Nutrimos um exclusivismo da desgraça que nos paralisa. Se somos inferiores, se nada aqui é bom, por qual razão empreender esforços para melhorar? Nosso vitimismo tornou-se um historicismo fatal: somos e sempre seremos os piores. Mais: queremos ser os piores - mesmo que os piores sejam sempre os outros, os "brasileiros".
Essa atitude perante os outros e diante da vida conforta quem nada pretende fazer e rebaixa quem pretende ou tenta fazer. A qualidade média do que construímos é, por isso, inferior ao que poderia ser. Aqueles que tentam são, de alguma maneira, prejudicados por aqueles que preferem não tentar.
Se a ausência de vontade e a aceitação passiva e fatalista do que é medíocre passam a ser o senso comum, a nossa cultura refletirá os distintos graus de mediocridade. Tal ambiente desestimula a superação das adversidades e premia a banalidade. Com o tempo, sequer temos capacidade de reconhecer o melhor do pior, o bom do ruim, o Bem do Mal.
O que fazer?
Dar o melhor de si e exigir o melhor dos outros. É árduo, doloroso, incerto e desconfortável. Porém, antes de pensar em construir um país melhor, devemos ser melhores.
Bruno Garschagen
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