Por despacho imperial de 1875, o Theatro D. Pedro II passou a chamar-se Theatro Imperial D. Pedro II até 1890. Nesse ano, em 25 de abril, passa a chamar-se Lyrico, nome pelo qual se tornou mais conhecido. Antes, porém, de ser Theatro D. Pedro II havia sido Circo Olympico em 1857.
Em 1890, após a Proclamação da República do Brasil, passou a chamar Teatro Lyrico. O prédio foi demolido em 1934.
Fachada: Luiz Edmundo descreve o teatro como "o melhor teatro da cidade é o Lírico, uma ruína dourada, mostrando uma reles entradinha de ladrilhos, cercada de espelhos muito velhos, muito sujos, muito enodoados e uns porteiros de apresentação grotesca..."
Sabe-se que o Lyrico era um teatro grande - ía até a encosta do Morro de Santo Antônio - com dois pavimentos. Na frente, havia uma porta central com 4 bandeiras no térreo, e no pavimento superior, em cima dessa porta, um conjunto de 5 janelas francesas, em arco, com sacadas de ferro batido. De ambos os lados dessas janelas, uma sacada aberta seguida de duas janelas francesas de cada lado. Na fachada lateral, havia no 1o. pavimento, 5 janelas francesas com sacadas de ferro batido.
Interiores: a sala principal era toda pintada de branco e ouro e descrevia a forma de uma ferradura.
Em torno das cadeiras, encostada à platéia, corria uma espécie de estrado, fechando uma balaustrada para o lado da sala de espetáculos, à qual ficava superior... entalhavam-se no mesmo arco da boca de cena, precedido de uma sala de repouso mais 6 camarotes.
A Tribuna Imperial erguia-se sobre a porta principal da entrada, rematando na altura do teto e ocupando a largura de 4 camarotes.
As cadeiras eram de jacarandá e tinham como característica especial seu encosto de três recortes, sendo que na tabela central havia uma placa de esmalte preto e branco com a letra e o número da poltrona. O assento era de palhinha e os pés de cachimbo (características dos móveis em uso pelos anos de 1860). o camarote imperial era montado em grande luxo.
Vinculação: o teatro era particular e seu primeiro proprietário foi Bartholomeu Corrêa da Silva. Em 1913 o teatro é adquirido pela família Celestino da Silva que o arrenda, em 1923, a José Loureiro. Em 1o. de julho de 1925, então sua proprietária Margarida Chaves, ele é arrendado à Empresa Nicolino Viggiani até fins de abril de 1931, quando passa a ser arrendado pela Empresa A. Sonschein.
É interessante citar alguns fatos que marcaram a vida artística deste teatro.
Foi no Lyrico, então Imperial D. Pedro II, no dia 15 de julho de 1886, que Arturo Toscanini rege pela primeira vez na vida. Era Toscanini o violoncelista da Cia. que apresentava "Aída", de Verdi, no teatro e, no dia da estréia do espetáculo, o regente adoeceu. Toscanini regeu a ópera sem partitura, de cor.
No Lyrico, nomes dos mais famosos como Caruso, Domenico Santenelli, Maria Durand, Cinira Polônio, se apresentaram. Também a Cia. Espanhola de Revista Velasco, a Cia. Lírica de Angelis, entre tantas famosas, passaram pela cena do Lyrico.
Causas do desaparecimento: em 1934 o Lyrico é demolido para que em seu local fosse construída a Caixa Econômica, o que não ocorreu. Na realidade, em seu lugar, surgiu um estacionamento de automóveis.
Desde 1925, em projeto aprovado por Alaor Prata, se vinha estudando a demolição do Lyrico e outras edificações (Projeto do Largo da Carioca e rua Treze de Maio) "para beneficiar o livre trânsito de veículos em ponto crucial da cidade."
Ficava na Rua da Guarda Velha, 10. Atualmente é a Rua Treze de Maio.
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