As visitas foram muito motivadas pela política, visando a manutenção da unidade do território nacional e o apoio ao Estado Imperial, notando-se que durante dez anos a região estivera em conflito republicano separatista devido a Guerra dos Farrapos, que declarou a República Rio-Grandense (1836-1845) e a República Juliana (1839), e que fora vencido naquele ano. O Imperador foi recebido calorosamente, com grande entusiasmo e celebrações por onde passou, fortalecendo muito a posição monárquica no Sul da Nação.
Durante a estadia em Caldas da Imperatriz, na Província de Santa Catarina, em outubro de 1845, Sua Majestade visitou Dona Vitória, moradora de Santo Amaro que tinha 96 anos de idade, muito conhecida na região por suas virtudes e caridade.
O Imperador poderia estar fazendo várias atividades na região, mas dedicou horas e horas para conversar com a respeitada idosa, ficando maravilhado com tudo o que ela dizia. Dona Vitória estava rodeada de grande número de seus descendentes. O Soberano permaneceu ali até por volta da meia-noite a ouvir essa senhora conversar como se tivesse somente 40 anos.
O cronista do Jornal “O Relator Catarinense” descreve que a Dona Vitória “interrompia de momento a momento a conversa, para abençoar o Imperador, cujas palavras acabaram de enchê-la de consolação e como de vigor, denominava-os sempre de Anjos de Deus, as criaturas celestes”. Dona Vitória certamente foi um dos acontecimentos marcantes naquela que foi a primeira viagem em que o Imperador deixava a sede do poder para percorrer o interior do Brasil.
Em suma, as visitas às Províncias ao Sul do Brasil foram um sucesso, a proximidade do jovem Soberano com seu povo, escutando seus problemas e acompanhando de forma próxima o que se passava, juntamente com seu casamento e nascimento do seu filho contribuíram para o amadurecimento do Imperador, com apenas 20 anos. Sua Majestade somente retornou à Corte em 26 de abril do ano seguinte.
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