Alegoria ao nascimento de Dom Pedro II
Foi batizado, em 9 de dezembro, e seu nome completo era Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga (Império do Brasil: Diário Fluminense, de 10 de dezembro de 1825).
1826 – Em agosto, foi oficialmente reconhecido como herdeiro do trono brasileiro com o título de príncipe imperial .
Sua mãe, a imperatriz Leopoldina, faleceu em 11 de dezembro de 1826, poucos dias após dar a luz a um menino natimorto (Diário do Rio de Janeiro, de 15 de dezembro de 1826). Foi com a monarca que Carl Friedrich Phillip von Martius (Erlanger, Alemanha, 1794 – Munique, Alemanha, 1868), renomado naturalista do século XIX, veio ao Brasil, onde ficou de 1817 a 1820, como um dos integrantes da Missão Austríaca, que a acompanhou na ocasião de seu casamento com D.Pedro I.
1829 – O imperador Pedro I casou-se com a duquesa Amélia de Leuchtenberg (1812 – 1873), com quem, apesar de ter convivido pouco, o príncipe Pedro estabeleceu um relacionamento afetuoso (Imperio do Brasil: Diário Fluminense, de 8 de outubro de 1829, sob o título “Baviera”).
1831 – Em 7 de abril, o imperador Pedro I abdicou (Aurora Fluminense, de 11 de abril de 1831). O príncipe imperial Pedro tornou-se “Dom Pedro II, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil“, sendo aclamado por uma multidão reunida no Campo de Santana. Dom Pedro I deixou seu filho aos cuidados do tutor José Bonifácio de Andrada (1763 – 1838), de dona Mariana Carlota de Verna Magalhães Coutinho (? – 1855), tornada condessa de Belmonte, em 5 de maio de 1844, aia de Pedro II desde seu nascimento, a quem ele chamava de Dadama; e de Rafael, que era um empregado do paço em quem Pedro I possuía grande confiança.
No mesmo dia da abdicação, foi eleita, no Senado, a Regência Provisória, formada pelos senadores Nicolau do Campos Vergueiro (1788 – 1859), por José Joaquim de Campos (1768 – 1836), o Marquês de Caravelas, e pelo senador Francisco de Lima e Silva (1785 – 1853), pai de Luís Alves de Lima e Silva (1803 – 1880), o Duque de Caxias.
Dom Pedro I partiu para a Europa com Dona Amélia, em 13 de abril (Diário do Rio de Janeiro, de 14 de abril de 1831). Links para as cartas de despedida de dona Amélia, disponível no Correio IMS, e de Pedro I, ambas para dom Pedro II.
Em 17 de junho, a Regência Trina Permanente foi eleita pela Assembleia Geral. Era composta pelo deputado da Bahia, José da Costa Carvalho (1796 – 1860), o Marquês de Monte Alegre; do Maranhão, João Bráulio Moniz (1796 – 1835), e pelo senador Francisco de Lima e Silva (1785 – 1853), do Rio de Janeiro (Aurora Fluminense, de 20 de junho de 1831, na primeira coluna, sob o título “Rio de Janeiro”).
1833 - Em 15 de dezembro, José Bonifácio foi substituído pelo marquês de Itanhaém, Manuel Inácio de Andrada Souto Pinto Coelho (1782 – 1867), que passou a ser, por decreto, tutor de dom Pedro II (Jornal do Commercio, 17 de dezembro de 1833, na segunda coluna, sob o título “Rio de Janeiro”).
1834 - Em 12 de agosto foi aprovado o Ato Adicional, que estipulou o fim da Regência Trina e alterou a Constituição de 1824, autorizando cada uma das províncias a criar uma Assembleia Legislativa. A situação política do país se acalmou.
Em 24 de setembro, morreu, em Portugal, dom Pedro I (Diário do Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 1834).
1835 - Em 7 de janeiro, teve início a Cabanagem no Pará.
Em abril, realizaram-se as eleições para a primeira Regência Una. Venceu o padre Diogo Antônio Feijó (1784 – 1843), um dos líderes progressistas e antigo ministro da Regência Trina Permanente.
Em 20 de setembro, iniciou-se a revolta Farroupilha, no Rio Grande do Sul.
