quarta-feira, 7 de março de 2018

UM PRÍNCIPE DEVE DAR O EXEMPLO

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Nos colégios religiosos em que os Príncipes da Casa Imperial Brasileira estudaram, a boa influência familiar era completada e corroborada. Um bom exemplo dessa sábia pedagogia é recordado pelo Príncipe Dom Antonio de Orleans e Bragança, hoje terceiro na linha de sucessão ao Trono.

Sua Alteza lembra que no Colégio Cristo Rei, onde estudou, no norte do Estado do Paraná, havia um sacerdote palotino alemão que, em assuntos de disciplina, era severíssimo e inflexível. Qualquer peraltagem, qualquer insubordinação, qualquer falta de comportamento de um aluno, tinha punição imediata.

Certa vez aconteceu – é o próprio Príncipe Dom Antonio quem recorda – de o então jovem Príncipe cometer uma pequena falta disciplinar. Sua Alteza percebeu que o bom vigilante o havia visto cometer a falta, e ficou esperando o castigo merecido, certo de que ele viria.

Para o seu grande espanto, porém, o sacerdote não o puniu. Fingiu que não havia visto nada. O recreio prosseguiu, as aulas continuaram e nada de punição... No final das aulas, entretanto, o Príncipe Dom Antonio foi chamado à sala do religioso, que, a portas fechadas, disse-lhe:

– Vi muito bem sua falta, mas fingi que não vi. Sabe por quê?

Sua Alteza nada respondeu.

– Pela seguinte razão: quem é Príncipe deve dar exemplo aos demais. Foi por isso que não quis puni-lo na frente dos outros, para que eles não tivessem o mau exemplo de um Príncipe mal comportado sendo punido publicamente. Mas exatamente porque é Príncipe, seu dever de ser bem comportado é maior e a gravidade de sua falta também foi maior.

E concluiu: – Não quis puni-lo na frente dos outros, mas devo puni-lo aqui. E por que é Príncipe, sua punição será dobrada.

E aplicou ao Príncipe Dom Antonio um daqueles sadios castigos das escolas de antigamente, que tanta falta fazem nas escolas modernas.

– Nunca mais esqueci a lição daquele Padre – diz, ainda hoje, Sua Alteza – aquilo me marcou para toda a vida.

- Baseado em trecho do livro “Dom Pedro Henrique – O Condestável das Saudades e da Esperança”, do Prof. Armando Alexandre dos Santos.´

Foto: em 1957, a Princesa Consorte do Brasil, Dona Maria da Baviera de Orleans e Bragança (1914-2011), e seus dez filhos mais velhos, o Príncipe Imperial do Brasil, Dom Luiz de Orleans e Bragança (atual Chefe da Casa Imperial do Brasil), os Príncipes Dom Eudes, Dom Bertrand (atual Príncipe Imperial do Brasil), Dom Pedro de Alcantara, Dom Fernando, Dom Antonio, Dom Francisco e o recém-nascido Príncipe Dom Alberto de Orleans e Bragança, e as Princesas Dona Isabel (1944-2017) e Dona Eleonora (atual Princesa de Ligne, pelo casamento) de Orleans e Bragança. Dois anos mais tarde, em 1959, nasceriam as gêmeas Princesas Dona Maria Thereza (atual Senhora Johannes Hessel de Jong) e Dona Maria Gabriela de Orleans e Bragança.

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