sábado, 4 de março de 2017

HUEDRO II


Dom Pedro II podia ser um monarca muito educado, incapaz de grosserias, mas sabia ser irreverente, como bom brasileiro que era.

Na Inglaterra, na embaixada do Brasil em Londres, por ocasião de uma visita oficial, Dom Pedro II assistia ao concerto de um famoso pianista inglês. Talentoso mas também pessoa de péssimos hábitos higiênicos, o tal pianista exalava um cheiro, digamos, peculiar, que ao Imperador muito incomodava. Depois do concerto, todos maravilhados com a performance, o Príncipe de Gales, futuro rei Eduardo VII, manifestou ao ministro plenipotenciário do Brasil, Barão de Penedo, o desejo de que o pianista fosse condecorado pelo Imperador com a Ordem da Rosa.

O Príncipe de Gales não ficou sabendo, mas ao tomar ciência da proposta, o Imperador comentou ironicamente ao Barão:

- ‘‘Concordo, desde que antes o governo inglês lhe conceda a Ordem do Banho!’

Nos Estados Unidos, também por ocasião de uma visita oficial, o professor norte-americano David Todd mostrava a D. Pedro II um novo instrumento do observatório, no qual havia um espelho rotativo que dava não sei quantas voltas por minuto.

D. Pedro comentou:

— ‘‘Quase tantas como numa república sul-americana...’’

- Do livro "Revivendo o Brasil Império", de Leopoldo B. Xavier. São Paulo: Artpress, 1991. p. 112 e 70.

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