"A conclusão [de que no Império a inflação era mínima] aponta para a circunstância de nas monarquias haver uma noção muito clara sobre o que é da nação, cujo representante máximo - por toda a sua vida - é o monarca, e após ele seu filho ou parente mais próximo.
Enquanto que nas repúblicas essa noção inexiste, por desnecessária, porque os representantes da nação o são transitoriamente, sem qualquer vínculo pessoal ou familiar com o cargo.
A única explicação possível, em suma, é a de que na república o dinheiro e o patrimônio pública só teoricamente são do povo: na prática, está à disposição de quem o representa temporariamente. E depois que deixa de representá-lo, não tem preocupações com o que será transmitido ao seu sucessor, não ligado por laços de família e, em geral, adversário ou inimigo político".
Paulo Napoleão Nogueira da Silva em "Defeito congênito".
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