quinta-feira, 11 de maio de 2017

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A desconhecida história de uma rua que foi, sem nunca ter sido. Que você jura que tem a ver com a Princesa Isabel, mas os heróis são outros, Antonio Vinagre, Batista Campos, Eduardo Angelin. Você que passa todos os dias por ela, não sabe o que representa para a história do Pará. Se não fosse pelo 13 de maio, o destino desta terra poderia ter sido muito diferente. Você que sempre acreditou que realmente a Rua 13 de maio no bairro da Campina era uma homenagem a Lei Áurea e a libertação formal dos escravos, assinada pela Princesa Isabel, vai saber de um lado desconhecido desta data.

Entre 1835 e 1836 Belém foi o Teatro da Guerra da Cabanagem. Um levante Popular, com participação de alguns formadores de opinião que rebelou-se contra o tratamento dado a província pelo governo regencial do Rio de Janeiro, tornando-se uma das mais graves revoltas dessa época, quando o Brasil estava , efetivamente sendo formado.

A ameaça era tão séria que em 7 de janeiro de 1835, os rebeldes atacaram e tomaram Belém, a capital da província em apenas um dia. Em agosto de 1835, os rebeldes invadiram a cidade novamente. O hoje bairro da Campina foi o palco de muitas dessas lutas que se estendeu por nove dias, encerrando após a retirada das tropas legalistas da cidade.

O momento mais culminante dessa batalha foi o Embate dos Mercedários. Na época, o convento da Igreja das Mercês era um depósito de pólvora e armas, o que seria crucial para os cabanos. Durante o embate 800 cabanos morreram na ação, entre eles o líder Antônio Vinagre.

Depois da evacuação das tropas regenciais, já no ano seguinte, Belém foi sitiada e bombardeada até 13 de maio de 1836, data da expulsão definitiva dos Cabanos de Belém, quando as tropas legalistas retomaram a capital, ainda restando o fim da guerra pelo interior da província até 1840.

Guarda em uma de suas esquinas, outro patrimônio que deveria receber melhor atenção de você. O Arquivo Público, montado ali em 1901, um dos mais importantes do Brasil, que já deveria estar digitalizado, mas ainda espera por uma reforma para que volte a funcionar.

O 13 de maio da rua, marca a derrota Cabana. Um movimento que poderia ater feito do Pará um novo país, com uma história diferente do que se conhece hoje. Marca uma data trágica e um momento único da memória desta cidade, esquecida entre camelôs, comércio popular, e falta de lembranças.

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