"Chegamos a uma situação onde: ou se reinventa a república ou que volte a monarquia"
Publicado em: 01/06/2016 07:17 Atualizado em:
Por Francisco Dacal
Administrador de empresas
A crise na economia e na política é do tamanho do Brasil. Para muitos, a maior da história; de consequências inimagináveis. Mas temos que acreditar que vai ser superada, já passamos por outras tormentas.
Que os protagonistas desta infelicidade não reclamem que não tiveram crédito do povo. Tiveram sim. Entretanto, falharam na gestão, gravemente. Desviaram da ética. Ainda por cima, recusam-se em assumir responsabilidades pelos erros cometidos diante de tantas evidências.
Todos os partidos políticos são igualmente importantes dentro do processo democrático, desde que nenhum deles ouse se tornar hegemônico. A alternância de poder é fundamental à democracia e ao aprimoramento das instituições. Uma garantia das liberdades. Àqueles que se equivocaram, o fim é a nação, como um todo, partido político é meio.
Desde 1889 os brasileiros tem sido extremamente tolerantes. Todavia, está cansado de tanta aberração. Chegamos a uma situação onde: ou se reinventa a república ou que volte a monarquia. Nada contra o “golpe” comandado pelo Marechal Deodoro da Fonseca.
Nos discursos da admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff, aprovado no Senado, foi possível enxergar virtudes, os defeitos, que predominam, já conhecemos. O processo, com base na constituição e suportado pelo Supremo Tribunal Federal - STF, que lhe conferiram legalidade, foi bem conduzido pela mesa diretora da casa maior do parlamento, com transparência. Entre os discursos, foi impressionante o do ex-presidente Fernando Collor, que sofreu impeachment em 1992, dando aula de democracia, com grandeza, e com alguns algozes presentes no plenário e outros lhe assistindo pela televisão - depois apertou a tecla sim, com “luva de pelica”.
Um fato peculiar: nunca se viu tanta manifestação e heróis de combate a ditadura de 1964, pela volta da democracia. Estranho. Como isso aconteceu? Será que procede?. Pela quantidade apresentada o regime militar não era para ter durado nem seis meses. Durou vinte e um anos. Ora, por muito tempo pensei que tinha feito grande coisa em ter participado de duas passeatas de protestos em 1977, no Recife; e quase levo uma violenta mordida de um feroz cachorro pastor alemão. Mas valeu! Nesse momento histórico, fazem falta o Barão de Itararé, o Stanislaw Ponte Preta e o Millôr Fernandes.
O vice-presidente Michel Temer se tornou presidente da República interino - previsto até outubro - a partir de quando poderá ser definitivo, sob o espectro de uma possível renúncia ou condenação da titular da cadeira, e do Tribunal Superior Eleitoral-TSE que poderá cassar a chapa, nesse ínterim, aí teremos novas eleições. Com novos ministros nomeados o trabalho vai ser gigantesco para enfrentar os problemas que já se sabe e outros que agora certamente vão emergir, e não devem ser poucos.
As caixas-pretas assustam. A operação Lava-Jato continuará com forte apoio do governo e da sociedade, excelente. Eficácia é a palavra, na busca de soluções para melhorar o país, que é o que interessa.
Ainda administrável, a intolerância cresceu frente ao aumento da crise, principalmente nas redes sociais. Fogo cerrado de xingamentos, pequenas agressões, inconveniências públicas, discussões ásperas e brincadeiras, algumas de muito mau gosto. Cada lado se achando mais certo do que o outro. Bobagem! Um mundo irreal. Nesse, pelo menos, existem os de posição autêntica: “hay gobierno, soy contra”.
LINK ORIGINAL: http://goo.gl/ELUoJP
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