sexta-feira, 1 de setembro de 2017

UM HINO PARA A HONRA DA REPÚBLICA FRANCESA

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Durante sua primeira viagem à Europa, no final de 1871, quando estava em Paris, na véspera do dia em que o Imperador Dom Pedro II devia ser recebido no Palácio do Eliseu, o presidente francês Adolphe Thiers verificou, apreensivo, que não se tinha a menor ideia sobre o que podia ser o hino brasileiro. Chamou às pressas o Conde Arthur de Gobineau, ex-embaixador francês no Brasil e amigo pessoal do Imperador, que respondeu:

— O hino brasileiro? Ora essa! Certamente que há um hino brasileiro. Talvez eu possa reconhecê-lo. Mas lembrar-me, nunca.

Era impossível para honra da recém-criada República Francesa e de seu Presidente receber o Imperador do Brasil sem o seu hino, sendo ele o primeiro chefe de Estado estrangeiro a visitar o país depois das atrocidades da comuna, que deixaram a cidade em ruínas.

Acompanhado de Madame Thiers, o Conde de Gobineau põe-se a campo. É uma corrida louca através de Paris, por todos os comerciantes de música. Mas ninguém conhece o hino. Enfim, em casa de Durand, descobrem-se umas músicas que vieram lá de longe. Gobineau não sabe ler uma partitura, e corre então para a casa de uma amiga, Lady Blunt, que se põe ao piano e a toca. Bravos! Gobineau confirma que era, sem dúvida, o hino brasileiro, e o leva triunfalmente ao Palácio do Eliseu. A banda da Guarda Republicana passa a noite inteira a orquestrá-lo, e no dia seguinte a honra da república francesa estava salva, sendo o hino entoado com a entrada do Imperador Dom Pedro II e da Imperatriz Teresa Cristina do Brasil.

- Baseado em trechos do livro "Revivendo o Brasil-Império", de Leopoldo Bibiano Xavier.

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