Sua Majestade Imperial o Imperador do Japão e seu primogênito,
Sua Alteza Imperial o Príncipe Herdeiro do Japão.
A Agência da Casa Imperial Japonesa anunciou, na tarde de hoje (horário de Tóquio), que o Imperador Akihito do Japão deseja abdicar em favor de seu primogênito, o Príncipe Herdeiro Naruhito, dentro de alguns anos. A justificativa para essa decisão surpreendente são as idades avançadas e a saúde cada vez mais frágil de Sua Majestade Imperial, de oitenta e dois anos, e de sua augusta esposa, a Imperatriz Michiko, de oitenta e um.
O Imperador Akihito é o 125º Soberano do Japão, em uma linhagem contínua que vai até figuras semi-lendárias, uma vez que os japoneses crêem que seus Imperadores, que atuam como a mais alta autoridade da fé xintoísta, descendem diretamente da divindade mitológica Amaterasu, a deusa do sol.
Justamente por seu status de semideus, é raríssimo que um Imperador do Japão abdique. A última ocorrência foi a do Imperador Kôkaku (1771-1840), que abdicou em 1817, após quase quarenta anos de reinado, alegando, assim como seu atual descendente, que não poderia mais desempenhar suas funções, devido à idade avançada. O processo de abdicação tende a ser longo, pois a atual Constituição Japonesa não prevê tal cenário, de modo que o Parlamento terá de passar uma lei específica para o caso.
O próximo Imperador, o atual Príncipe Herdeiro, já está se preparando para assumir suas funções enquanto Chefe de Estado, e visitou a cidade de Kyoto, junto à sua augusta esposa, a Princesa Herdeira Masako, e filha, a Princesa Toshi, para rezar junto ao túmulo de seu ancestral, o primeiro Soberano do Japão, o Imperador Jimmu, que teria reinado há mais de dois mil e quinhentos anos e morrido aos cento e vinte e seis anos de idade.
Uma vez que, pela lei japonesa, mulheres não podem suceder ao Trono Japonês, o próximo Imperador terá como herdeiro presuntivo seu irmão mais novo, o Príncipe Akishino, seguido pelo filho deste, o Príncipe Hisahito de Akishino, atualmente com nove anos de idade. A Linha de Sucessão tem ainda mais dois nomes: o Príncipe Hitachi, de oitenta anos, irmão do atual Imperador, que não tem filhos; e o Príncipe Mikasa, de cem anos, tio de Sua Majestade Imperial, cujos três filhos homens faleceram sem deixar descendência varonil.
A abdicação do Imperador Akihito é mais uma em uma série que vem ocorrendo nos últimos três anos; começando pelo Papa Bento XVI, pela Rainha Beatrix dos Países Baixos, pelo Rei Albert II dos Belgas e pelo Emir Hamad bin Khalifa do Qatar, em 2013; seguidos pelo Rei Juan Carlos I da Espanha, em 2014. Outros Soberanos, como a Rainha Elizabeth II do Reino Unido, reinando há mais de sessenta anos, e seus primos, a Rainha Margrethe II da Dinamarca e os Reis Carl XVI Gustaf da Suécia e Harald V da Noruega já declararam que pretendem seguir a tradição, reinando até o fim de suas vidas. Na Casa Imperial do Brasil, também há a crença de que o Monarca deve reinar até o fim.
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