Inaugurado em 1954, o Cine Imperator renasceu como casa de show, em 1991, por pouco tempo
“Pelo trajeto histórico que fizemos a gente consegue perceber que o Méier é a capital do subúrbio. Teve uma certa evolução. Os cinemas que eram ícones, as ruas de comércio… O Méier é fundamental para a cidade”, disse Rodrigo Rainha, também professor da Estácio e um dos organizadores do passeio. Ao longo deste ano, o Rolé passou por Botafogo, São Cristóvão, Zona Portuária e Tijuca e Méier. Em janeiro, vai à Praça XV.
Durante o passeio, estudantes, curiosos em geral e moradores conheceram mais sobre a história do bairro, batizado com o nome da família que cedeu as terras para a construção da estação “Parada do Meyer”, inaugurada em 13 de maio de 1889. Essa data passou a ser considerada a de fundação do bairro. O passeio também percorreu portos importantes como o Jardim do Méier, a Basílica Imaculado Coração de Maria, o Colégio Metropolitano e o Leão do Méier – estátua que fica no encontro das ruas Dias da Cruz e Hermengarda, local que vem sediando eventos, com apresentações musicais e debates, organizados pelo coletivo Leão Etíope do Méier.
Rodrigo Rainha destacou ainda a inauguração do Shopping do Méier em 1963, considerado o primeiro shopping center do Brasil, no bojo da explosão demográfica que aconteceu no bairro a partir da década de 1950. Enquanto centro comercial, o bairro só se comparava, na época, a Madureira e Copacabana.
Vivendo hoje um período de revalorização – desde janeiro de 2008, o metro quadrado na região teve alta de 202% e o Imperator reabriu, há dois anos, com o nome de Centro Cultural João Nogueira, após 17 anos fechado –, o bairro se recupera de um período de vacas magras das duas últimas décadas. Mas a história do bairro é cheia de momentos de grandiosidade.
Até 1759, os padres jesuítas eram donos de extensas terras que iam de São Cristóvão até Nova Iguaçu, onde plantavam, sobretudo, cana de açúcar. Após a expulsão da Companhia pelo marquês de Pombal, o território foi dividido em três partes: Engenho Velho, Engenho Novo e São Cristóvão, vendidas para os senhores Manoel de Araújo Gomes, Manoel Joaquim da Silva Castro e Manoel Teixeira. A família Duque Estrada Meyer, portuguesa de origem alemã, uma das mais ricas da cidade em fins do século XVIII, tornaria-se, no século seguinte, a mais importante e dona de extensos terrenos na região.
O camarista Augusto Duque Estrada Meyer impulsionou, no Segundo Reinado, o desenvolvimento do bairro, que, com a chegada do trem, tomou a dianteira na urbanização do subúrbio. Com o tempo, o nome de origem alemã foi aportuguesado para Méier.
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