Não sendo eleito por voz popular, o monarca não pode ser compreendido simplesmente como representante dos interesses da geração atual.
Ele ou ela nasce legalmente. Se o monarca tem alguma voz sob qualquer condição, ela é atendida precisamente ao modo inter-geracional, que é requerido pelo processo político. Os monarcas são, num sentido muito especial, a voz da história, e o modo muito acidental por meio do qual eles recebem o cargo enfatiza as bases de sua legitimidade na história de um povo, de um lugar e de uma cultura.
Isso não quer dizer que monarcas não podem ser loucos, irracionais, auto-interessados ou insensatos. Antes, quer dizer que eles devem sua autoridade e sua influência precisamente ao fato de que falam por algo “mais” do que os atuais desejos dos eleitores de hoje, algo vital para a continuidade e a comunidade, que o ato de votar pressupõe. Portanto, se eles são escutados sob qualquer condição, são-no como limitadores do processo democrático, exatamente como este deve ser limitado, de modo a resultar em uma boa legislação.
~ Sir Roger Scruton
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