domingo, 14 de janeiro de 2018

A GRANDEZA DA REDENTORA

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Sobre a religiosidade e a brasilidade da Princesa Dona Isabel, a Redentora, exprimiu-se muito bem seu bisneto, o Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil, em sua famosa “Carta aos Srs. Constituintes”, de 7 de setembro de 1987:

“Minha bisavó jamais incentivou nem autorizou qualquer tentativa de restauração monárquica por meios violentos. Sendo de piedade notória, ela continuou concorrendo com o valor de suas preces para que nosso País prosseguisse nas vias gloriosas da Civilização Cristã, rumo à peculiar grandeza – também cristã – que ela sabia ser o destino específico de nossa Pátria.

Por outro lado, interpôs ela toda a sua influência junto aos meios eclesiásticos da França, onde vivia com seu esposo, o Conde d’Eu, para que no célebre santuário do Sagrado Coração de Jesus, erguido em Paray-le-Monial, centro de convergência de piedade dos católicos de todo o mundo, estivesse presente o Brasil, por uma placa impetratória que ficou aposta a um dos muros desse lugar sagrado.

Igualmente foi por iniciativa dela, e por seu intermédio, que o Episcopado brasileiro enviou, em 1901, uma súplica ao Papa Leão XIII, pedindo a proclamação do dogma da Assunção de Maria Santíssima.

Encaminhando ao Pontífice a mensagem dos Bispos do Brasil, escrevia minha bisavó: ‘Longe de minha Pátria, sinto-me feliz ao menos por trabalhar pelo que nela pode fortificar a Fé’ (carta de 6-6-1901).

Dessa forma, o Brasil juntava sua voz ao clamor universal dos fieis, para que mais um título de glória da Santa Mãe de Deus fosse solenemente proclamado pela Igreja. Quase meio século depois, a 1º de novembro de 1950, Pio XII houve por bem definir, como dogma de Fé, a Assunção Corpórea de Maria aos céus.

Generosa e caritativa que era, a Princesa Isabel destinava parte de seus apenas suficientes recursos ao socorro dos pobres e doentes. Os pedidos que lhe chegavam do Brasil, muito numerosos, eram preferencialmente atendidos, com discrição e solicitude. (...)

A Princesa Isabel ocupava o pouco que lhe restava viver, pensando com saudades no Brasil, e mantendo larga correspondência com pessoas de sua amizade que ela deixara aqui ao ser exilada. Seus salões estavam sempre abertos para os inúmeros brasileiros que a procuravam em suas residências de Boulogne-sur-Seine e do Castelo d’Eu.

Muito relacionado com a Família Imperial no exílio foi, por exemplo, Santos Dumont, o Pai da Aviação. Sentia-se minha bisavó ufana por ver um brasileiro vencer o desafio da navegação aérea. E estendia a ele o sentimento maternal que tinha por todos os brasileiros: preocupava-se pelo inventor, rezava fervorosamente por ele quando de seus arriscados vôos nos céus de Paris, e tinha especial gosto em lhe mandar saborosos farnéis, para que se alimentasse, no parque de Bagatelle, sem precisar interromper os treinamentos.”

- Baseado em trecho do livro “Dom Pedro Henrique – O Condestável das Saudades e da Esperança”, do Prof. Armando Alexandre dos Santos.

Foto: SS.AA.II. a Princesa Dona Isabel de Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil, e o Príncipe Dom Gastão de Orleans, Conde d'Eu, rezando na Capela do Castelo d'Eu.

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