Dela me honro de descender em linha direta e de a suceder na Chefia da Casa Imperial.
Que seja seu exemplo uma luz a nos guiar a fim de que possamos influir decisivamente nos destinos da Pátria, e deste modo, com nossa fidelidade e nosso esforço, levar o Brasil a cumprir, na sua plenitude, a missão esplendorosa que lhe está destinada pela Divina Providência.
Dom Luiz de Orleans e Bragança
(Excerto do Cartão de Natal de 1996 de Dom Luiz de Orleans e Bragança).
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Quis a Divina Providência, em sua munificência, dotar nosso querido Brasil não só de um imenso território, com recursos minerais como que inesgotáveis e um solo de fertilidade invejável, no qual "em se plantando tudo dá" em grande abundância, mas também de um povo inteligente e talentoso como poucos e de uma índole cordial e bondosa como nenhum outro.
Acima de tudo, quis Deus Nosso Senhor que a Terra de Santa Cruz nascesse batizada na Fé aqui trazida pelas naus da Ordem de Cristo e crescesse nas vias da Civilização Cristã até atingir, sob o manto paternal e benéfico de seus Imperadores, um grande prestígio no concerto das nações no século XIX.
Assim favorecidas, as potencialidades do povo brasileiro engendraram homens de grande projeção em todos os campos do saber e do agir, que nossos soberanos souberam prestigiar: José Bonifácio, Caxias, Rio Branco, os irmãos Rebouças, Castro Alves, Pedro Américo, Carlos Gomes, Oswaldo Cruz, e quantos outros.
Mesmo após a queda da Monarquia e no exílio, a influência benéfica da Família Imperial se fez sentir para o bem do Brasil.
Assim foi com Santos Dumont, de cujo voo pioneiro no 14 Bis, ocorrido em 23 de outubro de 1906, celebramos o centenário. Foi o primeiro voo homologado da História de um artefato mais pesado que o ar.
Enviava-lhe a Princesa Isabel ao Campo de Bagatelle, com solicitude maternal, saborosos farnéis para que não tivesse que deslocar-se à hora do almoço.
O voo do 14 Bis no Campo de Bagatelle
Bico-de-pena do Príncipe Dom Antônio de Orleans e Bragança
O Pai da Aviação portou a medalha até o fim da vida, dando testemunho de quanto fora sensível ao apoio da Princesa.
Cem anos se passaram. O Brasil se desenvolveu enormemente e atinge hoje marcas invejáveis em múltiplos setores. Junto, porém, quanta ganga, quanto germe de destruição!
Dir-se-ia que um como que anti-Brasil se levanta de dentro do Brasil verdadeiro prestes a devorá-lo, ou, pior do que isto, deixá-lo irreconhecível.
Tudo isto porque nos afastamos daquela via abençoada que nos levara aos nossos melhores dias.
Responsabilidade dos governantes, mas responsabilidade também de cada brasileiro que, no dia-a-dia, vai modelando o País que somos e que seremos.
Dom Luiz de Orleans e Bragança
(Excerto do Cartão de Natal de 2006 de Dom Luiz de Orleans e Bragança)
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“Sr. Santos Dumont, envio-lhe uma medalha de São Bento que protege contra acidentes. Aceite-a e use-a na corrente de seu relógio, na sua carteira ou no seu pescoço. Ofereço-a pensando em sua boa mãe e pedindo a Deus que o socorra sempre e ajude a trabalhar para a glória de nossa Pátria.
Isabel, Concessa d’Eu”
E em outra ocasião:
“Suas evoluções aéreas fazem-me recordar nossos grandes pássaros do Brasil. Oxalá possa, o Sr., tirar de seu propulsor o partido que aqueles tiram de suas próprias asas e triunfar para a glória de nossa querida Pátria”.
A Princesa Isabel nasceu no Paço de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, no dia 29 de julho de 1846.
Era a segunda filha do Imperador D. Pedro II e de sua esposa a Imperatriz D. Teresa Cristina.
Foi batizada em 15 de novembro na Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, como Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga, sendo dados os nomes Isabel e Cristina em homenagem a sua avó materna e a sua mãe.
Através de D. Pedro II ela pertencia ao ramo brasileiro da Casa de Bragança. Era neta do imperador D. Pedro I e sobrinha da rainha D. Maria II de Portugal, esposa de Fernando II.
Por sua mãe também era neta do Rei Francisco I das Duas Sicílias e sobrinha do Rei Fernando II das Duas Sicílias.
Ao nascer, a Princesa Isabel tinha um irmão mais velho, D. Afonso Pedro, herdeiro aparente do trono brasileiro. Seguiram-se outros dois irmãos: D. Leopoldina em 1847 e D. Pedro Afonso em 1848.
A morte de seu irmão Afonso Pedro em 1847, com apenas dois anos e meio, fez com que Isabel se tornasse a herdeira presuntiva do Trono.
A morte de seu outro irmão, Pedro Afonso, em 1850, deixou Isabel definitivamente como a herdeira do Imperador e lhe fez receber o título de Princesa Imperial, título normalmente dado para o primeiro na linha de sucessão.
A Princesa Isabel serviu três vezes como Regente do Império e promoveu a abolição da escravidão durante sua terceira regência, assinando a Lei Áurea em 1888.
Apesar da ação ter se mostrado amplamente popular, houve oposição contra sua sucessão ao trono.
O fato de ser mulher, sua religiosidade e seu casamento com um estrangeiro foram usados como argumentos contra ela, juntamente com a emancipação dos escravos, que havia gerado descontentamento entre ricos fazendeiros.
A monarquia brasileira foi derrubada em 15 de novembro, por um golpe militar, e a Princesa Isabel e sua família exilados, em 17 de novembro de 1889.
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