Uma lei foi proposta em 1906 para autorizar a transferência dos corpos de Pedro e sua esposa Teresa Cristina de volta ao Brasil. Apesar dela ter recebido o apoio de antigos republicanos, foi arquivada devido à pré-condição imposta por Isabel, Princesa Imperial e herdeira do imperador, que isso só fosse permitido caso o banimento de toda a Família Imperial também fosse revogado. A inauguração de uma estátua de Pedro em Petrópolis em 1911 teve a presença de mais de 1500 pessoas, incluindo membros do governo . Na mesma época foi publicado um manifesto escrito por Lafayette Rodrigues Pereira, João Alfredo Correia de Oliveira e Afonso Celso de Assis Figueiredo, Visconde de Ouro Preto, todos ex-Presidentes do Conselho de Ministros do império, que declaravam: "dado o amor que os Brasileiros tem por seus soberanos, nós concordamos no retorno dos restos veneráveis de volta de São Vicente de Fora [Panteão da Dinastia de Bragança em Portugal]".
Um novo projeto de lei que revogava o banimento de toda a Família Imperial foi debatido na câmara em 1913. O deputado republicano Irineu Machado alegou que "objeções fúteis" estavam sendo levantadas para negar "justiça para a memória do imperador". Outro deputado, Martim Francisco Ribeiro de Andrada, afirmou que "D. Pedro II partiu pobre, deixando o país rico; é uma injustiça que aqueles que são ricos e deixam o país empobrecido sejam contra". O deputado Pedro Moacir acreditava que o retorno dos restos representaria "a gratitude perpétua da posteridade para o mais clemente, o mais tolerante de todos os monarcas de seu tempo". Maurício Paiva de Lacerda disse que "agora os traços de seu legado político – honestidade – estão desaparecendo". Entretanto, a proposta foi rejeitada no Senado pela intervenção do caudilho e republicano radical José Gomes Pinheiro Machado.
O discurso mais famoso em homenagem a Pedro foi realizado em 1914 pelo senador Rui Barbosa, o último líder ainda vivo do golpe de 1889 e justamente a pessoa que ordenou seu banimento:
“A falta de justiça, Srs. Senadores, é o grande mal da nossa terra, o mal dos males, a origem de todas as nossas infelicidades, a fonte de todo nosso descrédito, é a miséria suprema desta pobre nação. [...] De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.
Essa foi a obra da República nos últimos anos. No outro regime [a Monarquia], o homem que tinha certa nódoa em sua vida era um homem perdido para todo o sempre, as carreiras políticas lhe estavam fechadas. Havia uma sentinela vigilante [Pedro II], de cuja severidade todos se temiam e que, acesa no alto, guardava a redondeza, como um farol que não se apaga, em proveito da honra, da justiça e da moralidade.”
A campanha finalmente alcançou o presidente Venceslau Brás em 1916, que concordou com o retorno dos corpos e a revogação do banimento, porém decidiu esperar pelo fim da 1ªGM (que acabou por matar 2 Príncipes brasileiros, em espcial Dom Luis Maria) para aprovar oficialmente o ato. Seu sucessor Epitácio Pessoa assinou a lei em 1920 usando uma pena dourada feita pela Associação Brasileira de Imprensa, encerrando o banimento da Família Imperial e permitindo a repatriação de Pedro e Teresa Cristina. "[...] aqueles que criaram a república federal não tem reivindicações contra as cinzas do antigo imperador, cujas virtudes eram muito maiores que suas falhas [...] portanto, na galeria republicana há um lugar apropriado, e um grande, para D. Pedro II".
Nenhum comentário:
Postar um comentário