quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

DOM PEDRO II, O MESTRE-ESCOLA


É de conhecimento geral o apreço do Imperador pela profissão do professor, pelas escolas e pela educação como um todo, tendo Dom Pedro II escrito em seu diário e repetido diversas vezes: “Se eu não fosse imperador, quisera ser mestre-escola”.

Assim que assumiu o Império do Brasil, em 1840, ainda um adolescente, Dom Pedro, que já bem sabia o valor da educação e dos professores para o desenvolvimento nacional, encontrou o setor educacional em situação deplorável, como resultado da má administração do Período Regencial e dos conflitos constantes. O pequeno Imperador tratou logo de mudar tal vergonhosa situação, e, como demonstra o historiador Max Fleiuss: “Em 1844 havia no Rio de Janeiro apenas 16 escolas públicas e 34 colégios particulares. Em 1860 as escolas públicas são 3.516, com mais de 115.000 alunos. Em 1889, são 300.000 alunos frequentando 7.500 escolas”.

Neste espírito docente, Dom Pedro II visitava assiduamente o Colégio Pedro II, que tinha em grande estima, para acompanhar o andamento dos estudos, auxiliando os professores. Fernando Magalhães narrou a impressão que lhe causavam essas visitas:

“No Colégio, subitamente, a sineta que batia o toque simples do início da aula, ou o dobrado do fim do recreio, entrava a bimbalhar repetidamente, num aviso de festa. Já se sabia: era a visita de Dom Pedro II. Ele a fazia frequentemente, corria todas as aulas, subia ao estrado do professor, sentava-se na cadeira ao lado e entrava a questionar os meninos como um mestre-escola cuidadoso e paciente. Tenho na memória a sua lembrança, tanto me impressionou a beleza singular daquele velho plácido e corpulento, um grande corpo que as pernas já vacilavam em carregar, uns olhos que o tempo se comprazia em azular cada vez mais na suavidade, uma fronte larga e polida, barbas brancas de santo, rosto feliz de abnegado, atitude tranquila de justo, vulto inconfundível de nobre”.

Baseado em texto de “Revivendo o Brasil-Império”

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