Rui Barbosa, através de um decreto publicado no dia 17 de janeiro de 1890, chamado ‘’decreto dos bancos emissores’’, mudava o critério pelo qual o governo imprimia dinheiro e oferecia crédito à praça.
Durante o Segundo Reinado, a emissão de papel-moeda era atrelada ao ouro, ou seja, a quantidade de dinheiro que circulava deveria ser equivalente ao das reservas de ouro do país. Isso garantia que a impressão de moeda não gerasse inflação.
Rui Barbosa achou por bem alterar esse critério, autorizando a criação de 10 novos bancos que poderiam emitir dinheiro lastreado em títulos da dívida pública federal. Isto é, os bancos emitiam dinheiro e o governo tinha que garantir. Quem precisasse de dinheiro recorria aos bancos para obter o crédito necessário.
Ao fabricar dinheiro de forma desenfreada, a inflação brasileira atingiu números estratosféricos, até então nunca vistos. O total de moeda em circulação em 1889 somava 191 mil contos de réis, já em novembro de 1891, no final do governo provisório, chegava a 511 mil contos de réis. Ou seja, em apenas 2 anos, o governo republicano emitira 320 mil contos de réis, quantia 167% acima da base monetária deixada pela Monarquia.
Como resultado dessa política econômica desastrosa, os aluguéis triplicaram e o padrão de vida declinou. A dívida do governo não só deixou de ser paga como aumentou.
A maioria dos bancos quebraram sem honrar seus débitos. O maior calote dado foi do recém criado Banco dos Estados Unidos do Brasil, que contraiu um empréstimo externo de 1 milhão de libras esterlinas. No total, os cofres públicos perderam mais de 2,5 milhões de libras esterlinas - cerca de 325 milhões de dólares ou 720 milhões de reias, em valores atuais.
Via: Habitat Político
Fontes:
http://uwacadweb.uwyo.edu/numimage/Currency.htm.
Ney Carvalho, O Encilhamento, pp. 189 - 190.
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