Diogo Antônio Feijó (1784 – 1843) assumiu a Regência Una em outubro (Aurora Fluminense, de 12 de outubro de 1835).
1837 - Para tentar acabar com o avanço da Cabanagem e da Farroupilha, movimentos revoltosos contra o governo, Feijó pediu a aprovação, pela Câmara dos Deputados, do aumento dos efetivos militares do governo. Seu pedido foi negado e ele renunciou. O presidente da Câmara dos Deputados e líder da facção regressista, o marquês de Olinda, Pedro Araújo Lima (1793 – 1870), assumiu provisioriamente a regência (Jornal do Commercio, de 25 de setembro de 1837, na primeira coluna).
Em novembro, teve início a Sabinada, na Bahia.
Em 2 de dezembro, por decreto, foi fundado o Colégio Pedro II.
1838 – O senador Pedro Araújo Lima (1793 – 1870) foi eleito o novo regente, cujo mandato se prolongaria até 1842.
Foi criado, em 21 de outubro, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (Jornal do Commercio, de 18 de outubro de 1838, na primeira coluna).
Em 13 de dezembro, teve início a Balaiada no Maranhão.
1839 – O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro recebeu o patronato do imperador dom Pedro II , que além de seu protetor, tornou-se um ativo membro, tendo presidido centenas de sessões.
1840 – O abade francês Louis Compte, capelão da corveta L´Orientale, fez na hospedaria Pharoux, a primeira apresentação do daguerreótipo no Brasil e na América Latina, realizando um ensaio fotográfico (Jornal do Commercio, de 17 de janeiro de 1840, na primeira coluna). Dias depois, apresentou o invento a dom Pedro II (Jornal do Commercio, de 20 de janeiro de 1840, na terceira coluna). Em março do mesmo ano, com menos de 15 anos, dom Pedro II adquiriu o equipamento, através do negociante Felício Luzaghy.
O Brasil encontrava-se em uma situação delicada com as revoltas e dom Pedro II só poderia ser declarado maior com 18 anos de idade. Além disso, a Regência sempre motivaria conflitos políticos. Em abril, o senador do Partido Liberal, José Martiniano de Alencar (1794 – 1860), pai do romancista José de Alencar, propôs a criação da Sociedade Promotora da Maioridade, que passou a se chamar Clube da Maioridade. Seu presidente, Antônio Carlos de Andrada (1773 – 1845), levou a campanha para as ruas, conseguindo a adesão do povo.
Em 23 de julho, dom Pedro II foi emancipado pela Assembleia Geral Legislativa do Brasil (Diário do Rio de Janeiro, de 27 de julho de 1840, sob o título “Rio de Janeiro”).
Terminou a revolta da Balaiada.
1843 – Em 30 de maio, dom Pedro II e dona Teresa Cristina (1822 – 1889), princesa das Duas Sicílias, casaram-se por procuração, em Nápoles. Como eles eram primos, tiveram que obter licença de Roma. Em 3 de setembro, ela chegou ao Rio de Janeiro. Eles se encontraram pela primeira vez, a bordo da fragata Constituição (Jornal do Commercio, de 4 de setembro, na última coluna; e de 5 de setembro de 1843, na primeira coluna, ambas sob o título “Jornal do Commercio”). Dom Pedro II ficou muito decepcionado com a aparência de sua esposa .
1845 – Em 23 de fevereiro, nasceu o primeiro filho do casal, dom Afonso (Diário de Rio de Janeiro, de 24 de fevereiro de 1845, sob o título “O Diário”).
Em 1º de março, fim da Farroupilha.
Em 6 de agosto, dom Pedro II viajou para o sul do Brasil e visitou as províncias de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo.
1846 – Nasceu a primeira filha do casal real, a princesa Isabel, em 29 de julho (Diário do Rio de Janeiro, edição de 30 de julho de 1846, sob o título “Parte official”).
1847 – Morreu dom Afonso, em 11 de junho (Diário do Rio de Janeiro, de 12 de junho de 1847) e nasceu a princesa Leopoldina, segunda filha do casal, em 13 de julho (Diário do Rio de Janeiro, de 14 de julho de 1847, sob o título “O Diário”). Dom Pedro II percorreu a província do Rio de Janeiro.
