quinta-feira, 23 de julho de 2020

O Último Chefe de Polícia da Corte do Império

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O Paraibano Conselheiro José Basson de Miranda Osório, chefe de Polícia da Corte do RIo de Janeiro de 1884 a 1889, foi o maior combatente do Movimento Republicano na Capital do Império. 

Além de chefe de polícia Basson comandava uma vasta de rede de espiões e informantes que se infiltraram nos clubes republicanos militares e estudantis, com o objetivo de avisar as autoridades do governo da possibilidade de uma conspiração de teor golpista no Movimento Republicano.

Em 1889 Basson estava cada vez mais convencido por seus informantes de que um golpe militar republicano estava próximo, especialmente por ser o ano do Centenário da Revolução Francesa. Às vésperas do Dia 14 de Julho de 1889, centenário da Queda da Bastilha, sabendo das prometidas passeatas a favor do fim da Monarquia, Basson tentou convencer o Imperador Dom Pedro II a aprovar uso do artigo 90 do código penal para impedir qualquer manifestação Anti Monarquia. (O Artigo prevê a prisão de cinco anos a quem tentar destruir diretamente a independencia ou a integridade do Império). Dom Pedro II reprovou a ideia e respondeu. "Nao faça isso Senhor Basson, deixa os Rapazes, eles são incapazes de violências"

Mesmo com a reprovação do Imperador, Basson reuniu um grupo de policiais e capoeiras da Guarda Negra para intimidar a manifestação republicana. Ao verem o delegado e seus homens a maioria fugiu desordenadamente, mas alguns estudantes reagiram a intimidação disparando contra a polícia e os capoeiras, resultando em cerca de 11 feridos de ambos os lados.

Apesar de sua imagem pública ferida pela imprensa, Basson continuou atuando como Chefe da Polícia e informando ao Gabinete de Ouro Preto de uma conspiração militar iminente, os esforços do Delegado e de seus informantes foram frustrados pelo fato que o Presidente dos Ministro, o Visconde de Ouro Preto preferia ouvir os conselhos de Floriano Peixoto e do chefe da guarda do exército da capital, José de Almeida Barreto, que tranquilizou o governo garantindo que qualquer tentativa de golpe contra a monarquia seria combatido duramente. (Barreto na verdade era um cripto republicano, e um dos conspiradores do 15 de Novembro).

Após a proclamação da República, frustrado pelo fato de que o último gabinete do Império ignorou seus relatórios de inteligência e conselhos, José Basson de Miranda Osório não ofereceu resistência a Deodoro da Fonseca e entregou o cargo de chefe da polícia a Francisco Vítor da Fonseca e Silva. após o fim da Monarquia José Basson de Miranda passou a exercer a profissão de advogado na Paraíba até sua morte em 1903 aos 67 anos de idade. 

Fonte: As trapaças da sorte: ensaios de história política e de história cultural/Segredos e Revelações da História do Brasil/ Os subversivos da República.

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