Um pequeno hotel no centro de Paris, guarda um grande laço com o nosso país. Ali morreu Dom Pedro II e viveu Heitor Villa Lobos. Os franceses adoravam ambos.
Conto um "causo":
Agradecendo a intenção delicada do comandante, D. Pedro II recusou a homenagem:
— Se eu estivesse na Alemanha, aceitaria. Estou na França, entretanto, e não devo permitir que a música dos vencedores venha saudar-me em chão dos vencidos.
O general prussiano inclinou-se, acatando com admiração e respeito o gesto de delicada sensibilidade. E o povo francês, sabedor da recusa imperial, demonstrou sempre para com Dom Pedro II os mais vivos sentimentos de simpatia.
Ele também foi um dos quatro financiadores do Instituto Pasteur em Paris, hoje cheio de prêmio Nobel.
Por essas e outras, mais de 80 mil soldados em uniforme de gala e 300 mil parisienses, participaram do seu enterro entre meia dúzia de ex-reis e rainhas, os presidentes do Senado e da Câmara, assim como senadores, deputados, diplomatas e outros representantes do governo francês. Emissários de praticamente todos os países do mundo, desde Turquia, China, Japão e Pérsia. O único país sem representante foi um tal de Brasil que naquele momento, estava com sua diplomacia empenhada em impedir o hasteamento da bandeira do Império e a realização do enterro como chefe de Estado. O presidente francês cagou um balde cheio até a tampa.
O jornal New York Times elogiou Pedro II, considerando-o:
“O mais ilustrado monarca do século” e afirmando que
“tornou o Brasil tão livre quanto uma monarquia pode ser”.
Recomendo o livro "A História do Brasil nas ruas de Paris".
Por Laudelino de Oliveira Lima
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