1848 – Nasceu dom Pedro Afonso, segundo filho do casal, em 19 de julho (Diário do Rio de Janeiro, de 20 de julho de 1848).
Teve início a Revolução Praieira, em Pernambuco. De caráter liberal e federalista, ganhou o nome de Praieira, pois a sede do jornal Diário Novo, comandado pelos revoltosos, ficava na rua da Praia.
1850 – Morreu dom Pedro Afonso, em 10 de janeiro (Diário do Rio de Janeiro, de 11 de janeiro de 1850).
Foram promulgados o Código Comercial, baseado nos Códigos de Comércio de Portugal, França e Espanha; e a Lei de Terras, que foi regulamentada em 1854. Esta lei estabelecia a compra como a única forma de acesso à terra e abolia, em definitivo, o regime de sesmarias.
Fim da Revolução Praieira (O Brasil, de 16 de abril de 1850, sob o título “Notícias Provinciaes”, na primeira coluna).
Em 4 de setembro, a Lei Eusébio de Queiroz pôs fim ao tráfico negreiro (Diário do Rio de Janeiro, de 5 de setembro de 1850).
O governo brasileiro rompeu relações com a Confederação Argentina, governada por Juan Manuel de Rosas (1793 – 1877).
1851 – Brasil, Uruguai e as províncias argentinas de Entre Ríos e Corrientes firmaram, em Montevidéu, uma aliança ofensiva e defensiva contra Rosas, que declarou guerra ao Império brasileiro.
1852 – Em fevereiro, Rosas foi derrotado pelo general Justo José de Urquiza (1801-1870) com o apoio do Brasil, na Batalha de Monte Caseros (Correio da Tarde, de 24 de fevereiro de 1952).
Início da telegrafia elétrica no Brasil. Telegramas foram trocados entre o imperador, que se encontrava na Quinta de São Cristóvão, e o ministro da Justiça, Eusébio de Queiroz (1812 – 1868), e o professor Guilherme Schüch de Capanema (1824 – 1908), que estavam no Quartel General, no Campo da Aclamação, atual Campo de Santana.
1854 – No Rio de Janeiro, instalação da iluminação à gás (Jornal do Commercio, de 25 de março de 1854, na penúltima coluna).
Inauguração da estrada de ferro que ligava a Corte à Petrópolis (Jornal do Commercio, de 1º de maio de 1854, na última coluna).
1855 - Em 17 de outubro, morte de Mariana Carlota de Verna Magalhães Coutinho (1779 – 1855), a Dadama, aia e governanta de dom Pedro II, vitimada pela cólera-morbo (Diário do Rio de Janeiro, 18 de outubro de 1855, na segunda coluna).
1856 – Dom Pedro II conheceu a tutora de suas filhas, a condessa de Barral, Luisa Margarida Portugal de Barros (1816 – 1891), por quem se apaixonou e se correspondeu intensamente ao longo de 26 anos de relacionamento. Cartas trocadas entre os dois estão disponíveis no Correio IMS: em 12 de junho de 1876, em 15 de março de 1877, em 29 de março de 1877 e em 7 de junho de 1880.
1857 – Foi criada a Imperial Academia de Música e a Ópera Nacional (Jornal do Commercio, de 7 de junho de 1857, sob o título “Publicações a pedido”).
1862 - Em 5 de dezembro, foram presos por terem causado distúrbios três oficiais da fragata inglesa Fort. Eles estavam bêbados e à paisana. O embaixador Christie exigiu a punição do chefe da polícia. Também cobrou o pagamento da indenização de 6 mil libras esterlinas pela pilhagem do navio inglês Prince of Wales. Esse fato teria gerado, segundo o historiador Bóris Fausto, um clima de “exaltação patriótica”. Houve manifestações populares contra a Grã-Bretanha, no Rio de Janeiro
1863 – Em janeiro, o governo brasileiro não atendeu às exigências de Christie e a Marinha inglesa fundeada no Rio de Janeiro bloqueou a baía de Guanabara e apreendeu 5 navios brasileiros. Sob protesto, em 26 de fevereiro, o Brasil pagou a indenização pelo Prince of Wales e Christie foi obrigado a deixar o país. O governo imperial brasileiro rompeu relações diplomáticas com a Inglaterra, em 25 de maio, pela ausência de desculpas do governo britânico.
