quarta-feira, 6 de setembro de 2017

O PRÍNCIPE E A INDEPENDÊNCIA

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A atitude das Cortes de Lisboa em relação ao Brasil, durante a crise da Independência, havia congregado os brasileiros patriotas, deliberados a emancipar a antiga colônia, com ou sem o auxílio do então Príncipe Real de Portugal e Regente do Brasil, Dom Pedro de Alcântara de Bragança. As combinações para isso marchavam céleres, multiplicando-se os emissários especiais entre as Províncias de São Paulo e do Rio de Janeiro, estabelecendo ligações para o grande movimento libertador.

Incumbido pelos patriotas do Rio de Janeiro de ir a São Paulo com uma mensagem verbal aos conspiradores, o Capitão Pedro Dias Pais Leme, que foi mais tarde Marquês de Quixeramobim, entendeu que era seu dever, como amigo pessoal do Príncipe Real Regente, passar na Quinta da Boa Vista e lhe narrar o que se tramava.

Sua Alteza ouviu com calma a narrativa e, ao fim, em vez de lhe agradecer ou lhe dar qualquer ordem, pôs-se a falar sobre viagens e caçadas, até que, a certa altura, chegando à janela, começou a olhar o horizonte, no rumo do sul, e, apontando-o a Pais Leme, disse:

– Que belo dia para se viajar!

O oficial compreendeu tudo. Beijou, comovido, a mão do Príncipe Real Regente, desceu rapidamente as escadas, montou seu cavalo e partiu a galope.

- Baseado em trecho do livro “Revivendo o Brasil-Império”, de Leopoldo Bibiano Xavier.

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