sábado, 21 de janeiro de 2017

O que é ser de primeiro mundo?

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"Do ponto de vista econômico diria que para os países que hoje são considerados de primeiro mundo na Europa isso significa manter um índice de desenvolvimento humano (IDH) da população alto. Para um europeu ter acesso a empregos para manter sua cultura, sua educação e seu lazer comensuráveis com suas belas cidades e altos poderes aquisitivos históricos é indispensável. 

Esse modelo Europeu é baseado na propriedade privada, na ação da iniciativa privada em um contexto de livre mercado. No entanto conta com alta intervenção do Estado através de regulamentação para garantir uma "economia social mercado" (vide o modelo alemão "ordo-liberalismo"). A idéia na Europa é dar garantias sociais mas sempre mantendo uma economia de mercado como base. 

Para os EUA, no entanto, essa definição não se aplica. Ser de primeiro mundo nos EUA é poder viver o sonho americano no qual qualquer um que trabalhe duro e honestamente poderá conquistar seus sonhos e acumular sucesso. Sem limites. Segue que qualquer um poderá destronar os barões da economia vigentes com ideias inovadoras sem obstruções senão os desafios naturais do mercado. 

O modelo norte americano também é baseado na propriedade privada, na iniciativa privada no comando da economia num contexto de livre mercado mas há uma diferença: há baixa intervenção do Estado (poucas garantias sociais). O resultado final também é um alto IDH. Mas há também a geração de uma infinidade de oportunidades de emprego e de negócios que, por consequência, mantém o desemprego baixo e limitam a necessidade de ter planos sociais estatais. 

O Brasil não segue nenhum dos dois modelos acima. Não temos direito a propriedade como um europeu ou um norte americano. Nossa iniciativa privada é extremamente regulamentada e tímida. Nossos mercados não são livres, são fechados e regulamentados. Temos alta tributação em tudo. Sofremos com controle de preços, com distorções da tributação em cascata e toda espécie de ineficiência de monopólios estatais. Nossa constituição, os grandes empresários, a classe política e a burocracia favorecem manter tudo isso como está pois se beneficiam do controle total da economia brasileira. 

O resultado final é o que sempre foi há algumas gerações de brasileiros: IDH de país medíocre e por consequência ainda não somos do primeiro mundo. Poderemos um dia ser de primeiro mundo? Sim. Nossa realidade mudará quando mudarmos as nossas idéias e dermos coragem para quem tem medo da mudança."

Dom Luis Phillipe e Orleáns e Bragança.

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