1864 – Em 15 de outubro, casamento da princesa Isabel com o conde d´Eu (Diário do Rio de Janeiro, edição de 16 de outubro de 1864) e, em 15 de dezembro, casamento da princesa Leopoldina com o duque de Saxe (Diário do Rio de Janeiro, de 16 de dezembro de 1864). O conde d´Eu e o duque se Saxe eram primos.
O Paraguai declarou guerra ao Brasil, em dezembro.
1865 – Em 1º de maio, foi assinado o Tratado da Tríplice Aliança – Argentina, Brasil e Uruguai – contra o Paraguai.
Em 10 de julho, dom Pedro II foi para o teatro de operações da Guerra do Paraguai.
Em 23 de setembro, as relações diplomáticas entre o Brasil e a Inglaterra foram reatadas (Jornal do Commercio, de 5 de outubro de 1865, na sétima coluna, sob o título “27 de setembro”).
1870 - Solano López morreu e a Guerra do Paraguai terminou (O Paiz, suplemento de 14 de abril de 1870).
1871 – Em 7 de fevereiro de 1871, a filha de Dom Pedro II, a princesa Leopoldina de Saxe-Coburgo faleceu, em Viena (Diário de Notícias, de 7 de março de 1871).
Em 28 de de setembro de 1871, foi promulgada a Lei do Ventre Livre (Diário do Rio de Janeiro, edição de 30 de setembro de 1871).
1871 / 1872 – Em 25 de maio de 1871, dom Pedro II viajou pela primeira vez para a Europa e para o Oriente Médio. A princesa Isabel tornou-se, pela primeira vez, regente provisória. Em Lisboa, seu primeiro destino, Dom Pedro visitou dona Amélia, viúva de dom Pedro I, no palácio das Janelas Verdes. Conheceu diversos intelectuais portugueses, entre eles, Alexandre Herculano (1810 – 1877). Depois foi à França, onde encontrou a condessa de Barral e o filósofo Arthur de Gobineau ( 1816 -1882); à Bélgica, à Alemanha, onde conheceu o compositor Richard Wagner (1813 – 1883); à Itália e à Ásia Menor. Voltou à Itália e à França. Em 31 de março de 1872, retornou ao Rio de Janeiro (Diário do Rio de Janeiro, 1º de abril de 1872), trazendo o duque de Saxe, viúvo de de sua filha Leopoldina, e seus dois netos, Pedro Augusto (1866 – 1934) e Augusto Leopoldo (1867 – 1922), que seriam educados no Brasil.
1874 – Em 22 de junho, foi efetivada a ligação do Brasil a Portugal por telégrafo.
Teve início a revolta do Quebra-Quilos, quando várias cidades do nordeste se rebelaram contra o decreto que impunha a implantação de um novo sistema métrico. No ano seguinte, com a forte repressão promovida pelo governo imperial, a região foi pacificada.
1876 – Em março, dom Pedro II viajou para os Estados Unidos e para a Europa. Embarcou no Rio de Janeiro, no navio americano Hevelius, sob o comando do capitão Markwell (Diário do Rio de Janeiro, 26 de março de 1876, na terceira coluna). Acompanhando a comitiva real, estava o repórter J. O´Kelly, do jornal New York Herald. Chegou em Nova York, em 15 de abril. Visitou outras cidades como Chicago, Pittsburg e Washington. Inaugurou a Exposição da Filadélfia, que abriu ao lado do presidente Ulysses S. Grant (1822 – 1885), em 10 de maio, em meio a uma multidão de cerca de 200 mil pessoas. Lá conheceu os cientistas Thomas Edison (1847 – 1931) e Grahan Bell (1847 – 1922), que apresentou ao imperador sua invenção – o telefone. Foi também à Niagara Falls. Em 12 julho, partiu para a Europa no vapor Russia, da Cunard Line: foi a Londres e Bruxelas, onde encontrou o famoso médico francês Jean-Marie Charcot (1825 – 1893). Deixou a imperatriz Teresa Cristina em Gastein, na Áustria, para tratamento de saúde e partiu para a Grécia. No Oriente, a imperatriz e a condessa de Barral o encontraram. Foi à Roma, Viena e Paris, onde conheceu os intelectuais Jean Louis Quatrefages (1810 – 1892), Ernest Renan (1823 – 1892), Louis Pasteur (1822 – 1895) e Victor Hugo (1802 – 1885). Retornou em setembro.
