Com o fim das Guerras Napoleônicas na Europa, em 1815, grupos políticos em Portugal passaram a demandar o retorno da família real, que vivia no Brasil desde 1808. Essa pressão se intensificou após a eclosão da chamada “Revolução Liberal do Porto”, um movimento de inspiração liberal que teve início em 24 de agosto de 1820 e que obteve o apoio de diversas correntes políticas portuguesas. Diante da pressão, o rei Dom João VI embarcou para Portugal em 1821, mas deixou no Brasil seu filho Dom Pedro como príncipe regente. Chegando a Lisboa, o rei deparou-se com um governo provisório, que havia convocado as cortes portuguesas para elaborar uma Constituição.
Além de exigirem uma monarquia constitucional, os liberais portugueses defendiam a adoção de uma série de medidas que contrariavam profundamente interesses de grupos no Brasil. As cortes portuguesas exigiram também a volta de Dom Pedro a Portugal. Com isso, forças políticas no Brasil se organizaram para defender a permanência do príncipe regente em solo brasileiro. Esses grupos redigiram um manifesto com oito mil assinaturas que foi entregue a Dom Pedro pelo presidente do Senado da Câmara do Rio de Janeiro em 9 de janeiro de 1822. Com a concordância do príncipe regente em permanecer no Brasil, o dia passou a ser conhecido como o “Dia do Fico”.
Na imagem, primeira página do Termo de Vereação do dia 9 de janeiro de 1822, que reuniu no Paço os membros do Senado da Câmara do Rio de Janeiro em uma audiência na qual foi solicitado a Dom Pedro que permanecesse no Brasil. Fundo Diversos – SDH – Caixas. BR_RJANRIO_2H, 740.4, doc. 4, 1.
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