sexta-feira, 12 de maio de 2017

A NOBREZA DE ALMA DA REDENTORA


Mulher muito à frente de seu tempo, profundamente piedosa e caridosa, exemplo de cristã, a Princesa Dona Isabel jamais coadunou com o racismo que entranhava a sociedade de seu tempo e sempre foi defensora da abolição da escravatura.

Em 1868, a então Princesa Imperial do Brasil, em visita a Caxambu, dançou com João Pedro Américo de Mattos, mulato escuro, dono da casa onde se hospedara; mais tarde, em sua residência no Rio de Janeiro, o Paço Isabel, dançou com André Rebouças, engenheiro negro. Ambos a venerariam até o fim da vida. Seu séquito continha damas “leite, café com leite e café”, criticaria o Embaixador da França.

Após o golpe de 15 de novembro de 1889 e o exílio que lhe foi imposto pela República, Sua Alteza, já Chefe da Casa Imperial do Brasil, no ateliê onde fazia seus vestidos, para tirar suas medidas e acertar as bainhas, dava sempre preferência a Marie Mbane, uma costureira senegalesa, educada na França, com quem sempre procurava conversar. 

Em 1895, a Redentora escreveu ao Monsenhor José Sarto, Patriarca de Veneza, para felicitá-lo, ao saber que ele havia aprovado, depois de uma entrevista, a entrada de uma negra sudanesa num convento das Irmãs Canossianas. Como Sua Alteza, Monsenhor Sarto mostrava não ter preconceito de raça. Este Patriarca se tornaria o Papa Pio X, hoje São Pio X; a negra sudanesa, Santa Josefina Bakhita. 

- Baseado em trecho da palestra “Quem foi a Princesa Isabel?”, proferida pelo Prof. José Ubaldino Motta do Amaral durante Sessão Solene da Câmara Municipal do Rio de Janeiro em homenagem aos 126 da assinatura da Lei Áurea, em 20 de maio de 2014.

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