1877 – Por ordem de dom Pedro II, foram instaladas linhas telefônicas entre as residências dos ministros e o palácio da Quinta da Boa Vista.
O New York Herald relembrou a visita de Pedro II aos Estados Unidos, e apresentou a seguinte proposta: “Para nossa chapa Centenária, indicamos Dom Pedro II e Charles Francis Adams, para presidente e vice-presidente. Estamos cansados de gente comum, e sentimo-nos dispostos a apoiar gente de estilo”. O advogado, político, diplomata e escritor americano Charles Frances Adams ( 1807 – 1886) era neto do presidente John Adams e filho do presidente John Quincy Adams.
1878 – Dom Pedro II viajou para a província de São Paulo.
1879 – Inauguração da iluminação elétrica na Estação Central da Estrada de Ferro Dom Pedro II.
Em 28 de dezembro de 1879, início no Rio de Janeiro da Revolta do Vintém, contra a cobrança de um tributo instituído pelo ministro da fazenda, o visconde de Ouro Preto, Afonso Celso de Assis Figueiredo (1836 – 1912), de vinte réis, ou seja, um vintém, nas passagens dos bondes. O ministério, desmoralizado, caiu no ano seguinte e o imposto foi revogado.
Dom Pedro II viajou ao Paraná.
1881 – Em 9 de janeiro, aprovação da Lei Saraiva, que estabeleceu o voto direto e proibiu o voto dos analfabetos.
Dom Pedro II viajou para Minas Gerais.
1882 – Caso do “Roubo das jóias da Coroa”: na madrugada de 17 para 18 de março de 1882, um ladrão invadiu o Palácio de São Cristóvão, residência da família imperial, e roubou todas as jóias da imperatriz Teresa Cristina e da princesa Isabel. O tesouro foi avaliado em 400 contos de réis – verdadeira fortuna na época (Gazeta de Notícias, de 19 de março de 1882, na primeira coluna). As jóias foram encontradas dias depois na casa de um ex-empregado do palácio, Manuel de Paiva (Gazeta de Notícias, de 22 de março de 1882, na segunda coluna).
1883 – A cidade de Campos (RJ) tornou-se o primeiro município da América do Sul a receber iluminação elétrica pública.
Início da Questão Militar, uma série de conflitos entre autoridades da monarquia e os oficiais do Exército brasileiro, que fortaleceu a campanha republicana.
1885 – Promulgação da Lei dos Sexagenários, em 28 de setembro.
1887 / 1888 – Em 30 de junho de 1887, dom Pedro II viajou pela terceira vez para a Europa. Seu primeiro destino foi Portugal. De lá, seguiu para Paris. Aconselhado por médicos, seguiu para Baden-Baden, e retornou a Paris, onde visitou intelectuais, entre eles, Louis Pasteur. Fez um cruzeiro pela Riviera italiana e foi para a estação de cura de Aix-les-Bains, na França. Em 22 de agosto de 1888, retornou ao Rio de Janeiro.
1888 – Foi abolida a escravidão no Brasil, em 13 de maio de 1888 (O Paiz, de 14 de maio de 1888).
1889 – O imperador Pedro II sofreu um atentado (Gazeta de Notícias, de 17 de julho de 1889, na penúltima coluna).
Em 9 de novembro, foi realizado o baile da Ilha Fiscal (Gazeta de Notícias, de 11 de novembro de 1889), que passou à história como o último baile da monarquia no Brasil.
Em 15 de novembro, foi proclamada a República (Gazeta de Notícias, 16 de novembro de 1889). Quando foi deposto, dom Pedro II tinha governado por 49 anos, três meses e 22 dias. Só foi superado pela rainhas Vitória (1819-1901) e Elizabeth II (1926-), ambas da Inglaterra.
