A Ordem de Cristo originalmente era uma ordem religiosa e militar, criada a 14 de Março de 1319 pela Bula Papal Ad ea ex-quibus de João XXII, que, deste modo, acedia ao pedidos do rei português Dom Dinis. Recebeu o nome de Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo e foi herdeira das propriedades e privilégios da Ordem do Templo.
Em Maio desse mesmo ano, numa cerimônia solene que contou com a participação do Arcebispo de Évora, do Alferes-Mor do Reino D. Afonso de Albuquerque e de outros membros da cúria régia, o rei Dom Dinis ratificou, em Santarém, a criação da nova Ordem.
Em 1789 a Ordem de Cristo foi secularizada, tornando-se uma ordem honorífica até sua extinção em 1910. A ordem foi refundada em 1917 como a Ordem Militar de Cristo e é presidida pelo seu grão-mestre, o Presidente da República Portuguesa (O Presidente da República Portuguesa é, a par da Assembleia da República, do Governo e dos Tribunais, um órgão de soberania).
A história do descobrimento do Brasil é cheia de mistérios e suposições, muito disso graças às lacunas da história oficial e de muitos estranhos artefatos e inscrições encontrados não apenas no Brasil, mas em toda a América do Sul. Esses artefatos sugerem que Cabral não teria sido o primeiro a chegar em nosso país.
Um dos fatos da história oculta do descobrimento do Brasil envolve a famosa Ordem de Cristo. Na Idade Média foi criada a Ordem dos Cavaleiros Templários, que tantas páginas da história preencheram. Dissolvida violentamente em 1312 pelo Papa, a Ordem continuou existindo em Portugal – um dos reinos mais tolerantes naquele momento – e albergou aqueles que fugiam da atroz perseguição em outros domínios europeus.
O rei português D. Dinis foi o mentor da fundação da Ordem de Cristo, que na realidade era uma fachada para ocultar os verdadeiros templários os que outrora haviam protegido os caminhos de peregrinação europeus até Jerusalém conquistada pelas Cruzadas.
Outro personagem célebre, o infante D. Henrique, conhecido como “O Navegante” e fundador da Escola de Sagres (de técnicas e descobrimentos náuticos) foi o líder da Ordem de Cristo. Os ideais da expansão cristã reacenderam-se no século XV quando seu Grão-Mestre, Infante D. Henrique, investiu os rendimentos da Ordem na exploração marítima. O emblema da ordem, a Cruz da Ordem de Cristo, adornava as velas das caravelas que exploravam os mares desconhecidos.
Alguns historiadores acreditam que o infante e seus navegantes, conheceram o Brasil antes que Cabral. O próprio Cabral havia se tornado membro da ordem no ano de 1495, portanto pouco antes de realizar a sua viagem para o Brasil. Muitos pesquisadores acreditam que caso Cabral não tivesse aderido ao Ordem de Cristo, ele jamais teria sido encarregado dessa viagem.
O certo é que o Brasil fez parte do patrimônio da Ordem durante muito tempo. As caravelas que aqui chegaram traziam abertas as velas com a cruz templária, símbolo máximo da instituição.
“Ainda hoje existem grupos muito fechados no Brasil de cavaleiros templários que realizam ritos antiquíssimos e que se consideram herdeiros do patrimônio deixado pela Ordem de Cristo, um patrimônio espiritual que se inspira no nascimento de uma grande potência econômica a partir do próximo milênio”, dizia Aurélio Abreu.
Um dos dados mais significativos para compreender a nova Terra Prometida ou Paraíso Terrenal – tal como Cristóvão Colombo proclamou ao descobrir o continente Americano – é a desconhecida ou talvez omitida história de Pedro de Rates Hanequim, natural de Lisboa que viveu durante 26 anos em Minas Gerais.
Em 1741, sua Majestade, João V ordenou o confisco de bens e a excomunhão de Hanequim e, em 1744, o Santo Ofício (a Inquisição) ditou a sua morte primeiro por afogamento, e pelo fogo, depois, a fim de reduzir seu corpo a cinzas. Tudo isso para que Hanequim não tivesse sepultura e que seu nome se apagasse de uma vez por todas da história. Porém, os mesmos documentos eclesiásticos imortalizaram este crime.
Por que morreu Hanequim? Por algo muito grave para aquela época: seu nome estava ligado a uma conspiração contra a monarquia portuguesa e seu domínio sobre o Brasil, pois procurava a independência daquela colônia. Não obstante, não foi esse o motivo principal que o levou aos tribunais do Santo Ofício ou que a Inquisição decretara a sua morte. Segundo conta o grande historiador Sérgio Buarque de Holanda em seu livro “A visão do Paraíso”, o cidadão luso foi condenado por considerar o Brasil como o “Paraíso Terrenal” onde havia uma árvore com frutos semelhantes a figos ou maçãs que encarnavam o bem e o mal.
Hanequim também acreditava que os índios brasileiros descendiam de uma das tribos perdidas de Israel – que aparecem no Velho Testamento – e que Adão, o progenitor da humanidade, criou-se no Brasil. De aqui partiu para Jerusalém ao abrir-se o Oceano Atlântico para permitir sua caminhada, do mesmo modo que o Mar Vermelho se abriu aos israelitas. E para provar que este Adão brasileiro existiu, Hanequim mencionava as marcas de pés humanos que apareciam marcados em algumas rochas nas costas da Bahia.
Com toques proféticos, Hanequim apregoava que no Brasil se erigiria o “Quinto Império”, super-poderoso, que alargaria seus domínios por todo o Planeta.
Além disso, Hanequim difundiu que o Dilúvio Bíblico não tinha sido universal: o Brasil tinha escapado do aguaceiro. A maior heresia do prisioneiro foi a de ter considerado que na Criação do Mundo somente intervieram o Filho e o Espírito Santo, excluindo o Deus-Pai desta importante tarefa. A isto se acrescenta que as entidades Divinas tinham corpo material, ou seja, os anjos e inclusive Nossa Senhora seriam tão palpáveis como qualquer um dos mortais.
Embora sob tortura durante três anos, Hanequim continuou afirmando suas teorias diante do enraivecidos padres do Santo Ofício que não lhe perdoaram a heresia. Hoje, passados vários séculos, as palavras do malogrado herege ainda ecoam como proféticas e todos os anos, em alguns rincões paradisíacos do Brasil surgem grupos que proclamam o nascimento de uma Nova Nação abençoada por Deus ou pelos deuses.
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