quinta-feira, 3 de setembro de 2015

CONDE D'EU, UM EXEMPLO DE PRÍNCIPE - PARTE IV

O Príncipe Consorte, Dom Luis Gastão de Orleáns, o Conde D'eu


  • ZELANDO PELO MELHOR ARMAMENTO DO EXÉRCITO


Constitui facto já comprovado por documentos publicados o interêsse que sempre manifestou o marechal Conde d'Eu pelo constante aperfeiçoamento do material bélico em uso no exército brasileiro, presidente que era da respectica Comissão de Melhoramentos.

Novos argumentos a respeito oferece a seguinte carta, como tôdas aqui transcritas pertencente à coleção de autógrafos do Sr. Francisco Marques dos Santos:

"Paço Isabel, 27-6-72.

Meu caro General,

É natural que no manejo das armas Comblain ùltimamente entregues ao 1.º batalhão de infantaria apareçam dificuldades e dúvidas que só a Comissão de Melhoramentos pode convenientemente esclarecer. Por êste motivo eu pretendia ir em um dos dias das semanas próximas ao respectivo quartel para examinar eu mesmo essas armas e sua munições.

Podendo porém ser que nisto haja algum inconveniente, venho rogar a V. Ex. que nêsse caso m'o declare para que eu então solicite oficialmente do Ministério da Guerra as devidas autrorizações para êsse exame.

- Queira também me mandar dizer como tem ido de saúde depois daquela deporável queda na Escola Central e crer-me de V. Ex.

afetuoso camarada e amigo
Gastão de Orléans."

Nota de Caldwell - "Respondida em 27-6-72".


  • EM DEFESA DE UM SOLDADO PRESO 


"Paço Isabel, 28-6-72.

Meu caro General,

Visitando há dias a Fortaleza da Lage, apresentou-me aí o Soldado da 2.ª Companhia de reformados, adido ao Asilo de Inválidos da Pátria, João Antônio Rodrigues de Amorim, alegando que se acha prêso aí desde 27 de agosto de 1869 (quase três anos!) sem ter andamento seu processo.

O Ajudante da Fortaleza informou-se então que acerca do processo dêsse indivíduo V. Ex. consultara o Govêrno Imperial em 25 de junho de 1869, o que deu lugar a uma consulta do Conselho Supremo Militar e depois a uma do Conselho de Estado, em virtude da qual foi declarado por resolução imperial de 4 de maio de 1870, que V. Ex. deveria sôbre êste assunto decidir o que conviesse, mandando arquivar ou prosseguir os processos, tudo o que se acha publicado na Ordem do dia dessa Repartição, n.º 725.

Tendo pois desde então decorrido dois anos, ocorreu-me que talvez tivesse caido êsse negócio em esquecimento, e por isso tomo a liberdade de pedir para êle a atenção de V. Ex., pois me parece que essa praça não pode, com justiça, ficar indefinidamente detida, sem ter andamento sem processo.

Sou sempre de V. Ex.

camarada afetuoso e amigo
Gatão de Orléans'.

Nota de Caldwell: "Muito urgente ao Asilo, 30-6-72".
- "Foi mandado pôr em liberdade em 1-7-72".


  • SÔBRE A ENTREGA DE UM MENOR


"Petrópolis, 18 de dezembro de 1872

Exmo. Sr. General Caldwell

Meu caro General,

Agradeço a V. Ex. sua comunicações acerca do menor Francelino, cuja ata de inspeção aqui devolvo, e lhe rogo queira mandar entregar o dito menor à pessoa que fôr portadora deste.

Sou, como sempre, de V. Ex.

camarada muito afetuso,
Gastão de Orléans".

Nota de Caldwell: "R. 21-12-72".

Falecendo Caldwell em fevereiro do ano seguinte, cessaria a afetuosa correspondência que por tanto tempo manteve com o marechal Conde d'Eu, com o Duque de Caxias (4) e com tantos outros oficiais do exército imperial, ministros da Guerra de que foi insetimável auxiliar, etc..  

(1) Foi êste oficial que em um momento de grande perigo, na batalha de Campo Grande, tentou deter o cavalo em que montava o Conde d'Eu, episódio fixado no conhecido quadro de Pedro Américo - Alberto Rangel - Gastão de Orléans - O Último Conde d'Eu (São Paulo, 1935), p. 251/252.

(2) Deixando o exército, Anfriso Fialho foi estudar Ciências Políticas e Administrativa na Bélgica, onde publicou, em francês, uma defesa do marechal Bazaine e uma biografia de Dom Pedro II. Voltando ao Brasil, advogou a convocação de uma Constituinte, em 1885, e reeditou os panfletos O Libelo do Povo, de Francisco de Sales Tôrres Homem, e A Conferência dos Divinos, de Antônio Ferreira Vianna. Posteriormente, sendo deputado pelo Piauí, publicou uma História da Fundação da República no Brasil.

(3) Guilherme Carlos Lassance foi mais tarde dedicado mordomo da Casa da Princeza Imperial e de seu Augusto Consorte.

(4) Vinte cartas do Duque de Caxias ao Tenente-General Caldwell, estão transcritas nêste mesmo volume.


A FAMÍLIA IMPERIAL NO INÍCIO DO SÉCULO XX

DEUS SALVE A FAMÍLIA IMPERIAL BRASILEIRA!

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