Em 17 de novembro, a família real partiu para o exílio, na Europa, a bordo do Alagoas (Gazeta de Notícias, edição de 18 de novembro de 1889, sob o título “O Embarque do Imperador”, na segunda coluna).
Chegaram em Lisboa em 7 de dezembro. Visitaram Coimbra e o Porto, onde a imperatriz Teresa Cristina faleceu, em 28 de dezembro.
1890 / 1891 – Pedro II passou esses anos entre Cannes, Vichy, Versalhes e Baden-Baden.
1891 – Em 14 de janeiro, faleceu a Condessa de Barral, em Paris (Diário de Notícias, 16 de janeiro de 1891).
Em 24 de outubro, Dom Pedro II chegou em Paris, onde se hospedou no Hotel Bedford, número 17 da rua de l’Arcade.
Em 5 de dezembro, faleceu, de pneumonia (O Paiz, de 6 de dezembro de 1891, e Gazeta de Notícias, de 6 de dezembro de 1891). Tradução do registro de morte do imperador:
‘Nós, abaixo assinados, Professores da Faculdade de Medicina e doutores em medicina, certificamos que Dom Pedro II d’Alcantara morreu em 5 de Dezembro de 1891 à meia noite e 35 (da manhã) no hotel Bedford, 17 rue de l’Arcade, em Paris, em conseqüência de uma pneumonia aguda do pulmão esquerdo.
Paris, 5 de dezembro de 1891
J.M Charcot
C. de Motta Maia Bouchard‘
1920 – Foi anulado o decreto que bania a Família Imperial do Brasil.
1921 - Chegaram no Rio de Janeiro os corpos de dom Pedro II e de dona Teresa Cristina, que estavam no Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa (O Paiz, de 9 de janeiro de 1921). Ficaram na Catedral Metropolitana.
1925 – Os restos mortais dos monarcas foram para a Catedral de Petrópolis.
1939 – Em 5 de dezembro, foram para o Mausoléu Imperial, uma capela localizada à direita da entrada da Catedral de Petrópolis, numa cerimônia na qual estava presente o presidente da República, Getúlio Vargas (1882 – 1954). O túmulo foi esculpido em mármore de Carrara pelo francês Jean Magrou (1869 – 1945) e pelo brasileiro Hildegardo Leão Veloso (1899 – 1966) (Jornal do Brasil, de 6 de dezembro de 1939).
Para a elaboração dessa cronologia, além da pesquisa em inúmeros jornais da Hemeroteca da Biblioteca Nacional, a Brasiliana Fotográfica também se valeu, principalmente, dos livros Pedro II: ser ou não ser, de José Murilo de Carvalho, e As barbas do Imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos, de Lilia Moritz Schwarcz.
Andrea C. T. Wanderley
Editora-assistente e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica
BESOUCHET, Lídia. Exílio e morte do Imperador. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1975
CARVALHO, José Murilo. Pedro II: ser ou não ser. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
FLETCHER, James Cooley ; KIDDER, Daniel Parrish. O Brasil e os brasileiros. Brasil: Companhia Editora Nacional, 1941.
HARING, Bertita. O Trono do Amazonas – a história dos Braganças no Brasil – José Olympio, RJ, 1944.
PAGANO, Sebastião. Eduardo Prado e Sua Época – O Cetro, SP, 1960.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. As barbas do Imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
VASQUEZ, Pedro Karp. O Brasil na fotografia oitocentista. São Paulo: Metalivros, 2003.
VASQUEZ, Pedro Karp. Dom Pedro II e a fotografia no Brasil. Rio de Janeiro: Fundação Roberto Marinho, 1985.
WILLIAMS, Mary Wilhelmine. Dom Pedro the Magnanimous – the second emperor of Brazil. Oxon, Inglaterra: Frank Cass & Company Limited, 1966.
Excelente Trabalho! Acompanho este blog e fico muito feliz pelo que fomos e triste pelo que perdemos.
ResponderExcluirgrande abraço aos autores
Grande trabalho! Meus parabéns por reunir tantos fatos importantes nessa lindíssima cronologia do nosso Imperador.
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