terça-feira, 21 de março de 2017


Georg Anton von Schäffer ou Jorge Antônio von Schäffer, Münnerstadt, mais conhecido como o major Schäffer, foi um médico, negociante e militar nascido no Eleitorado do Palatinato, estado vassalo do Sacro Império Romano-Germânico.

Recrutou militares e colonos alemães para o Império do Brasil, além de ter tentado conquistar o Havaí para o Império Russo.

Aportou no Rio de Janeiro em abril de 1818. No Brasil, aproximou-se da princesa Leopoldina, ofereceu material naturalista ao Museu Real, o que abriu-lhe as portas da corte de Dom João VI.

Após breve viagem à Europa, retorna ao Brasil com quatro famílias (vinte pessoas) e recebe de Dom João VI uma concessão de terras para fazer uma pequena colônia na província da Bahia, a que deu o nome de Frankental, às margens do rio Peruípe, na região onde hoje é Nova Viçosa.

Após a fundação do Império do Brasil, foi nomeado Agente de negócios públicos por Dom Pedro I e enviado à Europa em 21 de agosto de 1822 com instruções de José Bonifácio de Andrada e Silva para angariar militares e colonos.

Passou por Viena, Munique, Frankfurt e Hanôver, antes de estabelecer-se em Hamburgo. Recrutar mercenários na Europa era proibido pelos países da Santa Aliança e o fato do Brasil ser denunciado por Portugal como um simples território rebelde tornou a missão do major Schäffer ainda mais difícil.

No início, seu recrutamento buscava, principalmente, militares e poucos colonos, mas, à medida que a situação do Brasil foi estabilizando-se, o número de militares enviados foi diminuindo e o de colonos aumentando.

A primeira leva com 39 imigrantes alemães chegou em 25 de julho de 1824, à então desativada Real Feitoria do Linho Cânhamo, localizada à margem esquerda do rio dos Sinos, dando início à Colônia de São Leopoldo.

Além de recrutar colonos, Schäffer também buscava contratar pessoas de profissões que dessem uma base à comunidade, como médicos (Johann Daniel Hillebrand) e pastores (Friedrich Osvald Sauerbronn, Georg Ehlers, Carl Leopold Voges e Friedrich Christian Klingelhoefer).

Em quatro anos, de 1824 a 1828, o major Schäffer conseguiu trazer para o Brasil mais de seis mil pessoas, sendo que pelo menos metade eram rapazes solteiros e militares. Em 1828, a imigração não era mais de interesse de Dom Pedro I e Schäffer retornou ao Brasil, em 2 de julho de 1828.

Foi agraciado oficial da Imperial Ordem do Cruzeiro, em 31 de março de 1825. Em última informação sobre Schäffer é de 12 de novembro de 1829, quando escreveu uma carta a D. Pedro I, na qual roga um cargo diplomático no Reino da Baviera ou no Reino de Hanôver, o que lhe foi negado.

Após o final de 1829, há várias versões sobre o paradeiro de Schäffer: teria terminado sua vida em Frankental, a colônia que fundou perto da Colônia de Leopoldina, na província da Bahia, ou no Reino da Prússia, ou ainda como auxiliar de catequese de índios botocudos teria morrido à míngua, às margens do rio Doce.

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