Corda que estala em harpa mal tangida,
Assim te vais, ó doce companheira
Da fortuna e do exílio, verdadeira
Metade de minh′alma entristecida!
De augusto e velho tronco haste partida
E transplantada à terra brasileira,
Lá te fizeste à sombra hospitaleira,
Em que todo o infortúnio achou guarida.
Feriu-te a ingratidão no seu delírio;
Caíste, e eu fico a sós, neste abandono,
Do teu sepulcro vacilante círio!
Como foste feliz! Dorme o teu sono...
Mãe do povo, acabou-se o teu martírio;
filha de reis, ganhaste um grande trono!
FONTE:
- "Poesias completas de Pedro II", com um prefacio de Medeiros e Albuquerque - Originais e traduções. Sonetos do exílio autenticas e apócrifas. Editora Guanabara, Waissman, Reis & cia. Limited, 1932.
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