Localizado na cidade de Belém, no estado do Pará, foi inaugurado em 15/02/1878. Possui linhas neoclássicas e foi construído no período áureo da exploração da borracha na Amazônia. O seu nome foi sugerido pelo Bispo da época, Dom Macedo Costa, em homenagem ao fim da Guerra do Paraguai, o qual também lançou a pedra fundamental do edifício, em 03/03/1869.
O autor do projeto foi o pernambucano José Tibúrcio Pereira Magalhães. Foi construído por Calandrine de Chermont com pequenas alterações introduzidas pela repartição de Obras Públicas. Ficou pronto em 1874, mas só foi aberto ao público no dia 15/02/1878 com o drama de Adolphe d'Ennery, "As duas órfãs", ao som da orquestra sinfônica do maestro Francisco Libânio Collas.
O teatro sofreu alterações na sua fachada, após a grande reforma de 1904. Foi retirada uma coluna do pátio frontal superior do Teatro, que era em número de 7, o que feria os preceitos arquitetônicos do período neoclássico, que pede número par de colunas em frontarias.
Cobrado pela Sociedade Artística Internacional, que mantinha o Teatro, o Governador da época Augusto Montenegro mandou demolir a fachada e reconstruí-la recuando-a e retirando uma coluna, e no vácuo que ficou a mostra, antes preenchido por pequenas janelas, mandou botar bustos simbolizando as artes: Dança, Poesia, Música e Tragédia, e ao centro o brasão de armas do estado do Pará, para fortalecer a simbologia republicana que estava enfim instaurada.
O Teatro da Paz, no dizer de Leandro Tocantins, "é um monumento neoclássico por excelência". Nas laterais, pátios cercados de colunas, escadas que dão acesso à Praça da República. Poltronas de palhinhas (não de almofada), seguindo o formato de ferradura. No saguão, há dois bustos talhados em mármore de carrara: José de Alencar e Gonçalves Dias, introdutores do indianismo no Brasil. No salão nobre, ao lado de espelhos de cristal, estão os bustos dos maestros Carlos Gomes e Henrique Gurjão.
Ali Carlos Gomes encenou sua mais famosa ópera, "O Guarani". O decorador desse cenário privilegiado foi o italiano Domenico de Angelis que, posteriormente, decorou o Teatro Amazonas, de Manaus. Ele foi também o autor do painel representando os deuses gregos, Apolo e Diana, no cenário amazônico que fica no teto da sala de espetáculos. Dele também era o teto de jover, perdido por causa de uma infiltração.
Durante a Ciclo da Borracha, as mais famosas companhias líricas se apresentaram ali. Com o declínio da borracha, o Teatro da Paz passou por grandes dificuldades. Sem apresentações, estava quase sempre fechado, e as restaurações não eram suficientes para lhe garantir um bom funcionamento.
Manteve o status de maior teatro da Região Norte, até ser ultrapassado pelo Teatro Estadual Palácio das Artes Rondônia, e um dos mais luxuosos do Brasil, com cerca de 140 anos de história, além de também ser considerado um dos teatros-monumentos do país, segundo o IPHAN.
Nenhum comentário:
Postar um comentário