domingo, 28 de janeiro de 2018

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Uma rainha louca, um governador poderoso com status de vice rei e um projeto revolucionário. Fazer em Belém, o primeiro Jardim Botânico do Brasil. E ele saiu do papel, ganhou formas e exemplares para depois, acabar esquecido pela história.

Você sabe porque a então Estrada de São José , hoje 16 de novembro, era margeada por palmeiras imperiais, em um cenário muito similar ao visto no Rio de Janeiro até hoje?

Você sabe porque um gigantesco Largo Redondo marca a Avenida? E de onde será que surgiram os primeiros estudos botânicos da Amazônia. ? Tudo reunido na desconhecida história do primeiro Jardim Botânico de Belém, mandado implantar por uma rainha, destruído por Cabanos e esquecido por toda uma cidade.

Em 4 de novembro de 1796, a rainha D. Maria I, através de Carta Régia, ordenou a implantação de um jardim botânico em Belém do Pará ao governador da Capitania que exeutou a ordem dois anos depois.

O jardim tinha objetivo agrícola, científico e econômico. Um local para aclimatar plantas úteis ao comércio europeu de especiarias e para ampliar o conhecimento sobre plantas exóticas amazônicas.

Entre 1803 e 1806, D. Marcos de Noronha e Brito, o oitavo Conde dos Arcos, governador da Capitania, realizou uma reforma urbanística na capital, criando na estrada que conduzia ao Jardim Botânico, um passeio público que tinha a estrutura de um largo circular que viria a ser chamado de Largo do Redondo. Ali eram vendidas hortaliças para o consumo público.

A área foi drenada por meio de covas com mangueiras, sumaumeiras e árvores-do-pão onde foram instaladas algumas chácaras. A reforma aumentou a salubridade e afastou surtos endêmicos da cidade.

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Na mesma reforma urbanística na região do Piri, conhecida como Alagadiço de Juçara; foram traçadas estradas de passeio arborizadas, onde se encontrava um horto, no qual eram cultivadas espécies trazidas de Caiena, dentre elas as caneleiras, O conjunto urbanístico da cidade abrangia o Jardim Botânico, o Passeio Público e o Jardim das Caneleiras. Em 1818, assumiu a direção do Jardim Botânico o médico e naturalista Antônio Corrêa de Lacerda, Conde de Villa Flor, que deu maior organização à instituição.

Tinha assistente, escravos e degredados mantidos no quartel ao lado do jardim. Fez experimentos agrícolas, renovou a plantação de caneleiras e a produção de canela, iniciando a catalogação e a classificação botânica das espécies cultivadas. Esse trabalho deu origem à sua obra mais importante, a "Flora Paraensis".

O primeiro império abandonou o jardim. A Cabanagem acabou por destruir o espaço. Em 1859, o jardim transformou-se num lugar de recreação.

Em 1864, o jardim foi transferido para a esquina das estradas do Arsenal e São José ( Tamandaré com 16 de novembro). O novo espaço chegou a lucrar com a abertura do rio Amazonas à navegação internacional, abrigando a remontagem do Pavilhão Comemorativo.

Mas seguiu agonizando até ser fechado em 1879. Em 1902, não havia mais nenhum sinal de existência do Jardim Botânico do Pará, e em seu local havia sido construída a Avenida 16 de Novembro.

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