terça-feira, 8 de agosto de 2017

A BRASILIDADE DE NOSSAS IMPERATRIZES E PRINCESAS

Image may contain: 6 people, people smiling

Um dos aspectos mais fascinantes dos casamentos dinásticos é como uma Princesa estrangeira, ao ser alçada, pelo matrimônio, ao posto de Rainha de outra nação, torna-se perfeitamente representativa do espírito e da mentalidade do povo sobre o qual seu esposo reina.

No Brasil, dada a feliz e acertada decisão de nossa Família Imperial, de conservar a tradição dos casamentos dinásticos, tais exemplos têm se multiplicado, ao longo dos dois séculos durante os quais, no Império, no Exílio e na República, a Casa de Bragança vem servindo à nossa Nação.

Começando pela Imperatriz Dona Leopoldina, nascida Arquiduquesa da Áustria, na Casa de Habsburgo, a mais alta da Cristandade, que foi quem assinou o Decreto de Independência do Brasil, a 2 de setembro de 1822, e que admoestou seu marido, o Imperador Dom Pedro I, a declarar a Independência, cinco dias depois, naquele histórico 7 de setembro, às margens do Ipiranga. E a Imperatriz foi além, dizendo-se pronta a se considerar uma inimiga da Áustria, caso seu País de origem não reconhecesse a Independência do Brasil. Muito merecidamente, o amarelo de nossa Bandeira, sendo a cor dos Habsburgo, representa a memória da nossa primeira Imperatriz.

A segunda esposa do Imperador Dom Pedro I, a Imperatriz Dona Amélia, nascida Princesa de Leuchtenberg, oriunda do mundo germânico, assumiu, com total devoção, o papel de mãe de seus enteados, órfãos de mãe, que não tardaram a chamá-la de “mamãe”. A Imperatriz viveu por pouco tempo no Brasil, acompanhado seu marido de volta à Europa, após sua abdicação, em 1831, mas deixou para trás uma carta, onde clamava a todas as mães brasileiras que cuidassem de seu enteado, o então pequeno Imperador-Menino, Dom Pedro II, como se ele fosse seu próprio filho, o Órfão da Nação.

Nascida Princesa das Duas Sicílias, no Reino italiano de Nápoles, a Imperatriz Dona Teresa Cristina, ao ser desposada pelo Imperador Dom Pedro II, transformou-se no perfeito arquétipo de dama brasileira de sua época. Sua dedicação às obras de caridade lhe rendeu o título de Mãe dos Brasileiros; foi a mulher mais respeitada do Império, ao ponto de que nem mesmo os efêmeros republicanos conseguiam inventar mentiras para lhe atacar a honra, como faziam com seu marido, filha e genro. Dado o golpe da Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, a Imperatriz partiu para o Exílio chorosa, perguntando-se sobre quem cuidaria de seus pobres. Morreu logo após chegar à Europa, de um coração partido, lamentando-se porque jamais retornaria ao Brasil.

Exilada a Família Imperial, manteve-se o costume de grandes damas juntarem seus destinos ao da Dinastia e do Brasil. O segundo filho e herdeiro da Princesa Dona Isabel, a Redentora, então Chefe da Casa Imperial – Imperatriz “de jure” – do Brasil, o Príncipe Imperial Dom Luiz, desposou sua prima, a Princesa Dona Maria Pia das Duas Sicílias, que, mesmo longe do Brasil, dedicou-se a dar uma educação brasileira aos seus filhos, e continuou, mesmo após as mortes de seu marido e de seus sogros, vendo-se viúva prematuramente, a missão de preparar três dinastas para servirem à Pátria. Mesmo nunca tendo vivido no Brasil, a Princesa Imperial Viúva visitou o País por diversas vezes, durante sua longa vida, e é uma das grandes responsáveis por seus filhos e netos terem se mantido sempre fiéis aos princípios monárquicos e cristãos.

O primogênito dos Príncipes Imperiais Dom Luiz e Dona Maria Pia, o Príncipe Dom Pedro Henrique, que sucedeu diretamente à sua avó, como Chefe da Casa Imperial do Brasil, com apenas doze anos de idade, casou-se, em 1937, com a Princesa Maria da Baviera, neta de Luís III, o último Rei da Baviera. A Princesa fez questão de rapidamente aprender o português, que passou a falar e escrever com perfeição, e se habituar à história e aos costumes do Brasil, que passava a ser seu País. Após o fim da Segunda Guerra, quando aqui veio viver, dedicou-se a auxiliar seu marido em seus deveres enquanto Chefe da Casa Imperial e a criar seus doze filhos na consciência de seus deveres para com a Pátria e a Cristandade. Como diziam suas irmãs, a Princesa Dona Maria “viveu como brasileira”.

Atualmente, a tradição dessas grandes damas, que vieram de terras distantes para se dedicarem ao Brasil, é continuada pela Princesa Dona Christine de Ligne de Orleans e Bragança, nascida na Bélgica. Esposa do Príncipe Dom Antonio e mãe de quatro Príncipes e Princesas brasileiros, incluindo o jovem Príncipe Dom Rafael, futuro Chefe da Casa Imperial, a Princesa Dona Christine tem sido um exemplo de Princesa e esposa e mãe dedicada, à sua família e à Pátria que adotou. Em suas próprias palavras, seu principal dever é “amar e servir à Nação Brasileira”.

Agora, esperamos ver pela continuidade dos casamentos dinásticos quando o Príncipe Dom Rafael desposar uma Princesa estrangeira. Essa Princesa – talvez nossa futura Imperatriz – poderá contar com os grandes exemplos de suas antecessoras como inspiração para trabalhar em prol do Brasil e de todos os brasileiros, sempre de acordo com os princípios de nossa Monarquia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário