sexta-feira, 1 de setembro de 2017

DOM JOÃO VI, O BOM SOGRO

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Em 6 de Novembro de 1817, após terem sido refeitos, na Capela Imperial, os votos de casamento de Dom Pedro I, então Príncipe Real do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, realizados inicialmente por procuração em Viena meses antes, e de uma cerimônia de Ação de Graças, um jantar oficial de gala e da apresentação do casal na sacada do Paço Real, com a Arquiduquesa Dona Leopoldina da Áustria, o Rei Dom João VI ao conduzi-la para o quarto nupcial no Palácio Real de São Cristóvão disse-lhe:

— Penso que este quarto, embora mobiliado simplesmente, ser-vos-á agradável.

De fato assim o foi. O primeiro objeto com que a Princesa deparou foi um busto do Imperador Francisco I da Áustria, seu pai, que Dom João tivera a lembrança de fazer vir de Viena. Ante a emoção que dominou Dona Leopoldina, o Rei tomou-lhe as mãos, e com os olhos enternecidos prosseguiu:

— Como sois instruída, não posso pretender oferecer-vos qualquer obra desconhecida, mas estou certo de que achareis prazer em percorrer este volume que vos ofereço.

A Princesa, já comovida, abriu o livro e viu que continha uma coleção de retratos de todos os membros de sua família, que Dom João VI mandara buscar na capital austríaca. Chorando, Dona Leopoldina beijou agradecida a mão do sogro, feliz em ver a alegria daquela que vinha unir-se aos destinos do Brasil.

- Baseado em texto do livro "Revivendo o Brasil-Império".

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