domingo, 14 de janeiro de 2018

Dom Pedro II

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No dia 2 de dezembro do ano de 1825 no Palácio da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro nasceu o segundo Imperador do Brasil.

Sétimo filho e terceiro varão de D. Pedro I e da Imperatriz D. Maria Leopoldina, que faleceu quando D. Pedro II tinha apenas um ano de idade.

Herdou o direito ao trono com a morte de seus irmãos mais velhos Miguel e João Carlos.

Tinha 5 anos quando o pai abdicou e ficou no Brasil sob a tutela de José Bonifácio de Andrade e Silva e, depois (1833-1840) sob a tutela de Manuel Inácio de Andrade Souto Maior, Marquês de Itanhaém.

Durante sua menoridade o Brasil foi dirigido por uma Regência. Começou a estudar sob a orientação da camareira-mor D. Mariana Carlota de Verna Magalhães Coutinho, mais tarde condessa de Belmonte.

Foi aclamado segundo imperador do Brasil, aos seis anos de idade e assumiu o trono aos 15 anos (18/06/1841), um ano depois de ser declarado maior e começar a reinar.

Com diversos mestres ilustres de seu tempo, o jovem imperador instruiu-se em português e literatura, francês, inglês, alemão, geografia, ciências naturais, música, dança, pintura, esgrima e equitação.

A um de seus preceptores, o de português e literatura, Cândido José de Araújo Viana, futuro Marquês de Sapucaí, atribui-se influência não pequena nas atitudes resolutas do jovem de apenas 15 anos.

Quando da revolução da Maioridade, por exemplo, ao receber a delegação parlamentar que lhe fora indagar se desejava esperar mais três anos ou assumir desde logo o poder, respondeu: "Quero já!".

No dia 30 de maio do ano de 1843, D. Pedro II casou-se com a Princesa napolitana Teresa Cristina Maria de Bourbon, filha de Francisco I, do Reino das Duas Sicílias.

Dom Pedro II foi pai de quatro filhos, mas só dois sobreviveram: as Princesas Isabel e Leopoldina.

No seu reinado o Brasil teve um grande desenvolvimento, progrediu enormemente no campo social. No início de seu governo fez viagens diplomáticas às províncias mais conflituosas.

Interessado pelas letras e pelas artes, manteve correspondência com cientistas europeus, entre eles Pasteur e Gobineau, sempre protegendo os intelectuais e escritores.

Durante seu reinado, percorreu quase todo o Brasil, viajou para várias partes do mundo, visitando a América do Norte, a Rússia, a Grécia e vários outros países da Europa e Oriente Médio (1871-1887), procurando trazer para o Brasil várias inovações tecnológicas.

Apoiado pelo partido Conservador, criou o Conselho de Estado e a reforma do código de processo criminal, o que provocou a revolta dos Liberais (1842), em Minas Gerais e São Paulo, contornada só após o final da guerra dos Farrapos (1845). Em consequência desse feito, surgiu a Insurreição Praieira (1848), em Pernambuco.

Em virtude destas revoltas iniciou um amplo trabalho de conciliação política apartidária, nas nomeações dos integrantes do Conselho de Estado e dos Presidentes de Província, sob a coordenação do Marquês de Paraná, Honório Hermeto Carneiro Leão.

O Marquês de Paraná dobrou a resistência do Partido Conservador, que culminou com a criação da Liga Progressista (1860), que, reduzindo os membros conservadores, permitiu a Zacarias de Góis e Vasconcelos, à frente do Conselho de Ministros, realizar importantes reformas no final do período.

Neste período, importantes acontecimentos sociais e econômicos ocorreram, como o declínio do escravismo, sobretudo a partir de 1850, com a extinção do tráfico negreiro e a contratação dos ingleses (1850), para elaborarem e implantarem sistemas de esgotamento para o Rio de Janeiro e São Paulo, à época, as principais cidades brasileiras.

Com o final da guerra do Paraguai (1870), os conservadores estavam novamente fortalecidos e as divergências políticas mais agudas, o que fez surgir o Partido Republicano (1870), dando início a decadência política do Império.

Na questão religiosa (1872), foram presos os bispos D. Vital e D. Macedo Costa, por desafiarem o poder central. Julgados e condenados pelo Supremo Tribunal (1875), foi-lhes concedida a anistia.

Na sua última viagem ao exterior como Imperador (1887), com muitos problemas de saúde, visitou a França, Alemanha e Itália (1887) e, em Milão, foi acometido de uma pleurisia e levado para Aix-les-Bains, onde permaneceu em tratamento, antes de poder voltar ao Brasil (1888).

Na sua ausência, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, sancionada a 13 de maio de 1888, determinando o encerramento de mais um ciclo econômico e acelerando também o fim do regime político.

Com o golpe de 15 de novembro de 1889, Dom Pedro II foi feito prisioneiro do Paço da Cidade, para onde viera, descendo de Petrópolis.

O governo provisório deu-lhe 24 horas para deixar o país, e assim, partiu com a família para Portugal em 17 de novembro, chegando a Lisboa em 7 de dezembro de 1889.

Seguiu para a cidade do Porto, onde a Imperatriz Teresa Cristina veio a falecer no dia 28 de dezembro de 1889.

Viveu então entre Cannes, Versalhes e Paris, onde assiste a espetáculos de arte e participa de palestras e conferências.

Viveu até 66 anos, morrendo de pneumonia, no modesto Hotel Bedford, em Paris, no dia 5 de dezembro do ano de 1891.

Seus restos, transladados para Lisboa, foram colocados no convento de São Vicente de Fora, junto aos da esposa.

Revogada a lei do banimento (1920), foram os despojos dos imperadores trazidos para o Brasil.

Depositados de início na catedral do Rio de Janeiro (1921), foram transferidos para a de Petrópolis (1925) e definitivamente enterrados (1939).

O ilustre governante passou à história como um intelectual, apreciador da ciência, das artes e da liberdade de informação e como homem tolerante, aberto ao diálogo e às transformações da vida social.

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