Nas Monarquias, esse fator é habitualmente representado pelo Soberano, elemento aglutinador de todas as forças sociais.
Exemplo disso tivemos no Brasil, logo após a Independência: não fosse a presença entre nós do Imperador Dom Pedro I, que assegurou a continuação da tradição monárquica luso-brasileira no Novo Mundo, forçosamente teria prevalecido aqui, como prevaleceu na América Espanhola, a força centrífuga, e ter-nos-íamos fragmentado em pequenas republiquetas, governadas por tiranetes e brigando entre si, como nossos vizinhos latino-americanos.
Outro exemplo foi a da Monarquia Austro-Húngara. Num imenso território habitado por pessoas de 15 nacionalidades ou etnias diferentes, em que tantos idiomas eram falados que se precisava usar o latim, língua universal, em muitos documentos oficiais, a única força aglutinadora era a Dinastia reinante, a Casa de Habsburgo. Proclamada a República, em 1918, sem uma ditadura muito antinatural, jamais se poderia assegurar a unidade daquele conjunto.
Na Rússia antiga, o Czar era indiscutivelmente esse elemento de união. Com o advento do famigerado comunismo, em 1917, somente uma tirania como nenhuma outra houve na História pôde manter unidas as pessoas desse imenso quebra-cabeça que se chamava União Soviética. Tal a força centrífuga de tais peças, porém, que foi só se afrouxarem um pouco as correntes que as prendiam umas às outras, e teve início a imensa desagregação que o mundo assistiu a partir de 1991.
O mal dos partidos em Repúblicas está, repita-se, em se digladiarem sem que um fator unitivo superior resguarde suficientemente o bem comum contra o avanço dos interesses privados e de grupos.
- Baseado em trecho do livro “Parlamentarismo, sim! Mas à brasileira: com Monarca e Poder Moderador eficaz e paternal”, do Prof. Armando Alexandre dos Santos.
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