domingo, 28 de janeiro de 2018

UM POUCO SOBRE O RJ NO IMPÉRIO

Rua Primeiro de Março em 1907

Hoje, quem anda apressado pela rua Direita, que agora se chama Primeiro de Março, nem imagina que por ali já andaram reis e rainhas, personagens importantes da história do Brasil e mulheres usando roupas negras, pesadas e longas. 

Ali ficam a igreja do Carmo, a de São José e a de Santa Cruz dos Milagres. Na época de dom João VI e dom Pedro I, a rua Direita era considerada tão chique quanto Londres. Foi ali que surgiu o primeiro banco da nossa história, o Banco do Brasil.

Foi ali também, em 1834, que se fabricou e vendeu o primeiro sorvete da nossa história. Seu fornecedor era o italiano Luís Bassini, dono da confeitaria Café do Círculo do Comércio. Como ele fazia sorvete sem geladeira? Fácil: enterrava o gelo em buracos fundos, e com isso ele durava até cinco meses. Dom Pedro II adorava, vivia pedindo sorvete em cone sabor pitanga, caju, carambola ou abacaxi. Era o tempo de grandes confeitarias, que reuniam a elite da sociedade.

Para passear e conhecer as belezas naturais do Rio, era só pegar um táxi. Na verdade, eram carroças puxadas por burros chamadas de tílburis. Existiam outros tipos de “carros”: as charretes, as vitórias e as serpentinas. Quando desciam de seus veículos, as mulheres ricas apareciam na rua, num calor de 40 graus, com roupas iguaizinhas às que tinham visto em Paris: espartilhos de barbatanas de aço que apertavam o corpo e diminuíam a cintura.

Por cima deles, roupas de seda, veludo, renda ou crepe da China, além dos chapéus de plumas, das flores e dos sapatos de marcas famosas. Os homens não ficavam atrás. Eles usavam colarinhos altos, jaquetão, sobrecasaca, cartolas, luvas, polainas, monóculos, sapatos da empresa Incroyable e chapéus da Chapelaria Watson. E tudo isso debaixo do sol do Rio de Janeiro.

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