932, 1950, 1999 e nesta última seca de 2016.
O Açude do Cedro dispõe de locais para banho, pescaria e para prática de esportes náuticos, além de ser a fonte de água para uma extensa rede de canais para irrigação, a primeira construída no Ceará. O açude também é importante fonte hídrica para o abastecimento do município.
A partir de praticamente toda a sua extensão é possível ver a Pedra da Galinha Choca. A composição Açude do Cedro/Pedra da Galinha Choca forma a mais conhecida paisagem turística de Quixadá.
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